20 DE OUTUBRO DE 2018
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do seu gabinete no interior do País, em Castelo Branco, é mais do que um gesto simbólico. Eu espero que seja
o testemunho de um compromisso deste Governo com a localização de serviços públicos no interior.
Todas as decisões de instalação de serviços públicos que este Governo tem tomado até ao momento têm
sido no sentido de os localizar no interior do País: os Laboratórios Colaborativos que valorizam recursos
endógenos, a sede da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, a empresa pública florestal e, agora,
o gabinete da Secretaria de Estado. É pouco — poderão dizer —, mas é mais do que se fez, desde há muito
tempo, e é, sobretudo, o sentido que é traduzido no compromisso do Programa de Valorização do Interior, de
que a abertura de novos serviços públicos, de ora em diante, deve fazer-se preferencialmente para e no interior
do País, salvo razões ponderosas em que se trate de servir uma população muito específica.
Portanto, penso que todas estas noções, estas ideias, estas decisões, são o reforço de um sentido de
reequilíbrio de ocupação do nosso território.
Sobre o manifesto distrital do Partido Socialista em Castelo Branco, a Sr.ª Deputada já leu o texto, que eu
não conhecia anteriormente, e, de facto, aquilo que posso dizer é o seguinte: o Governo comprometeu-se no
seu Programa com a redução substancial das portagens nestas vias rodoviárias e é isso que tem estado a
executar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular as suas perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Rocha.
O Sr. Francisco Rocha (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro Adjunto e da Economia, todos os portugueses,
mesmo os que vivem e habitam no litoral, percebem os desafios que impendem sobre o interior e o transformam,
por isso, numa prioridade nacional.
Sabemos bem que o desafio é gigante, por isso mesmo é que o Governo e o Partido Socialista não se
apresentam neste debate de mãos vazias.
Unidade de Missão, Programa de Valorização do Interior, uma inédita e saudada Secretaria de Estado,
fiscalidade diferenciada, um programa de captação de investimento estratégico, mais emprego, mais emprego
qualificado, via verde específica no PT2020, mais vagas nas instituições de ensino superior, Laboratórios
Colaborativos, aposta no turismo, no termalismo, nos recursos geológicos e na ferrovia.
Sr. Deputado Lima Costa foi este Governo que estendeu a eletrificação da Linha do Douro, de Marco de
Canaveses até ao Peso da Régua, porque os senhores não deixaram lá nada. Zero!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Francisco Rocha (PS): — Sr. Ministro, os Governos não são, e não foram, todos iguais. O tempo e a
memória dos portugueses registará aqueles que não se conformam, que não se deixam vencer pela resignação
e pela inércia, que investem e apostam, que têm visão, que assumem o interior como parcela de um território
que tem direito à igualdade de oportunidades e que não é menos do que o resto do País.
Em contraponto, e é impossível esquecer, o passado recente traz-nos à memória a ação de um Governo de
direita, que assumiu esta parcela do território como um fardo, dispensável e descartável, que retirou, que
encerrou, que desinvestiu, que consagrou o interior como o lado lunar das suas políticas,…
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Muito bem!
O Sr. Francisco Rocha (PS): — … condensado numa espécie de guia prático para a sua liquidação.
Aplausos do PS.
Hoje, as bancadas da direita tentaram, mais uma vez, expiar os seus pecados com «lágrimas de crocodilo»,
misturadas com uma boa dose de amnésia e peso na consciência.
Vozes do PS: — Exatamente!