I SÉRIE — NÚMERO 37
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A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Barros, do
PSD.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Queria agradecer aos subscritores a
petição que enviaram a este Parlamento na passada Legislatura e que agora estamos a discutir, em conjunto
com projetos do Bloco de Esquerda, do PCP, do PEV e do PAN, relativos à matéria do sistema de reparação
dirigido aos funcionários públicos fruto dos infortúnios que acontecem em meio laboral, como acidentes e
doenças profissionais.
Parece que é consensual neste Parlamento, todos estamos de acordo que tem de existir um sistema de
reparação dirigido aos funcionários públicos — ninguém está contra este princípio —, quando acontecem estas
infelicidades no local de trabalho.
Relativamente a esta matéria, é importante dizer que o PSD também não pretende, de forma alguma, violar
esse princípio constitucional em discussão.
Gostaria de dizer, desde já, que estamos disponíveis para contribuir para uma discussão em que se possa
analisar a melhoria do sistema, não vamos obstaculizar nenhuma melhoria do sistema de reparação destes
danos causados aos funcionários públicos, aos trabalhadores do Estado, mas é preciso acautelar alguns
pressupostos básicos que convém aqui referir e que não serão, certamente, novidade.
À semelhança daquilo que aconteceu no passado, convém que os proponentes destas iniciativas não forcem
esta votação em Plenário. É porque, no passado, aquilo que aconteceu foi que não houve uma verdadeira
discussão pública — e, no caso concreto destes projetos, acontece a mesma coisa —, pelo que é preciso
terminar o período de apreciação pública, de consulta pública, para que todas as entidades se possam
pronunciar sobre o tema e possamos chegar a consensos.
Depois, há a questão da lei-travão, que todos neste Parlamento conhecemos e da qual falamos. É que a
matéria que está a ser discutida implica mais despesas para a Administração Pública e os Srs. Deputados sabem
que há projetos aqui em discussão que obrigam a que, após aprovação da lei, ela entre imediatamente em vigor.
No entanto, com o Orçamento do Estado que está em vigor, não é possível, neste momento, fazermos esse
acrescento de despesas.
Além da lei-travão, a outra questão que é preciso referir é a da sustentabilidade dos sistemas. E quando falo
da sustentabilidade do sistema, falo da Caixa Geral de Aposentações e, também, da segurança social, porque,
quando o PSD chegou ao Governo, em 2011, encontrou estes dois sistemas em colapso. Aquilo que é
pressuposto é não só para acautelar o interesse nacional, é também preciso acautelar o interesse dos próprios
trabalhadores…
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço que conclua, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Como dizia, aquilo que é pressuposto é não só para acautelar o interesse nacional, é preciso acautelar o
interesse dos próprios trabalhadores a quem vamos atribuir esses direitos — hoje, estes são atribuídos e convém
que, no futuro, não sejam retirados —, até por uma questão de responsabilidade para com as futuras gerações.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada. Esgotou o seu tempo há muito.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Termino, Sr.ª Presidente.
Outra questão é a da convergência dos sistemas, a da justiça, para que, em relação a todos os trabalhadores
que exercem funções no Estado, comparativamente aos trabalhadores do setor privado, possamos criar uma
igualdade e uma aproximação entre estes dois sistemas.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Sr.ª Deputada, tem de concluir.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Estamos, sim, disponíveis e não vamos obstaculizar.