O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 5

42

que a comissão procedesse à recolha de contributos, à análise e à sistematização de medidas orientadas para

o crescimento da natalidade, a contenção da emigração e a integração social dos imigrantes.

É sabido dos estudos empíricos que as famílias desejam ter mais filhos do que efetivamente têm devido a

uma série de obstáculos diversos, desde os problemas de emprego e a difícil conciliação entre trabalho e vida

familiar aos custos significativos de creches, e outros fatores. Se estes projetos fossem aprovados, esta

comissão seria, previsivelmente, competente para apreciar as iniciativas legislativas que incidem sobre as

matérias que constituem o objeto da sua atividade.

A constituição desta comissão eventual reveste-se da maior importância, uma vez que o combate ao declínio

demográfico e a discussão de medidas que concretizem esse combate são uma temática central para o nosso

País e para o seu desenvolvimento futuro, devendo — face à relevância do tema — assumir-se como questão

prioritária. Este é, naturalmente, um problema complexo que se combate com medidas que, assumindo uma

lógica holística e integrada, tragam uma certa estabilidade e coerência às políticas de promoção de uma

natalidade desejada e que resultem de um profundo debate político e técnico que, envolvendo a sociedade civil,

seja capaz de gerar um consenso nacional em torno desta questão.

Estas medidas assumem uma lógica ampla e transversal, uma vez que abarcam necessariamente um

manancial de áreas muito distintas entre si, como, por exemplo, as finanças públicas, a fiscalidade, a segurança

social, as autarquias locais, a juventude, o trabalho, entre outras.

Na atual Legislatura, o debate sobre estas temáticas, em torno de projetos-lei e resoluções, tem estado

disperso por diversas comissões, o que, em meu entender, não tem assegurado a transversalidade de

abordagens nem a unidade e coerência na discussão das medidas de política que este tema exige. A vantagem

de uma comissão especializada seria não apenas dar maior dignidade estratégica ao tema, que deve ser um

dos grandes desígnios nacionais, mas também aprofundar e alargar o que tem sido já desenvolvido no contexto

do Grupo de Trabalho da Parentalidade e Igualdade de Género, da Comissão do Trabalho e Segurança Social,

que tem um âmbito muito mais restrito.

Combater o declínio demográfico com políticas públicas no sentido de se alcançar a fecundidade desejada é

essencial não apenas para melhorar o bem-estar das famílias no curto prazo mas para assegurar a

sustentabilidade económica e social da segurança social no longo prazo.

Porém, tal debate exige tempo e uma ponderação cuidadosa e desprovida de uma lógica propagandística,

algo que as propostas do CDS-PP e do PSD não asseguram, uma vez que o facto de o iniciarmos agora, na

última sessão legislativa da Legislatura, faz com que o tempo que restará para o debate desta questão, no

âmbito da criação desta comissão eventual, seja manifestamente insuficiente e altamente marcado por um clima

de campanha eleitoral, nada propenso ao debate deste tipo de problemas e de medidas.

Este tipo de propostas deve, portanto, ser apresentado no início da próxima legislatura, de modo a que o

combate ao declínio demográfico seja realmente assumido como objetivo estratégico da Assembleia da

República e de cada uma das forças políticas que nela venham a estar representadas.

Assim, face ao exposto, abstive-me relativamente aos Projetos de Resolução n.os 1800/XIII/3.ª e 1809/XIII/4.ª,

apresentados, respetivamente, pelo CDS-PP e pelo PSD, porque, concordando com a ideia de que a relevância

e transversalidade do problema e das soluções para o declínio demográfico no nosso País exigem uma lógica

de debate especializado em sede de comissão eventual dedicada exclusivamente ao mesmo, também sou de

entendimento que este debate no âmbito de uma nova comissão eventual exige tempo e o afastamento de

lógicas propagandísticas e imediatistas, algo que o facto de estarmos em final de Legislatura não assegura nem

permite.

O Deputado do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Paulo Trigo Pereira.

———

Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

Páginas Relacionadas
Página 0005:
28 DE SETEMBRO DE 2018 5 seus dependentes, sejam eles menores ou não, pois dividir
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 5 6 sejam analisadas e todos os grupos parlamentares
Pág.Página 6
Página 0007:
28 DE SETEMBRO DE 2018 7 Sobre o desemprego e a precariedade, não há nenhuma propos
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 5 8 sustentabilidade, mas, se tiver três filhos, ou
Pág.Página 8
Página 0009:
28 DE SETEMBRO DE 2018 9 O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Zero!
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 5 10 Deputado, quando querem acabar com uma medida q
Pág.Página 10
Página 0011:
28 DE SETEMBRO DE 2018 11 Sr. Deputado José Soeiro, onde é que estava quando o CDS
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 5 12 trouxeram, hoje, à discussão, nesta Casa, não f
Pág.Página 12
Página 0013:
28 DE SETEMBRO DE 2018 13 particular importância. É que uma das propostas aqui em d
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 5 14 Governo. O quociente familiar, Sr. Deputado Joã
Pág.Página 14
Página 0015:
28 DE SETEMBRO DE 2018 15 Sr.ª Deputada, acha ou não que é relevante para as famíli
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 5 16 A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Foi
Pág.Página 16
Página 0017:
28 DE SETEMBRO DE 2018 17 Numa frase: teremos um Portugal com mais futuro. <
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 5 18 O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — E ho
Pág.Página 18
Página 0019:
28 DE SETEMBRO DE 2018 19 O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Concluo, Sr. Presi
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 5 20 infância e à família, assegurando-se o acesso a
Pág.Página 20
Página 0021:
28 DE SETEMBRO DE 2018 21 Aplausos do PS. O Sr. Tiago Barbosa
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 5 22 Sr.as e Srs. Deputados, recordo que desde 2010
Pág.Página 22
Página 0023:
28 DE SETEMBRO DE 2018 23 Sr.as e Srs. Deputados, não se trata apenas de pedir resp
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 5 24 Sim, este é um tema que a todos diz respeito. J
Pág.Página 24
Página 0025:
28 DE SETEMBRO DE 2018 25 A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Portanto, seria
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 5 26 Dito isto, Sr.ª Deputada do Partido Socialista,
Pág.Página 26
Página 0027:
28 DE SETEMBRO DE 2018 27 apresenta hoje não têm qualquer relevância para o País, n
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 5 28 Basta ver as inúmeras propostas que temo
Pág.Página 28
Página 0029:
28 DE SETEMBRO DE 2018 29 A Sr.ª Margarida Balseiro Lopes (PSD): — Demagógica, porq
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 5 30 Portanto, na conclusão deste debate, o p
Pág.Página 30
Página 0031:
28 DE SETEMBRO DE 2018 31 Aplausos do PS. O Sr. Presidente (Jorge Lacã
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 5 32 Vozes do PCP: — Muito bem!
Pág.Página 32
Página 0033:
28 DE SETEMBRO DE 2018 33 A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr.ª Deputada
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 5 34 Peço a compreensão dos demais Deputados.
Pág.Página 34
Página 0035:
28 DE SETEMBRO DE 2018 35 A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Não é preciso, eu ouvi!
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 5 36 Não foi essa a vossa opção, mas o nosso papel,
Pág.Página 36
Página 0037:
28 DE SETEMBRO DE 2018 37 O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 5 38 infância a servir toda a população — e lembro q
Pág.Página 38
Página 0039:
28 DE SETEMBRO DE 2018 39 uma ou duas das quais se afastam, são todas as propostas
Pág.Página 39