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20 DE JUNHO DE 2013

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obrigados a emigrar por falta de alternativas de emprego em Itália. Em Portugal, o Governo, em vez de se

esforçar para que os nossos jovens coloquem os seus conhecimentos e energia ao serviço do

desenvolvimento do País, manda-os embora, fá-los sentirem-se rejeitados, criando neles uma mágoa que

dificilmente desaparecerá, mas que também deixará para sempre uma marca muito negativa naquilo que

caracteriza este Governo.

Ainda agora, no passado dia 10 de junho, nas comemorações do Dia de Portugal, o Secretário de Estado

das Comunidades, em Pretória, não se coibiu de dizer, mais uma vez, que Portugal só tem a ganhar com as

atuais migrações, o que é verdadeiramente uma vergonha, porque uma revela que estamos perante uma

inaceitável doutrina do Governo, com a agravante de ter dito que estas emigrações são boas, porque o País

vai beneficiar das remessas que eles, depois, vão enviar para o nosso País.

Por isso, o Governo deve agir com urgência para contrariar as consequências do desemprego jovem e o

Primeiro-Ministro Passos Coelho também deve reconhecer que ofendeu os portugueses ao mandá-los emigrar

e, tal como aconteceu com o Primeiro-Ministro italiano, deve um pedido de desculpas aos portugueses.

Não acha, Sr. ª Deputada, que, a exemplo do Primeiro-Ministro italiano, também Passos Coelho devia fazer

um pedido de desculpa aos portugueses?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, agradeço estes últimos pedidos de

esclarecimento feitos por Srs. Deputados do Partido Socialista.

Sr. Deputado Paulo Pisco, já não estou muito preocupada se o Sr. Primeiro-Ministro pede desculpa ou não.

Nós já vamos conhecendo, mais ou menos, o Sr. Primeiro-Ministro e o nível da sua arrogância e da sua

teimosia. Mas também lhe digo o seguinte: se o Sr. Primeiro-Ministro viesse pedir desculpa por tudo o que

está a fazer aos jovens portugueses, isso eventualmente não resolveria a questão. Era preciso que esse

pedido de desculpa se associasse a medidas pró-ativas no sentido de se inverterem políticas para corrigir a

situação.

Sr. Deputado, ao fim deste tempo, tal como muitos portugueses, confesso que já ando um bocado farta da

conversa e da retórica do Governo, muito descuidada e muito desrespeitadora, nalguns casos, como os que

citei, relativamente ao incentivo à emigração jovens, noutros casos, a tentar disfarçar um pouco de modo a

que o discurso procure atenuar a realidade dramática.

Nós não vamos lá com conversas, Sr. Deputado, mas, sim, com políticas sérias, que, de facto, como já

aqui hoje o dissemos repetidamente, promovam a dinamização económica, porque nós não conseguimos de

outra forma! Todas as políticas e este famigerado Orçamento retificativo, que aqui hoje vai ser aprovado pela

direita, vão continuar a afundar-nos no sentido de uma maior recessão, de uma maior destruição da economia

e de mais desemprego. Ou seja, a conversa que hoje aqui foi feita por parte de alguns Srs. Deputados desta

maioria não bate certo com o que vão aprovar daqui a um bocado!

Portanto, isto torna-se extraordinariamente preocupante, porque estamos, hoje, perante uma geração

desprezada pelo Governo. O Governo despreza esta geração de jovens, mas não é só esta!, porque, com

estas políticas que o Governo procura implementar e que geram desemprego, o Governo pretende, de acordo

com o modelo sonhado, que elas criem um carácter estrutural. Ou seja, de acordo com o que o Governo está

a fazer, a ideia é a de que isto se mantenha estruturalmente assim durante os próximos anos. De resto, os

níveis de desemprego que se perspetivam para os próximos anos, e que eventualmente até estarão abaixo

daquilo que poderão ficar, são extraordinariamente preocupantes e resultam, de facto, de uma falta de vontade

inequívoca por parte do Governo de inverter esta situação.

Em suma, o Governo e os Srs. Deputados da maioria podem dizer-se muito preocupados como se,

eventualmente, estivessem a pedir desculpa — pegando nas palavras do Sr. Deputado Paulo Pisco —, mas

isso não resolve rigorosamente nada, absolutamente nada! A preocupação não chega, é preciso implementar

políticas que invertam a situação.

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