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22 DE JULHO DE 2022

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Enquanto artista plástico, expôs dezenas de vezes a título individual, nomeadamente na Galeria Presença,

no Porto, tendo ainda participado em diversas mostras coletivas, destacando-se a integração na representação

portuguesa na XVII Bienal Internacional de S. Paulo, em 1983.

A obra de Eurico Gonçalves está representada nas coleções de algumas das mais importantes instituições

portuguesas de arte, nomeadamente no Centro de Arte Moderna, da Fundação Calouste Gulbenkian, no Museu

do Chiado, na Culturgest e no Museu Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, entre outras instituições.

Eurico Gonçalves uniu a escrita à pintura publicando diversos artigos sobre o Dadaísmo, a filosofia Zen ou a

escrita, mas seria ainda pioneiro no âmbito da educação artística em Portugal e especialista no conhecimento

da expressão plástica da criança, com diversas obras publicadas nestes domínios.

Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (1967-1969), em Paris, em 1971, recebeu uma Menção Honrosa

do Prémio Crítica de Arte Portuguesa, em 1998, foi-lhe atribuído o Prémio de Pintura Almada Negreiros e, em

2005, o Grande Prémio da XIII Bienal Internacional de Artes de Vila Nova de Cerveira, espécie de corolário das

suas várias distinções.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, presta homenagem ao percurso singular e

exemplar de Eurico Gonçalves, enquanto artista plástico e pioneiro do ensino artístico, e expressa o seu sentido

pesar pelo seu falecimento, apresentando à família e amigos as mais sentidas condolências.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser

lido.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade, registando-se a ausência do CH.

Passamos ao Projeto de Voto n.º 117/XV/1.ª (apresentado pelo PS) — De pesar pelo falecimento de Luís

Ferreira Alves.

Peço à Sr.ª Deputada Palmira Maciel o favor de o ler.

A Sr.ª Secretária (Palmira Maciel): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte

teor:

«Faleceu no passado dia 9 de julho, aos 84 anos, Luís Ferreira, nome maior de fotografia de arquitetura,

nome incontornável na história da arquitetura portuguesa das últimas quatro décadas.

Luís Ferreira Alves nasceu em Valadares, Vila Nova de Gaia, a 25 de abril de 1938, no seio de uma família

democrática onde os seus ideais sociais e políticos se formaram. Foi um ativo militante comunista antifascista e

opositor ao regime do Estado Novo, tendo sido preso cinco vezes pela PIDE, entre 1959 e 1974.

O cinema foi a paixão que primeiro emergiu. Membro ativo do Cineclube do Porto, durante a década de 1950,

integrou a equipa que realizou o documentário Auto da Floripes. Esta experiência teve um forte impacto na sua

formação e é a partir deste outro olhar que a aproximação à fotografia se faz, com reflexos no rigor,

perfecionismo e rara sensibilidade com que capta as atmosferas dos objetos fotografados.

Expõe, pela primeira vez, em 1982, com um diaporama sobre um trabalho do Arquiteto Pedro Ramalho. Será

durante essa década que irá fotografar de forma única e insuperável várias obras icónicas da arquitetura

portuguesa, como a Casa de Moledo, de Álvaro Siza, a Casa das Artes, de Souto Moura, ou a Casa César

Ferreira, de Gonçalo Byrne. Fez a cobertura sucessiva à criação destes e outros arquitetos, como Fernando

Távora, Viana de Lima, Agostinho Ricca, etc., contribuindo decisivamente para a divulgação nacional e

internacional da arquitetura portuguesa e da sua evolução.

Realizou vídeos culturais, captando a atividade teatral de várias companhias da cidade do Porto, como o

TEP, o TUP ou o TEAR. A sua ação artística expandiu-se, ainda, em dezenas de livros editados e exposições

realizadas dentro e fora do País.

Foi o primeiro fotógrafo a ser distinguido como membro honorário da Ordem dos Arquitetos, em 2013. Em

2015, foi agraciado pela Câmara Municipal do Porto com a Medalha Municipal de Mérito — Grau Ouro, e, em

outubro de 2021, pelo Estado português com a Medalha de Mérito Cultural.

O seu arquivo pessoal, com mais de 178 000 fotografias, foi doado, em vida, à Casa de Arquitetura, onde

estará aberto à consulta.

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