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I SÉRIE — NÚMERO 18

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O Sr. João Oliveira (PCP): — Mais, Sr. Deputado: fazemos este debate de cabeça levantada. Sabe porquê?

Porque nesse critério que o senhor utilizou, que não é o nosso, também damos o exemplo.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ah!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Se olhássemos para aquilo que mais nos convém em vez de olharmos para

aquilo que é mais justo não propúnhamos a criação de um imposto que, provavelmente, nos vai obrigar a pagar

mais impostos, mas que continuamos a defender, porque é justo, apesar de não nos convir diretamente.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Há grandes diferenças entre o PCP e o CDS, e essa é só mais uma para a

sua coleção!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos entrar no segundo ponto da ordem do dia que consiste na

discussão do projeto de resolução n.º 331/XIII (1.ª) — Consagra o dia 16 de maio como Dia dos Cientistas (PS).

Para apresentar o projeto de resolução, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre Quintanilha.

O Sr. Alexandre Quintanilha (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Esperar que as decisões do

Parlamento e do Governo sejam baseadas no conhecimento é normal. Só assim poderão aspirar à confiança

dos cidadãos, até porque muitas dessas decisões só se concretizam a longo prazo.

Hoje, percebemos que a maioria dos desafios na nossa sociedade exigem soluções que estão na interface

de diferentes áreas do saber. Exigem conhecimentos profundos em diferentes domínios, assim como a

capacidade, a sensibilidade e a humildade de incorporar outras áreas disciplinares.

Os exemplos são muitos: como prever o impacto da inteligência artificial e da robótica no emprego, na

educação, na arquitetura e na segurança? Como estimar os efeitos da política energética no clima, na saúde,

na agricultura, na segurança alimentar, nos fluxos migratórios e nos conflitos emergentes?

Como regular os efeitos da globalização nas várias éticas — médica, ambiental e social, e na sustentabilidade

de muitos países?

Como conseguir que os avanços científicos e sociais, para além de nos darem mais anos de vida, possam

também aumentar a sua qualidade?

Como capacitar os cidadãos e as sociedades através da cultura? Quem não se lembra de uma obra, um

texto, uma pessoa que alteraram a nossa forma de nos vermos a nós próprios e ao nosso mundo?

A história, mostra que, em democracia, o conhecimento é uma das ferramentas mais poderosas para a

construção de sociedades dinâmicas em que os cidadãos se sentem mais realizados, isto é, mais livres,

autónomos e audazes, mas também mais inclusivos do outro e mostra que a forma como chegamos a esse

conhecimento parece ser muito semelhante em praticamente todos os domínios criativos.

Começa sempre com dúvidas e com perguntas—quando as incongruências são evidentes —, depois,

imaginam respostas, mais ou menos fora da caixa, e seguem-se múltiplas tentativas de validação dessas

respostas, com soluções que podem até responder a perguntas nunca antes feitas.

Este processo parece ser universal, das ciências naturais às sociais e humanas, mesmo quando a essas

respostas damos nomes diferentes: uns chamam-lhe hipóteses, outros narrativas, outros histórias.

O que caracteriza os cientistas envolvidos neste processo é a sua paixão, dedicação e perseverança.Por

isso, são respeitados, mesmo quando são incómodos ou discordam dos seus colegas.

Até à década de 70 eram pouco valorizados estes cientistas no nosso País. Eram poucos e as suas

oportunidades de trabalho eram escassas. Durante séculos, muitos foram forçados a emigrar para que a sua

criatividade fosse reconhecida.

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