I SÉRIE — NÚMERO 29
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O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e
Srs. Jornalistas, vamos dar início à sessão plenária.
Eram 15 horas e 4 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da autoridade para abrirem as portas das galerias ao público.
Antes de entrarmos na ordem do dia, dou a palavra ao Sr. Secretário Duarte Pacheco para proceder à leitura
do expediente.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, informo que deu entrada na
Mesa, e foi admitido, o Projeto de Lei n.º 1048/XIII/4.ª (BE) — Lei de bases do direito humano à alimentação
adequada, que baixa à 7.ª Comissão.
É tudo, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, passamos à ordem do dia que tem um único ponto e que consta
da Interpelação ao Governo n.º 23/XIII/4.ª (CDS-PP) — Infraestruturas públicas.
Para abrir o debate, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral, do CDS-PP.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O País vive hoje num profundo e
generalizado estado de greve — da justiça à saúde, dos estivadores aos bombeiros, da educação aos
transportes, das forças de segurança aos guardas prisionais. Todas estas greves são o sinal do colapso do
Estado como prestador de serviços, como acionista e como empregador.
Este Governo já não serve os portugueses, o que não espanta. Este Governo não foi a primeira escolha das
urnas, é uma escolha do Partido Socialista, do Partido Comunista Português, do Bloco de Esquerda e do Partido
Ecologista «Os Verdes».
Agora, o problema já não é de legitimidade, é, sobretudo, de capacidade. As infraestruturas públicas, dia
após dia, estão a colapsar, um colapso anunciado, porque nesta área a governação exige competência, rigor,
concertação e escolhas difíceis. Tudo o que este Governo não demonstrou.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — A maioria dos seus responsáveis não se pode queixar de
desconhecimento, pois são os mesmos que estão na origem do problema: a dívida escondida do PS, que foi
recuperada pelo Governo PSD/CDS.
Na altura, o PS, enquanto maior partido da oposição, até contribuiu para a elaboração do PETI 3+ — Plano
Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020. O PS criou o problema, mas conhecia e concordou
com as soluções.
Bem sei que se preparam para atribuir a culpa ao Governo anterior ignorando os verdadeiros responsáveis,
os ministros do Governo de José Sócrates, que conduziram o País ao maior crescimento da dívida pública de
que há memória: 40,6%, entre 2005 e 2011.
Quem eram, então, os ministros e secretários de Estado responsáveis por isso? Esses ministros e secretários
de Estado têm nomes: António Costa, Eduardo Cabrita, Maria Manuel Leitão Marques, João Gomes Cravinho,
Ana Paula Vitorino, Pedro Marques, Manuel Heitor, Augusto Santos Silva, Vieira da Silva, entre outros.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Estes não podem dizer que não sabiam, porque sabem.
O Memorando da troica, aquele que foi assinado por estes senhores, impunha: a redução do serviço público
prestado por empresas do Estado, como consta do ponto 3.23 do Memorando; a privatização dos CTT — sim,
ouviram bem, foram os senhores, que agora estão no Governo, que assinaram essa determinação —, tal como
a privatização da REN, da EDP, da Galp, da Caixa Seguros, da TAP e da CP Carga — para quem tiver memória
curta, consta do ponto 3.31 do Memorando;…