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I SÉRIE — NÚMERO 85

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Recordo que os bailarinos começam muito cedo a sua profissão, têm uma formação muito especializada e

particularmente penalizadora para os seus corpos, que causa doenças profissionais extraordinariamente

graves. A condição física dos bailarinos precisa, pois, de uma resposta por ser uma profissão de desgaste

rápido particularmente penalizadora.

Lembro também que, neste momento, por faltarem as soluções, estamos a viver a situação absurda de os

bailarinos — que são o que faz a Companhia poder existir — serem o obstáculo da Companhia Nacional de

Bailado, isto é, serem tratados como um estorvo dentro da Companhia. Isto é completamente intolerável, é

completamente absurdo e tem de ser resolvido!

Temos bailarinos que precisam de ter acesso a uma reconversão da sua carreira e a uma reforma

condigna, que tem a ver com a sua profissão de desgaste rápido, que deve ser feita com o apoio nessa

reconversão. Temos bailarinos com doenças profissionais, vítimas de acidentes profissionais, que não estão a

ter acesso aos cuidados médicos de que precisam e a que têm direito.

Isto está a acontecer agora, tal como acontece há 10 anos. Vem tarde, mas será mau se continuar assim

por mais um dia!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria

Conceição Pereira.

A Sr.ª Maria Conceição Pereira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Cumprimento também

os membros da comissão de trabalhadores da Companhia Nacional de Bailado, com quem temos conversado.

Todos temos consciência da importância que esta Companhia tem no âmbito das manifestações artísticas.

Todos sabemos que o bailarino comunica através do corpo, substituindo a voz pelo gesto. Todos sabemos o

quanto é exigido na vida de um bailarino. Um bailarino clássico começa muitas vezes a sua formação aos seis

anos. A disciplina que lhe é exigida, quer ao longo do seu tempo de formação, quer posteriormente, é

praticamente durante toda a sua vida ativa. Quando falamos de um bailarino clássico estamos a falar de uma

formação que leva 8 a 10 anos, com muito suor e concentração.

Estamos também conscientes, Srs. Deputados, de que a vida de um bailarino clássico, em regra, não

ultrapassa os 40 anos. Trata-se de uma carreira extremamente curta, altamente exigente e de uma grande

dedicação.

Os bailarinos, todos o sabemos, são frequentemente vítimas de lesões, de acidentes de trabalho, de

doenças profissionais e até de distúrbios alimentares. Dizia-me uma vez um dos bailarinos da Companhia

Nacional de Bailado: «O corpo de um bailarino é um corpo que sofre». Todos o sabemos. E a paixão e a

intensidade com que muitas vezes vivem a sua profissão leva-os muitas vezes a negligenciar o tempo que é

necessário.

Por tudo isto se entende que a carreira de um bailarino tem muitas exigências, por ser, como aqui já foi

dito, uma carreira de desgaste rápido, pelo que deve ter o direito a uma reforma antecipada e a uma

reconversão profissional.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Para isso convém aprovar os projetos de lei!

A Sr.ª Maria Conceição Pereira (PSD): — Certamente que nas conversas com os trabalhadores da

Companhia tantas vezes eles mostraram a sua preocupação por haver muita gente a fazer o ensino de dança

clássica sem a preparação adequada, colocando muitas vezes em risco as crianças a quem essa formação é

dada.

Estamos também conscientes da necessidade de um regime especial, mas, por tudo o que enunciei,

entendemos que isso não pode ser feito de uma forma avulsa. Ora, os projetos apresentados por Os Verdes e

pelo PCP apenas resolvem uma parte do problema. Quem são os bailarinos a que se destinam?

Protestos do Deputado do PCP Miguel Tiago.

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