O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

23 DE JUNHO DE 2018

27

ou grupos profissionais, de acordo com uma gestão transparente e eficiente, atendendo aos recursos

disponíveis.

No projeto de lei do Bloco de Esquerda, o setor privado da saúde, sem ou com fins lucrativos, e os

profissionais em regime liberal desenvolvem a sua atividade em complementaridade com o setor público.

Parece-me claro que a proposta preliminar do grupo de trabalho, que não constitui uma iniciativa legislativa, é,

desde já, mais garantística para o Serviço Nacional de Saúde.

Em conclusão, a nossa proposta será, no futuro, uma proposta legislativa e será, com certeza, mais exigente

no recurso ao setor privado. As tão faladas parcerias público-privadas também entram, aliás, no n.º 4 da Base

XI do projeto de lei do Bloco de Esquerda.

Estaremos, certamente, preparados para fazer um trabalho de consenso e que irá fortalecer a lei de bases

futura.

O debate de hoje é apenas mais uma etapa de um caminho trilhado por todos os que nunca deixaram de

estar ao lado do Serviço Nacional de Saúde.

Saibamos construir os necessários compromissos para oferecer ao País uma nova lei de bases, na qual

todos os portugueses se revejam. Também aqui, como noutras matérias, estou certa de que, com o empenho

de todos, será possível fazer uma nova lei de bases, um valioso legado desta Legislatura — repito, desta

Legislatura —, repleta de conquistas sociais e de recuperação de direitos.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem, agora, a palavra, também para uma intervenção, a Sr.ª Deputada

Paula Santos.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Já aqui afirmámos hoje que o Governo

dispõe de todos os instrumentos para dar resposta aos problemas que estão identificados no Serviço Nacional

de Saúde.

Não é a atual Lei de Bases da Saúde que está a obstaculizar a resolução dos problemas decorrentes das

opções políticas de sucessivos Governos, de desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde, mas, sim, a falta

de vontade política do Governo, que insiste, por opção, em não tomar as medidas eficazes e excecionais que

são necessárias.

Consideramos que a atual Lei de Bases da Saúde é muito negativa, que vai em sentido contrário ao espírito

do princípio constitucional do direito à saúde, universal e geral, de qualidade e para todos, e que escancarou

totalmente a porta para o negócio da saúde e para a progressiva transferência de serviços públicos para a

gestão privada, com tudo de perverso que isso tem, com a transferência de recursos públicos que deveriam ser

canalizados para o Serviço Nacional de Saúde, sendo o próprio serviço público a angariar os clientes para os

privados, assegurando-lhes chorudos lucros à custa da saúde e do bem-estar dos utentes.

Para o capitalismo, tudo o que seja essencial à vida é passível de ser mercantilizado e visto como mais um

negócio altamente lucrativo, como a saúde ou a água.

A atual Lei de Bases da Saúde merece o nosso total desacordo. Deve, de facto, haver uma nova lei de bases

da saúde. A questão que se coloca é a de saber se, no plano político, estão reunidas as condições para uma

alteração progressista da lei, retomando os valores de Abril e os princípios constitucionais, que ponha fim à

promiscuidade entre o público e o privado e que reforce o Serviço Nacional de Saúde, ou para uma alteração

ainda para pior. E, conhecendo as posições de PS, PSD e CDS — as opções políticas destes partidos quando

assumiram funções de governação —, importa saber se o caminho será o de valorização do Serviço Nacional

de Saúde ou o de benefício dos interesses dos grupos privados da saúde. Mas gostávamos ainda de saber se

o PS está disponível para convergir com o reforço do SNS, pondo fim aos interesses dos grupos económicos,

ou se, à semelhança da matéria laboral, irá convergir com PSD e CDS.

Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Tal como fizemos aquando da discussão da atual Lei de Bases da

Saúde, em que interviemos com uma iniciativa legislativa própria, também iremos intervir agora, de forma

autónoma e construtiva, com propostas concretas.

Defendemos o reforço e a valorização do Serviço Nacional de Saúde, com capacidade para dar resposta às

necessidades de saúde dos utentes em todo o território nacional. Não acompanharemos nenhuma perspetiva

Páginas Relacionadas
Página 0003:
23 DE JUNHO DE 2018 3 O Sr. Presidente: — Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, Srs. Jo
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 98 4 saúde. Faltará tecnologia. As listas de espera
Pág.Página 4
Página 0005:
23 DE JUNHO DE 2018 5 E não vale a pena, Sr.as e Srs. Deputados, puxar do argumento
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 98 6 Mas tal não se consegue com as políticas e os c
Pág.Página 6
Página 0007:
23 DE JUNHO DE 2018 7 privadas de saúde através da concessão de incentivos ou apoio
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 98 8 encontrar formas de construirmos uma nova Lei d
Pág.Página 8
Página 0009:
23 DE JUNHO DE 2018 9 A iniciativa que hoje se discute vai contra o sentido da hist
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 98 10 O Sr. José de Matos Rosa (PSD) — Verdade é que
Pág.Página 10
Página 0011:
23 DE JUNHO DE 2018 11 Por isso, respondemos positivamente ao apelo do Sr. Presiden
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 98 12 e damos ao SNS o fôlego de que precisa, voltan
Pág.Página 12
Página 0013:
23 DE JUNHO DE 2018 13 Se para o PS é clara a separação de papéis entre os prestado
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 98 14 O Sr. José de Matos Rosa (PSD): — Sr.ª Deputad
Pág.Página 14
Página 0015:
23 DE JUNHO DE 2018 15 É um indeclinável dever de gratidão e de justo tribut
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 98 16 Sr.as e Srs. Deputados, no PS, queremos contin
Pág.Página 16
Página 0017:
23 DE JUNHO DE 2018 17 sabemos que este não era um tema que estivesse nas posições
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 98 18 Respeitamos a memória de António Arnaut quando
Pág.Página 18
Página 0019:
23 DE JUNHO DE 2018 19 O Bloco de Esquerda também prevê, no seu projeto de alteraçã
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 98 20 Aplausos do PSD. A Sr.ª Presiden
Pág.Página 20
Página 0021:
23 DE JUNHO DE 2018 21 A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados:
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 98 22 O Serviço Nacional de Saúde, que nasceu há qua
Pág.Página 22
Página 0023:
23 DE JUNHO DE 2018 23 A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Mas queremos u
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 98 24 A questão que se coloca aqui hoje exige
Pág.Página 24
Página 0025:
23 DE JUNHO DE 2018 25 O Sr. Luís Vales (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Depu
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 98 26 Aplausos do PSD. Sr.ª Pres
Pág.Página 26
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 98 28 assente na lógica do dito «sistema nacional de
Pág.Página 28
Página 0029:
23 DE JUNHO DE 2018 29 O Sr. Adão Silva (PSD): — É o n.º 433/VIII (2.ª)!
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 98 30 … e 40% do orçamento anual do SNS é entregue a
Pág.Página 30
Página 0031:
23 DE JUNHO DE 2018 31 433/VIII, de 2001, do Bloco de Esquerda, que, na Base LX, se
Pág.Página 31