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25 DE FEVEREIRO DE 2022

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em causa a nossa arquitetura de segurança e a própria União Europeia, o que me leva apenas a reiterar o apoio

do Grupo Parlamentar do Partido Socialista ao povo ucraniano e à ação do Governo, designadamente na frente

europeia, incentivando a que prossiga a postura construtiva, prudente e responsável que constitui a marca de

Portugal no Conselho da União Europeia e nas instâncias internacionais em que participa.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Capoulas Santos, de facto, há uma característica absolutamente essencial no comportamento europeu até agora, que é a

unidade. A unidade, em primeiro lugar, entre os 27 e a rapidez da resposta conjunta dos 27, e, também, a

convergência com os nossos aliados mais próximos, desde logo os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá.

Essa unidade faz a nossa força, porque um dos objetivos — e não foram objetivos inconfessados —

confessados explicitamente pelo Presidente Putin tinha sido o da desunião da Europa, o da divisão da Europa.

E por isso é que tem sido tão importante este trabalho de concertação feito a diferentes níveis, desde os chefes

de Estado e de Governo aos representantes permanentes nas instituições europeias, porque isso dá uma força

e uma eficácia à ação europeia que a mesma não teria se a unidade não existisse ou pudesse ser posta em

dúvida.

Depois, a prudência. Estamos a falar de circunstâncias muito perigosas e em relação às quais qualquer erro

de cálculo pode produzir efeitos indesejáveis absolutamente devastadores. Portanto, por muito que, por vezes,

nos custe, é preciso preservar a cabeça fria, é preciso preservar a racionalidade, é preciso ser cauteloso e

prudente.

Desse ponto de vista, permita-me, Sr. Deputado, que aproveite esta ocasião para salientar e saudar a

contenção impressionante de que a Ucrânia tem dado provas. O sangue-frio, a capacidade de resistência, a

capacidade de agir racionalmente e a contenção que as autoridades ucranianas têm mostrado até agora são

algumas das razões que explicam por que merecem tanto o nosso apoio, a nossa solidariedade e a nossa

presença próxima.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, ainda pelo Grupo Parlamentar do PS, a Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendes.

A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, ontem, na Conferência de Líderes, quando marcámos este debate, não queríamos acreditar que hoje pudéssemos ter

acordado numa Europa diferente e, atrevo-me mesmo a dizer, num mundo diferente.

Por isso, a primeira palavra deste Grupo Parlamentar, Sr. Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, é de forte

condenação, sem nenhuma tibieza, àquilo que aconteceu esta madrugada: uma invasão militar, uma agressão

militar da Rússia à Ucrânia que não queríamos imaginar que fosse possível, depois de meses e meses a tentar

a via diplomática. Esta madrugada ficará para a história como um dia negro, uma página negra.

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista quer dirigir-se aos milhões de ucranianos. Quem viu, hoje, as

imagens de homens e mulheres, velhos e novos, crianças a fugir à guerra, que não tem qualquer razão para

existir, não pode deixar de dar uma palavra de solidariedade e de profunda — repito, profunda — gratidão pela

forma nobre como têm resistido às agressões silenciosas ao longo dos anos.

Aplausos do PS.

Acordámos, Sr.as e Srs. Deputados, com a guerra de volta ao teatro europeu, numa ação militar, como já se

disse ao longo da tarde, gravíssima, ilegal, sem precedentes na Europa desde a II Guerra Mundial. Este era o

nosso espaço de paz, de estabilidade, de segurança e que está, neste momento, profundamente ameaçado.

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