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I SÉRIE — NÚMERO 86

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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — É tão simples quanto isto, Sr. Deputado, não é mais complexo do que

isto.

Repare: já tivemos a fase da criação do veículo; depois, acabou a fase da criação do veículo, ou, por outra,

não acabou, deixou de ser noticiada, e passou a haver notícias sobre a Caixa, e uma coisa, sendo diferente da

outra, não é exatamente contraditória.

Mas, mesmo em relação à Caixa, já ouvimos falar de muitos montantes. Já ouvimos falar de 2000 milhões,

de 4000 milhões, de 5000 milhões. Sr. Deputado, não deixa de ser muito impressionante para quem viveu em

Portugal nos últimos anos que agora, aparentemente, se fale de mais 1000 milhões ou de menos 1000 milhões,

de mais 5000 milhões ou de menos 5000 milhões como se não fizesse diferença nenhuma. Aparentemente, de

repente, em Portugal, tanto faz 1000 milhões para cá ou menos 1000 milhões para ali. Não me parece que seja

assim!

Mais: também não deixa de ser extraordinário que tantas perguntas haja sobre se este montante vai ao deficit

ou se vai à dívida.

Gostava de lembrar o seguinte: seja ele contabilizado da forma que for, de uma maneira ou de outra, algum

dia — ou, hoje, por nós ou, amanhã, pelos nossos filhos ou pelos nossos netos —, este dinheiro vai ter de ser

pago e, como tal, o Governo vai ter de o explicar.

Em terceiro lugar, e também não menos importante, Sr. Deputado, é preciso não só esclarecer o quanto,

mas, em relação à Caixa Geral de Depósitos, quais são exatamente os problemas que os senhores querem

resolver e de que montante precisam para os resolver. Porque, Sr. Deputado, não chega falar em crédito

malparado, se bem que muito teremos de falar sobre ele e convém também que muitas perguntas sejam

respondidas, não deixando de ser um pouco estranho o incómodo aqui demonstrado por várias bancadas e o

facto de não quererem responder. Eu entendo que seria importante fazê-lo.

Em todo o caso, estamos ou não a falar de uma reestruturação do Grupo Caixa Geral de Depósitos? Essa

reestruturação quer dizer o quê? Quer dizer encerramento de balcões? Sim ou não? Quer dizer despedimentos?

Sim ou não? Em caso de ser sim, quer dizer despedimentos de quantas pessoas?

Sr. Deputado, este debate foi uma iniciativa do seu partido.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ora bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — O Governo que os senhores apoiam está há meses — repito, há meses

— a recusar-se a responder a estas perguntas.

Portanto, se os senhores convocaram o debate, os senhores apoiam o Governo e o Governo não quer cá

estar, então, Sr. Deputado, faça o favor de responder às perguntas e acabe com as dúvidas de uma vez para

sempre.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Galamba.

O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, começo por agradecer aos Srs. Deputados Miguel Morgado,

Mariana Mortágua e Cecília Meireles as perguntas que fizeram.

Sr. Deputado Miguel Morgado, posso garantir-lhe que o Partido Socialista não vai de joelhos a lado nenhum,

tem por hábito ir de pé; se o Sr. Deputado está habituado a outro tipo de posições, o problema é seu, não é

certamente meu.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Deputado invocou aqui uma referência cinematográfica e permita-me que também use uma, de um

filme em que havia alguém que via gente morta em todo o lado. O Sr. Deputado também vê socialismo em todo

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