O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19 DE FEVEREIRO DE 2015

9

O Sr. Ministro dizia que 2014 foi o melhor ano de sempre para as exportações portuguesas. Na realidade,

se tivesse dito o mesmo de 2013, também teria sido o melhor ano de sempre. E de 2011, e de 2008, e de

2007 e de 2006….

O Sr. João Galamba (PS): — Sim, 2008, sim!

Protestos do PSD.

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Sr.as

e Srs. Deputados, todos os anos são os melhores anos de sempre

há mais de 20 anos, com exceção de 2009 e de 1993.

A novidade, em 2014, não é essa, Sr. Ministro. A novidade, em 2014, é que as exportações apresentam a

quinta taxa de crescimento mais fraca dos últimos 20 anos. Essa é a novidade de 2014.

Aplausos do PS.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Exatamente!

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — O Sr. Ministro esquece-se também que há o outro lado da balança

comercial, que são as importações. Ignoremos, desde logo, que em 2008 Portugal e a Europa foram

assolados pela maior crise financeira e económica dos últimos 80 anos; ignoremos que, em 2010, rebenta

uma crise das dívidas soberanas na Europa; ignoremos que Portugal não foi o único país a ser atingido. O que

não podemos ignorar, por mais que os senhores queiram, é que estamos em 2015, e em 2015 os senhores

não conseguem apresentar resultados.

A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Ainda mais?!

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Nem na balança externa! Bastou uma ligeira recuperação da procura,

do consumo, para que as importações voltassem a crescer mais do que as exportações.

O que o Sr. Ministro não entende é que não houve nenhuma transformação da nossa economia e que,

infelizmente, basta uma ligeira recuperação, a tal da procura interna, para que o desequilíbrio regresse. Não é

uma obra deste Governo.

O equilíbrio que conseguimos, a redução das importações que conseguimos, foi à custa do

empobrecimento. O preço desse excedente chama-se pobreza e desemprego em massa.

Aplausos do PS.

Mas o Sr. Ministro não pode ignorar a questão do investimento — e já não é o PS a dizê-lo, são os

empresários. O Sr. Ministro celebra, mais uma vez, o investimento. Uma queda acumulada, entre 2011 e 2013,

de 30%, uma queda nunca vista, um peso do investimento no PIB sem precedentes na História de Portugal, e

o Sr. Ministro vem aqui celebrar o investimento?! Em 2014, depois da queda acumulada de 30%, segundo os

empresários, o crescimento vai ser de 1%, e irá verificar-se, novamente, uma redução de 2,2% em 2015.

E nas indústrias transformadoras, Sr. Ministro, a queda do investimento é ainda maior: 3,2% em 2014 e

5,1% em 2015.

Infelizmente, não há nenhum motivo para celebrar. Só que, na realidade, o que os senhores têm para

apresentar ao País é muito pouco, para lá da responsabilização do PS. Ao fim de quatro anos, não conseguem

justificar a vossa governação e, por isso, recorrem, sistematicamente, a 2011.

Mas a verdade é que nós, aqui, apresentamos propostas, apresentamos seis propostas concretas para

tentar dar a volta ao investimento em Portugal, e sobre esta matéria nem uma palavra da bancada do PSD,

nem uma palavra do Sr. Ministro. E esse é, novamente, o desafio que aqui lançamos, esse é, talvez, o maior

desígnio deste País: conseguir que o investimento, de facto, recupere, acelere, porque o Sr. Ministro sabe

muito bem que sem investimento não há exportações.

Páginas Relacionadas
Página 0029:
19 DE FEVEREIRO DE 2015 29 Portanto, apesar de todas as medidas de liquidez que a U
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 51 30 Em primeiro lugar, o alargamento da tarifa soc
Pág.Página 30
Página 0031:
19 DE FEVEREIRO DE 2015 31 apesar das naturais diferenças partidárias, todos se col
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 51 32 O Sr. Presidente (António Filipe): — O Sr. Min
Pág.Página 32
Página 0033:
19 DE FEVEREIRO DE 2015 33 A solução que apresentamos a este Parlamento tem a vanta
Pág.Página 33
Página 0041:
19 DE FEVEREIRO DE 2015 41 Por isso, nesta fase, importa que a oposição reconheça q
Pág.Página 41
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 51 42 benefício é para os consumidores, ousar, arris
Pág.Página 42