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31 DE MAIO DE 2013

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se endividar junto da banca; permitir recriar, com fins sociais e com verdadeiro fundamento, as cooperativas

de educação; permitir, no sector mutualista, reabri-lo ao sector financeiro.

É curioso observar que, no meio do cataclismo que aconteceu nos últimos anos no sector financeiro, no

meio das dificuldades que todos os bancos atravessaram e do estado em que nós, portugueses, e o Estado

ficámos, tal como a Europa e os EUA, pela assistência financeira que se teve de dar a estes sectores,

assistência essa que saiu dos nossos impostos, no exemplo português, quantos milhões teve o Estado

português de desembolsar dos nossos impostos para o sector financeiro mutualista, para as caixas de crédito

agrícola, para o Montepio? Quantos milhões foram? Que eu saiba, zero! Ora, isto prova que podem

desempenhar o seu papel com rigor, com consciência social e com bom senso e fazer o que referi na minha

intervenção, que é uma boa gestão dos fundos e uma redistribuição mais horizontal da riqueza neste País.

É isso que pretendemos e tem de ser esse o pilar de refundação do nosso País.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Hoje, dia 30 de maio de 2013, é o primeiro

feriado roubado aos trabalhadores.

Vozes do PCP e de Os Verdes: — Muito bem!

O Sr. António Filipe (PCP): — É o primeiro dia em que todos os que têm trabalho, trabalham sem receber.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — É verdade!

O Sr. António Filipe (PCP): — É o dia do trabalho de borla, o dia da exploração dos trabalhadores.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. António Filipe (PCP): — Saudamos por isso todos os trabalhadores e muito especialmente os

trabalhadores que hoje lutam pelos seus direitos, contra as injustiças e iniquidades que este Governo lhes

impõe.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. António Filipe (PCP): — É a luta dos trabalhadores e das populações em geral que nos dá a

confiança de acreditar que, no próximo ano, livres deste Governo, os trabalhadores portugueses possam voltar

a ter os feriados de que foram injustificadamente privados.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, ao mesmo tempo que os portugueses são confrontados com a tragédia

económica e social que se abate sobre o nosso País, o Sr. Ministro das Finanças, indiferente à realidade que

nos cerca mas de que permanece alheado, persiste no seu discurso cansado e cansativo do ajustamento

necessário, do bom caminho e dos sucessos da sua política, visando obter a confiança dos mercados e dos

parceiros europeus que lucram com a nossa desgraça.

Com a arrogância própria de quem, para usar as suas próprias palavras, «não foi eleito coisa nenhuma», e

sobrevive politicamente à custa da confiança absoluta que o Primeiro-Ministro e o Presidente da República lhe

garantem, o Sr. Ministro das Finanças acha que não tem explicações a dar ao povo português e não hesita em

lançar o País na miséria para servir os desígnios ditados pela troica.

Em vez de um Governo preocupado com a defesa dos interesses nacionais e com o bem-estar dos

portugueses, como era suposto e foi solenemente prometido, o País está a ser governado por um

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