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1 DE ABRIL DE 2021

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Todas as legislaturas foram de uma exigência diferente entre si e creio que esse é, também, um sentimento

que todas as bancadas reconhecerão como familiar.

Esta última, na sua excecionalidade e incerteza, no seu gigantesco impacto e imprevisibilidade, representa,

provavelmente, o maior desafio que esta Assembleia enfrentou desde a consolidação da democracia.

Sr.as e Srs. Deputados, quero deixar isto bem claro: naquilo que me for possível, contem comigo para

enfrentá-lo. Contem comigo, como cidadão e autarca, para estar ao vosso dispor nesta missão, que sei que é

difícil e que também já partilhei convosco. Contem comigo, como cidadão e autarca, sabendo e reconhecendo

a importância deste Parlamento.

Sr.as e Srs. Deputados, nas semanas em que ponderei sobre a minha saída, refleti muito sobre a nossa

função e sobre o papel desta mesma Assembleia na nossa democracia. Posso dizer-vos, Sr.as e Srs. Deputados,

que saio com a consciência tranquila. Digo tranquila porque o País pode contar, da esquerda à direita, com uma

boa representação parlamentar, pela Deputada Isabel Pires, do Bloco de Esquerda; pelo Deputado Bruno Dias,

do PCP; pelo Deputado André Silva, do PAN; pela Deputada Mariana Silva, de Os Verdes; pelos Deputados

Hugo Costa, Filipe Pacheco e Pedro Coimbra, do Partido Socialista; pelos Deputados Hugo Carvalho, Cristóvão

Norte e Bruno Coimbra, do PSD; pelo Deputado João Cotrim Figueiredo, do IL; pelo Deputado André Ventura,

do Chega; pelas Deputadas independentes Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues, entre tantos outros.

Além da certeza de que aqui, ao contrário de em tantos outros sítios, estamos melhor acompanhados do que

sós, pensei sobre o que fazemos todos os dias, que propósito temos, que compromisso honramos e a que

ambições devemos responder. E, Sr.as e Srs. Deputados, creio ter alcançado a possibilidade de uma resposta.

Neste século, que terá tudo de turbulento, a função maior da Assembleia será a de conciliar as possibilidades

do futuro com as urgências do presente; será garantir que a inovação e a tecnologia estarão ao serviço do bem-

estar dos portugueses; será proteger as instituições democráticas da instabilidade que todas as mudanças nos

trarão; será preparar atempadamente um enquadramento legal que preserve o papel do Estado na proteção do

interesse dos portugueses face a elas.

Esse, a meu ver, é o desafio maior: servir de ponte entre o que somos e o que queremos ser, sem deixar

ninguém para trás. Não ficar sentado à espera da mudança, nem concorrer desenfreadamente contra ela é um

objetivo comum em que cada um de nós prefere caminhos alternativos mas não menos comum por isso. É assim

no 5G, nas suas 1001 possibilidades e nos seus outros tantos riscos, é assim no surgimento do blockchain, que

irá revolucionar a privacidade e a tecnologia de dados no planeta, e é assim, principalmente, na descarbonização

do planeta e na luta contra as alterações climáticas.

Não é preciso ser de esquerda ou de direita para ver que a sustentabilidade do nosso habitat, a sua

articulação com as políticas públicas e o seu potencial económico devem ser considerados em conjunto.

Daqui a 10 anos, estou convicto de que as empresas e indústrias neutras em carbono serão líderes da

economia global e este Parlamento deve fazer tudo para garantir que o nosso tecido empresarial e industrial

possa integrar esses sucessos.

Este Parlamento deve fazer tudo para sensibilizar as diferentes gerações para a emergência de eliminar as

emissões de carbono e manter a temperatura média do planeta em níveis não destrutivos, para que não existam

mais catástrofes.

Sr.as e Srs. Deputados, em plena pandemia, com aviões em terra e automóveis parados, as emissões tiveram

uma redução que não alcançou os 5%. Há muito a fazer. Não podemos adiar o problema. Não há plano B! É

este o apelo que vos deixo. É esta mensagem que vos trago.

Termino com uma nota de agradecimento ao Sr. Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro

Rodrigues, ao Telmo Correia e à Cecília Meireles, meus líderes parlamentares, aos Deputados e funcionários

do CDS e a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, nos ajudam a concretizar o nosso trabalho diário,

aqui, no Parlamento.

Quero ainda agradecer à comunicação social. Nasci em democracia e cresci em liberdade graças a ela. É

grato por isso que saio hoje desta Câmara.

Voltando ao poeta irlandês, «um homem é original quando afirma a verdade que foi sempre conhecida por

todos os homens bons». Foi isso que aqui tentei fazer.

Muito obrigado e felicidades para todos.

Aplausos do CDS-PP, do PSD, do IL e de Deputados do PS.

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