21 DE ABRIL DE 2018
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O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, vamos dar
início à sessão plenária.
Eram 10 horas e 3 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da autoridade que abram as galerias.
Srs. Deputados, do primeiro ponto da ordem do dia consta o debate do projeto de resolução n.º 1502/XIII
(3.ª) — Portugal 2020 e sua reprogramação (PSD).
Para apresentar o projeto de resolução, tem a palavra o Sr. Deputado Emídio Guerreiro.
O Sr. EmídioGuerreiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Portugal 2020, denominação do
acordo de parceria celebrado entre Portugal e a Comissão Europeia, estabelece, para o período 2014-2020, os
princípios e as prioridades de programação para a política de desenvolvimento económico, social, ambiental e
territorial de Portugal.
A orientação para os resultados surge como um dos princípios estruturantes da governação e gestão dos
fundos comunitários, a ser aferida com base em indicadores de resultado e de realização, em benefício da mera
execução de fundos, visando-se garantir a qualidade dos investimentos apoiados.
O Portugal 2020 disponibiliza à administração central, local e aos agentes económicos ferramentas decisivas
para o investimento.
Alicerçado em programas operacionais temáticos, de âmbito nacional, e em programas operacionais
regionais, o Portugal 2020 visa essencialmente contribuir para a redução das assimetrias e o reforço da coesão
social, económica e territorial do nosso País.
O objetivo central é mesmo o de reduzir as assimetrias que existem em Portugal e reforçar a coesão, com
investimento público e com investimento na economia, modernizando-a e internacionalizando-a, e reforçar a
capacitação dos agentes científicos e económicos para criar um crescimento sustentável e de qualidade.
Como vem sendo habitual na execução dos diferentes programas comunitários de apoio e decorrido mais de
metade do período de vigência, importa fazer uma avaliação e preparar uma reprogramação. Reprogramar para
reafectar recursos redefinindo prioridades, tendo em conta a execução do programa, é um exercício útil e
importante.
Sabemos que o Governo deu início ao processo, tendo enviado um documento com as orientações
estratégicas para a reprogramação com o objetivo de a concluir até ao final de março passado. As reações não
tardaram: as comissões de coordenação e desenvolvimento regional, os conselhos regionais e a Associação
Nacional de Municípios manifestaram o seu desagrado em relação à proposta do Governo.
O Sr. AmadeuSoaresAlbergaria (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. EmídioGuerreiro (PSD): — Além disso, houve críticas por parte de todos os quadrantes políticos
partidários — sem cor, sem ideologias —, que expressaram publicamente a legítima preocupação perante uma
proposta que coloca em causa o objetivo central do Portugal 2020, que é o reforço da coesão social, económica
e territorial do País.
Afinal, o que propõe o Governo? Propõe utilizar, nos programas operacionais regionais, as verbas dos
instrumentos financeiros no reforço dos programas para as regiões? Não. Infelizmente, pretende utilizar
centenas de milhões de euros para despesas correntes, acentuando, deste modo, a desorçamentação do
Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. E isto não é aceitável
quando conhecemos bem a ambição de fazer mais e melhor nas diferentes regiões de convergência, nas regiões
mais desfavorecidas do País.
O Sr. FernandoNegrão (PSD): — Muito bem!
O Sr. EmídioGuerreiro (PSD): — Nos programas temáticos, de âmbito nacional, o Governo pretende desviar
verbas, mais umas centenas de milhões de euros, de projetos estruturantes para o interior e para a
internacionalização da economia para as áreas metropolitanas. E isto também é inaceitável.