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19 DE FEVEREIRO DE 2015

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teimosamente a dizer que não estamos a crescer, como continuaram, durante muitos meses, a dizer que

estávamos numa espiral recessiva, quando ela nunca se chegou a verificar.

Naturalmente que o PS é bem-vindo quando diz que quer combater o desemprego. Queremos todos, Srs.

Deputados, e ainda bem que têm propostas, mas é difícil, quando os senhores se recusam a reconhecer que a

taxa de desemprego tem vindo a descer e que, felizmente, há cada vez menos portugueses desempregados e

cada vez mais portugueses empregados, comparando com 2003.

Por último, quanto às exportações, gostaria de dizer o seguinte: Portugal tem um problema de défice

externo que não é um problema dos governos do PS, nem é um problema dos governos sejam de que partidos

forem, é um problema do País porque é um problema de há décadas. E os problemas de há décadas, ao

contrário do que, às vezes, é politicamente correto dizer-se, não se resolvem num ano, nem em dois, nem em

três.

Aos Srs. Deputados que vêm sempre dizer que «Ah, as exportações tiveram o melhor ano de sempre, mas

as exportações sempre crescem, isso não tem importância nenhuma», e que «Ah, mas os senhores

esquecem-se que as importações estão a crescer», gostaria de lembrar que depois de uma recessão e de

uma contração como aquela que tivemos mal fora que, agora que estamos num período de crescimento

económico, as importações não voltassem a crescer.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Mas esquecem-se de acrescentar uma coisa: apesar dessa

evolução, a balança comercial está estável e isso não era verdade há décadas, Srs. Deputados. Ela está a

manter-se estável e isso, sim, demonstra uma mudança que é estrutural na economia portuguesa e que creio

que todos nós, certamente — os senhores também, se estiverem interessados naquilo que é bom para

Portugal, em vez daquilo que é bom para vocês eleitoralmente —, desejamos que se mantenha.

Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Dou agora a palavra, pelo PCP, ao Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: Aquilo que

o Governo e a maioria vêm festejar, um crescimento que já designámos por autenticamente rastejante numa

economia próxima da estagnação, tem os números à vista e não ficamos felizes por estar a constatar a

realidade concreta dos números e aquilo que significam para o País.

É que, de acordo com o INE, a desaceleração no último trimestre de 2014 deveu-se a um maior

abrandamento da procura interna e, em especial, do consumo privado, o tal motor que o Sr. Ministro descobriu

mais recentemente — e descobriu mais recentemente quando se tinha esquecido antes. E este crescimento

de 0,9%, em 2014, não só é insuficiente para compensar a enorme quebra registada no PIB desde a

assinatura do pacto de agressão por parte do PS, do PSD e do CDS como nem sequer compensa a queda, de

1,4%, registada no PIB, em 2013. E mais grave ainda quando se vê que o PIB caiu, em termos acumulados,

6,6%, de 2009 a 2014. Ou seja, nem daqui por três anos estaríamos em condições, com esta criação de

riqueza, de compensar a destruição da criação de riqueza que foi feita desde que os senhores tomaram posse.

Portanto, esta evolução preocupante do PIB, o endividamento público e o endividamento privado, com

proporções cada vez mais insustentáveis, o agravamento do saldo da balança de mercadorias, que confirma o

abrandamento do ritmo das exportações, e o crescimento das importações a um ritmo que é praticamente o

dobro em valor, tudo isto, com a economia mundial em piores condições do que em 2008 e a economia da

zona euro a entrar numa nova zona de perigo na atual dinâmica de dívida/deflação, são elementos que não

podem deixar de inquietar os trabalhadores, os patriotas e os democratas quanto ao futuro do nosso País.

Aliás, o inquérito semestral ao investimento empresarial — e temos falado aqui em investimento —,

divulgado recentemente, veio desmascarar a propaganda do Governo.

Assim sendo, explique lá melhor, Sr. Ministro, de onde vêm esses números, porque, na melhor das

hipóteses, o investimento privado terá estagnado em 2014 e, como o investimento público caiu outra vez

nesse ano, então, o investimento total terá caído, uma vez mais, em 2014. E isto depois de em 2011, em 2012

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