O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

24 DE JANEIRO DE 2019

23

O Sr. João Vasconcelos (BE): — Não deixa de ser um paradoxo: no investimento e na área social, este

Governo tem prosseguido uma política de subserviência ao défice e a Bruxelas; já no domínio militar, a

subserviência é à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), à Europa e a Trump, que querem gastos

de 2% do PIB (produto interno bruto) em matéria de defesa.

Depois, há outras questões que convém assinalar.

A pretexto do duplo uso, muitos destes meios irão ser colocados ao serviço da NATO, que é um instrumento

global de guerra e não uma organização de paz — basta ver o seu historial triste.

Segundo o Governo, o navio polivalente logístico, além do apoio a populações sinistradas, para emergências

civis, para transporte e assistência humanitária, servirá para projetar forças militares e equipamentos em

operações externas, nas chamadas Forças Nacionais Destacadas, ao serviço da NATO e da União Europeia. É

exatamente o que se passa com os submarinos: são quase 1000 milhões ao serviço de forças e organizações

militaristas estrangeiras.

Sr. Ministro, confirma, efetivamente, que o navio polivalente logístico também irá servir para integrar a força

de reação rápida da NATO e da União Europeia?

Outra questão, Sr. Ministro, tem a ver com os aviões KC-390, que estava previsto serem construídos nas

instalações das OGMA (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico), as quais foram adquiridas pela brasileira

Embraer. Ao que parece, tudo isto se encontra em sério risco, porque a Boeing adquiriu grande parte da Embraer

e Bolsonaro poderá mesmo pôr em causa as próprias OGMA em Portugal, com graves consequências para

milhares de trabalhadores. Para já, Sr. Ministro, parece que os brasileiros estão a pedir mais dinheiro.

Sr. Ministro, se este negócio falhar, qual o plano B do Governo? Vai avançar com mais verbas, se forem

pedidas? Se falhar, não estará em causa aquilo a que o Governo chama «consolidação de um cluster

aeronáutico nacional»?

Aplausos do BE.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Jorge Lacão.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado, do PCP.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro da Defesa Nacional, o primeiro

aspeto que queremos destacar é o facto de, uma vez mais, à semelhança do que aconteceu com propostas de

Lei de Programação Militar anteriores, esta proposta de lei não ter sido apresentada a tempo de ser aprovada

antes do início do prazo da sua execução.

Contudo, é verdade que o atraso é significativamente inferior ao de propostas anteriores e que o Sr. Ministro

tem a atenuante da substituição que ocorreu no Ministério da Defesa Nacional.

O segundo aspeto que queremos destacar é o de que estamos a discutir uma proposta que, pelo menos

desde abril, o Governo anda a anunciar, nas visitas às unidades militares, como um facto consumado, em

desrespeito pela Assembleia da República, que é soberana na decisão quanto a esta Lei. Sabemos que esses

anúncios pararam, mas fica aqui o registo.

Por fim, Sr. Ministro, o PCP afirma a sua disponibilidade — como, de resto, sempre tem feito — para uma

discussão séria, em sede de especialidade. Se há opções de equipamentos que são mais pacíficas, há outras,

como a do navio polivalente logístico, que oferecem muitas reservas.

Deixamos-lhe, pois, algumas perguntas, neste momento do debate.

Para além das dúvidas sobre a concretização do programa KC-390, o Governo projeta que, ao longo desta

LPM, possam vir a ser integrados novos programas de alguma envergadura financeira, nomeadamente na Força

Aérea?

É possível ter uma ideia da participação da indústria nacional no total desta LPM, incluindo no eventual

negócio dos KC-390?

Por fim, o Governo considera ou não possível fazer, em sede de discussão na especialidade, alterações a

programas de aquisição referidos nesta mesma proposta de Lei de Programação Militar?

Aplausos do PCP.

Páginas Relacionadas
Página 0002:
I SÉRIE — NÚMERO 42 2 O Sr. Presidente: — Sr.as Deputadas e Srs. Depu
Pág.Página 2
Página 0003:
24 DE JANEIRO DE 2019 3 proteção da saúde constitui uma responsabilidade do Estado,
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 42 4 Com a oposição do PSD, do CDS e de Deputados in
Pág.Página 4
Página 0005:
24 DE JANEIRO DE 2019 5 aplicados dentro do Serviço Nacional de Saúde, fixe profiss
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 42 6 Vozes do CDS-PP: — Muito bem! A S
Pág.Página 6
Página 0007:
24 DE JANEIRO DE 2019 7 Finalmente, a proposta de lei do Governo assume que a contr
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 42 8 O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Vai o Gov
Pág.Página 8
Página 0009:
24 DE JANEIRO DE 2019 9 A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 42 10 A proposta de lei de bases do PCP aborda ainda
Pág.Página 10
Página 0011:
24 DE JANEIRO DE 2019 11 dos sistemas de proteção social e de saúde, bem como o pes
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 42 12 e o processo legislativo em curso para servir
Pág.Página 12
Página 0013:
24 DE JANEIRO DE 2019 13 É despropositado, Sr. Deputado, insistir na mercantilizaçã
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 42 14 Risos. Vamos, então, pass
Pág.Página 14
Página 0015:
24 DE JANEIRO DE 2019 15 Sr. Presidente, Srs. Deputados: Este Governo, na atualidad
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 42 16 Só assim, no entendimento de Os Verdes, caminh
Pág.Página 16
Página 0017:
24 DE JANEIRO DE 2019 17 Quando nos disserem que falta capacidade de internamento n
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 42 18 Aplausos do BE. O Sr. Presidente
Pág.Página 18
Página 0019:
24 DE JANEIRO DE 2019 19 Gostava, também, de assinalar os contributos que o Bloco d
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 42 20 moderadoras, porque elas, hoje, não moderam o
Pág.Página 20