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I SÉRIE — NÚMERO 27

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Sr. Presidente, o PS e o Governo têm os pés bem assentes na terra: fazer mais implica mais crescimento económico ou prioridades diferentes.

No quadro do crescimento económico, o País tem progredido bem e de forma sustentável. Cresce à custa do investimento privado, que bateu recordes nunca vistos, sempre acima da média da União Europeia, e das exportações, cujo comportamento excedeu as expectativas dos mais otimistas…

Aplausos do PS. … e sobretudo dos adeptos da chegada do diabo, com crescimentos médios de 5,3% na anterior Legislatura. Estes dados dão sustentabilidade ao modelo económico português, que, em termos de investimento total e

em percentagem do PIB, passou de 15,5%, em 2015, para quase 18%, em 2019. É verdade que o País podia crescer mais, com mais investimento público, mas a dimensão da sua dívida e a necessidade de não anular os mecanismos que permitem acionar medidas anticíclicas obrigam-nos a uma prudência mínima. De resto, crescimento puxado, sobretudo, pelo investimento público é o principal sinal de insustentabilidade.

Aplausos do PS. De qualquer modo, também não observamos qualquer atitude corajosa e arrojada de mudar as prioridades

da despesa. A proposta da oposição, em relação à despesa, foi sempre no sentido da subida e, para a receita, por outro lado, foi sempre no sentido da descida. É por estas e por outras que, no passado, em vez de 4, tivemos 11 Orçamentos. Na verdade, «a bota nunca bateu com a perdigota». Diga-se em abono da verdade que nem era um problema de previsão, era de governação.

Mas fazer mais rápido também implica remover obstáculos, que se relacionam com o regime em vigor da contratação pública. Na prática, sem alterações que assegurem a manutenção da transparência e que, ao mesmo tempo, reduzam os tempos de implementação das opções de investimento público, dificilmente será possível mudar o panorama.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado. O Sr. Carlos Pereira (PS): — Termino já, Sr. Presidente. Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Neste trajeto bem-sucedido, o investimento público foi sempre

presente e nunca diabolizado. Mas, neste caminho, verificamos muito ruído, algumas vezes histriónico, sobre o investimento público. Curiosamente, a maior parte dele veio precisamente do lado daqueles que o afundaram.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado. O Sr. Carlos Pereira (PS): — São, aliás, os mesmos que suspendem obras quase no mesmo tom e com a

mesma sagacidade com que propõem mais e mais investimento. Aplausos do PS. O Sr. Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Cristóvão Norte, do

PSD, Bruno Dias, do PCP, João Gonçalves Pereira, do CDS-PP, e Diana Pereira, do BE, aos quais o Sr. Deputado Carlos Pereira responderá, segundo informou a Mesa, em grupos de dois.

Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Cristóvão Norte. O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Pereira, não haveria melhor momento

para o PS proclamar, uma vez mais, o seu amor inveterado pelo investimento público. É que faz hoje precisamente quatro anos que, em 2016, o Governo do Partido Socialista lançou o Ferrovia 2020, com uma projeção de revolucionar, com 2,7 mil milhões de euros, a ferrovia, em Portugal.

Ora, esse programa tem, hoje, segundo a auditoria do Tribunal de Contas e também pelo reconhecimento da Infraestruturas de Portugal, uma taxa de execução na ordem dos 11%.