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I SÉRIE — NÚMERO 90

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A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Como é que se sente, Sr. Deputado, quando ouve o Sr. Primeiro-Ministro dizer que o subsídio social de desemprego acaba este mês? E vão ficar sem apoio tantas mulheres com filhos

que não arranjam emprego porque toda a gente lhes diz que não sabem se as escolas vão funcionar ou não e

se elas podem faltar ou porque lhes basta ter voltado para casa dos pais e alguém receber a pensão mínima

para não terem nenhum apoio, tal como o Partido Socialista desenhou. Como é que se sente, Sr. Deputado?

Não sente que é pouco? Não sente que está a deixar mal as pessoas que defende, que quer defender?

Sr. Deputado, o que diz aos trabalhadores da Altice que estão neste momento a ser substituídos por

trabalhadores em outsourcing, com as mesmas regras de despedimento que a troica fez e que o Partido

Socialista se recusou a revogar aqui, no Parlamento? Sr. Deputado, não se sente mal com isso?

Sr. Deputado, não se sente mal por termos trabalhado, durante quatro anos, num relatório contra a

precariedade…

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (Duarte Cordeiro): — E o Orçamento?!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — … e, depois, no fim, o Governo ter entregue à concertação social e ter feito um acordo com o PSD para aumentar o período experimental e ter deitado para o caixote do lixo todo o trabalho

que fizemos para combater a precariedade?

Sr. Deputado, não se sente mal por saber que o Governo acabou de entregar na concertação social as regras

do trabalho, em que exclui os trabalhadores das plataformas digitais?

O Sr. Primeiro-Ministro: — Exclui?!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Deputado, não acha que é poucochinho? Não acha que para defender o trabalho e o salário é mesmo preciso regras para a economia?

Sr. Deputado, se estiver aqui para fazer essas regras, saiba que o Bloco de Esquerda nunca falha a esse

combate.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Mais do que refletirmos, hoje, sobre o estado da Nação, este debate deve servir também para

avaliarmos o estado da governação. E se o estado da Nação é mau, o estado da governação é um desastre.

O estado da nação é, obviamente, muito do resultado da crise pandémica que vivemos, mas também do que

foram os seis anos de governação do Partido Socialista, com os seus aliados.

Sobre a pandemia, que vitimou mais de 17 000 portugueses e a que os profissionais e o País responderam

com coragem e solidariedade, convém recordar que, na sua gestão, foram cometidos muitos erros.

Desde logo, por razões estritamente ideológicas, foi cometido o erro de querer excluir o setor privado e o

setor cooperativo no combate à doença para valorizar a retórica do público, quando o que era necessário era

tratar doentes aproveitando toda a capacidade instalada.

Mais: erros na informação (usa máscara/não usa máscara); erros na pressa do primeiro desconfinamento;

na ideia de que a segunda vaga não chegava cá; no que se passou no Natal e em janeiro, e por isso chegámos

a ser o pior país do mundo, em termos de pandemia.

A maior parte desses erros foram cometidos por incapacidade de organização, falta de testes, falta de

sequenciação e, sobretudo, porque cada vez que as coisas correm um pouco melhor a propaganda sobrepõe-

se a tudo e leva a que se cometam mais erros, como foi o caso de alguns festejos.

Chegados aqui, e apesar disto, o Partido Socialista vem cheio de si mesmo e está obcecado em apoucar a

oposição durante todo o debate. Afinal, está tudo ótimo. Arrogantes e prepotentes, trazem-nos o quê? Piadas e

propaganda. Diria mesmo que, em relação às piadas — e não é nada comigo —, eu não recomendaria muito as

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