O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 19

4

O Sr. André Ventura (CH): — Desde o início desta questão, ou estava na Europa, ou fora da Europa, ou fora do Governo, ou dentro do Governo, ou fora de São Bento, ou dentro de São Bento. O Primeiro-Ministro

recusou sistematicamente responder às questões que implicavam diretamente este Governo na temática do

acolhimento dos refugiados ucranianos em Portugal.

Desde o início que António Costa procurou escudar-se no Presidente da República, nesta Assembleia da

República, nos serviços secretos, na câmara municipal ou em qualquer outra entidade para fugir ao óbvio: a

responsabilidade do Governo nesta matéria.

Foram ouvidas associações e foram ouvidos grupos de interesse. Todos foram consensuais quanto a um

dado: há mais de 10 anos que as associações ucranianas denunciavam que, em Portugal, estes refugiados

estariam a ser acolhidos por pró-russos e há uns anos que estas associações eram maquilhagem de propaganda

russa, em Portugal.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente!

O Sr. André Ventura (CH): — Financiámos estas associações com dinheiro público, e muitas delas diretamente ligadas ao regime russo têm financiamento direto do Estado português.

Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.

A Associação dos Imigrantes de Leste e o Centro de Apoio à População Emigrante de Leste Europeu e

Amigos são exemplos, que não queria deixar de dar, de caras de apoio aos ucranianos que são braços de

Vladimir Putin e do regime russo, em Portugal.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente!

Protestos do Deputado do PS Tiago Barbosa Ribeiro.

O Sr. André Ventura (CH): — Tudo possível de ser dito, se não fosse tão grave que o Estado português o tivesse financiado, que câmaras municipais o tivessem financiado, com dinheiro que é dos contribuintes, sem

qualquer escrutínio.

Este Parlamento ouviu os serviços secretos após esta polémica, e a informação circulou — e uso a palavra

«circulou» por uma razão, por uma expressão que vou citar. Foi-nos dito isto: «A informação que tinha de circular

circulou para quem de direito. Quem de direito tinha esta informação.» Todos sabemos quem é «quem de

direito»: é o homem que falta aqui, hoje, na bancada debaixo desta tribuna, é o Sr. Primeiro-Ministro de Portugal.

É ele que sabe e que deve dar explicações sobre o caso em apreço. Mas não!

Aplausos do CH.

O que sabia António Costa sobre esta atividade russa em Portugal? O que sabia António Costa sobre a

presença destas associações, financiadas com o dinheiro público, em Portugal? O que sabia o Governo sobre

estas associações e a sua atividade?

O Partido Socialista vetou a vinda do Presidente da Câmara de Setúbal ao Parlamento, e vetou-a por uma

razão: quando se trata de autarquias, há órgãos próprios para a sua fiscalização. É curioso que o mesmo Partido

Socialista tenha aceitado chamar Fernando Medina ao Parlamento para falar sobre a partilha de dados com a

Rússia, quando se tratou das manifestações em frente à embaixada. É um critério para uma coisa, outro critério

para outra.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!