I SÉRIE — NÚMERO 27
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Aplausos gerais.
O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr. Deputado Jorge Lacão. Efetivamente, as últimas palavras que
disse são aquelas que nos unem a todos, além de muitas mais, que foram ditas ontem e hoje. Suponho que
nunca houve alguém da chamada, impropriamente, «classe política» que tivesse falecido e que tivesse tido
com genuína sinceridade as apreciações que António de Almeida Santos teve ontem e hoje.
Portanto, as suas últimas palavras são aquelas que devemos reter: muito obrigado, António de Almeida
Santos.
Srs. Deputados, vamos proceder à votação deste voto de pesar.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio, seguido de aclamação.
Srs. Deputados, vamos prosseguir os nossos trabalhos com um debate de urgência, requerido pelo Grupo
Parlamentar do PS, sobre reposição dos complementos sociais e combate à pobreza.
Para uma intervenção no período de abertura do debate, tem a palavra o Sr. Deputado João Galamba.
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: O Partido
Socialista decidiu agendar um debate de urgência porque é de urgência que falamos quando falamos da
reposição dos mínimos sociais e do combate à pobreza.
Nos últimos quatro anos, e num dos países mais pobres e desiguais da União Europeia, não tivemos
qualquer ética social na austeridade. Tivemos, isso sim, descaramento (muito), cinismo (em excesso) e,
sobretudo, selvajaria social na austeridade.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Era urgente travar o retrocesso social em curso e foi isso que este Governo, fiel aos seus compromissos
eleitorais, tratou de fazer com a urgência que o tema exige.
Em praticamente todas as áreas da governação, a crise económica dos últimos anos foi usada por PSD e
CDS como pretexto para implementar uma agenda ideológica radical. Não escapou nada, nem mesmo os
mínimos sociais.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, não se tratam de acusações infundadas,
mas de factos: PSD e CDS reduziram o rendimento dos mais pobres e vulneráveis, quer por via da destruição
de emprego, que lançou milhares e milhares de portugueses na pobreza, quer por via do corte nas prestações
sociais, reduzindo o seu valor ou dificultando o seu acesso.
Muitos dos que não eram pobres passaram a sê-lo e os que já o eram ficaram ainda mais pobres. É difícil,
para não dizer impossível, olhar para os últimos quatro anos e ver outra coisa que não devastação e
retrocesso social.
Até este Governo assumir funções, havia mais 262 000 pessoas em risco de pobreza ou exclusão social do
que em 2011. Em cada mês de governação PSD/CDS, eram mais 5000 pobres por mês, 2000 dos quais
crianças e jovens. Repito: mais 5000 pobres por mês! Isto não aconteceu por acaso mas por opção deliberada
e consciente do PSD e do CDS, que decidiram transformar uma crise económica numa enorme crise social.
Aplausos do PS.