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21 DE FEVEREIRO DE 2015

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Em segundo lugar, a Sr.ª Deputada insinuou que estes 18 «malandros» querem impor condições à Grécia

porque querem provar que não é possível haver alternativas de crescimento sem austeridade. Portanto, isto

seria como uma prova de sobrevivência: se for possível fazer tudo isso sem austeridade, então, nós não

deveríamos ter feito nada do que fizemos.

Protestos do BE.

Logo, seria importante manter uma espécie de programa inviável em relação àquele país para autojustificar

o que aconteceu connosco. Não é verdade, Sr.ª Deputada? Este é o seu ponto de partida. Mas está errado,

Sr.ª Deputada! E está errado pelo seguinte: no dia em que a Grécia demonstrar que, sem o dinheiro dos

outros, consegue desenvolver políticas que ponham a Grécia a crescer, serei o primeiro a dar razão à Sr.ª

Deputada. Mas dizer que não há políticas de austeridade porque pagam os outros, isso não, Sr.ª Deputada!

Isso, assim, também faço! Assim fazemos todos! Assim já se fez no passado! Com o dinheiro dos outros, isso

é tudo muito simples!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Para terminar, Sr.ª Deputada, sobre a saúde, sobre a questão das camas, isso já foi muito bem explicado

aqui, no Parlamento, pelo Sr. Ministro da Saúde.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Não foi, não!

O Sr. Primeiro-Ministro: — De facto, as camas estão à disposição dos hospitais e têm vindo a ser

acionadas sempre que necessário. Temos, hoje, mais camas do que tínhamos em 2010.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Nos hospitais, não!

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, pedia que, depois, fossem distribuídos ao Governo os

documentos sobre as camas hospitalares, porque claramente o Primeiro-Ministro está mal informado sobre os

números.

Sr. Primeiro-Ministro, nestes dias do confronto que estão a acontecer na Europa, temos talvez um

equívoco: é que o Sr. Primeiro-Ministro, sempre que fala, fala para atacar a Grécia, ainda não o ouvimos falar

para defender o País. Quando lhe falo de uma postura diferente na Europa, não é para defender a Grécia, é

para defender o nosso País, é para dizer que a austeridade não pode ser o continuar do empobrecimento em

Portugal.

Aplausos do BE.

Sabe, Sr. Primeiro-Ministro, indignidade é ter um Governo que defende os interesses do Governo alemão,

indignidade são 770 000 pessoas no desemprego sem qualquer apoio, indignidade são 400 000 pessoas

obrigadas a emigrar, indignidade é meio milhão de postos de trabalho destruídos no nosso País, indignidade é

a economia continuar a afundar-se e o Sr. Primeiro-Ministro vir falar como se tudo estivesse bem.

Sei que ainda tem 9 segundos para me responder e, portanto, vou deixar-lhe duas perguntas muito

simples. Primeiro, porque temos verificado que os números errados nos debates são sempre um problema

sobre a clareza das opções políticas e do nosso discurso, gostaria que me explicasse como é que está tão

confiante no futuro. É que o Sr. Primeiro-Ministro falou-nos de dois dados. Um deles era o investimento, e os

dados do INE dizem que os empresários acham que o investimento vai ser negativo. Ora, o Sr. Primeiro-

Ministro não quer investimento público, mas o investimento privado também não vem.

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