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I SÉRIE — NÚMERO 96

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2011 e mudanças que, na Europa, também devem ser promovidas, não essa mudança acrobática, errática,

radical, do Syriza ou do Partido Socialista.

A Europa também precisa, é verdade, de mudança, mas de mudança fundamentada, de mudança

consensualizada, por que não dizê-lo, que possa tirar ilações da crise e que possa não afastar mas aproximar

os Estados-membros da União Europeia.

Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, creio que a postura que o Governo tem seguido neste domínio é a correta.

O contributo para a mudança na Europa que o Governo português e o Sr. Primeiro-Ministro têm dado é o

contributo certo. Por exemplo, quando propõem a criação de um fundo monetário europeu, que atue, no futuro,

na assistência financeira de Estados-membros da União Europeia, que possa financiar reformas estruturais e

projetos de investimento e que possa também amortecer os impactos sociais quando os países são

confrontados com a situação de crise.

Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, coloco-lhe duas perguntas.

A primeira é a de saber como está Portugal preparado para enfrentar um eventual agravamento da

situação da Grécia, com todos os impactos que daí possam decorrer. Esta é uma questão que importa

também a Portugal e aos portugueses.

A segunda é a de saber que estratégia podemos defender nesta altura na Europa, nós que, aliás, somos

um exemplo vivo da experiência por que passámos, em que enfrentámos e vencemos um período de ajuda

externa, de podermos também contribuir com esse exemplo e com essa experiência para que a Europa possa

construir um quadro de maior estabilidade financeira, de maior capacidade para ter crescimento económico,

para ter criação de emprego e para gerar mais confiança e mais segurança nos povos dos Estados-membros

da União Europeia.

Sr. Primeiro-Ministro, creio que estas questões são tão mais relevantes quanto sabemos que a preservação

do caminho de recuperação económica e financeira depende também das decisões internas que tomamos,

nós, os órgãos de soberania, o povo português quando for chamado, também ele, a tomar posição, mas

depende, evidentemente, também das decisões que tomamos a nível europeu, no seio da União Europeia.

Na Europa como em Portugal, os tempos mais próximos não são tempos de aventuras nem de

experiencialismos. Portugal e a Europa devem tirar ensinamentos da crise e devem, de facto, ser prudentes

com o futuro.

Nós sabemos, Sr. Primeiro-Ministro — sabemos muito bem em Portugal —, que a fantasia e o radicalismo

são inimigos do crescimento, são inimigos do emprego sustentável, são inimigos da preservação do Estado

social e são inimigos da capacidade que podemos ter de remover uma austeridade que foi, e é, ainda muito

pesada.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Aqueles que viram no Syriza a inspiração da mudança, aqueles que

prometem o incerto, se não mesmo o impossível, estão de um lado; do outro, estão aqueles que, como nós,

dão garantias viáveis, dão garantias realistas, cumprem objetivos — …

Risos do PS.

… aliás, cumpriram todos os objetivos que os outros, os primeiros, duvidaram —,…

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PS.

… cumprem os objetivos, ao contrário daquilo que foi o prognóstico de todos os outros que agora mesmo

se manifestam.

Vozes do PSD: — Exatamente!

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