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I SÉRIE — NÚMERO 43

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Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Joana Mortágua,

do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Antes de mais, queria cumprimentar

os peticionários. Há nesta lista de alentejanas e alentejanos muitas pessoas que eu conheço, algumas desde

que nasci e com quem cresci, e, portanto, queria cumprimentá-los.

São muitos os desafios de desenvolvimento que o Alentejo tem enfrentado.

O Sr. Deputado Eduardo Alves trouxe aqui uma música sobre a beleza que todos reconhecemos à região.

Eu trago outra, que diz: «Tem sido sempre esquecido / À margem, ao sul do Tejo/ Há tanta gente desempregada/

Tanta terra abandonada / É tão grande o Alentejo.»

Cada uma destas linhas, a primeira das quais, logo, a de que «É tão grande o Alentejo», dava para fazer

várias considerações. É que uma das primeiras dificuldades de desenvolvimento e de coesão territorial no

Alentejo — e é isso que os peticionários identificam — é a questão das acessibilidades, sempre foram as

acessibilidades, não há aqui nenhuma novidade.

Por isso, quando olhamos para esta petição e encontramos coisas como uma ligação ferroviária Sines-Caia

— e, por conseguinte, uma ligação ferroviária que nos permita ligar o maior porto de Portugal à Estremadura e

a uma plataforma logística na Estremadura espanhola —, faz sentido que essa ligação possa passar, pelo

menos, pelas capitais de distrito e que, portanto, possa passar por Beja.

Faz sentido que o Aeroporto Internacional de Beja, que foi construído com o investimento de todos, possa

fazer parte da estratégia aeroportuária nacional.

Faz sentido que haja, veja-se, uma linha eletrificada e modernizada para ligar capitais de distrito a Lisboa e

ao Algarve, para ligar o Alentejo à Área Metropolitana de Lisboa e ao Algarve.

Faz sentido que exista uma autoestrada para chegar à capital de distrito, Beja, que é o distrito maior do País.

Faz sentido que exista uma autoestrada, não para andar à velocidade a que o Sr. Deputado André Ventura ou

o seu motorista fazem de Lisboa ao Porto,…

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — O Cabrita! O Cabrita! Do seu Governo!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … não é para isso, mas que permita, pelo menos, chegar até Beja, com

uma autoestrada completa.

Faz sentido uma ligação que possa permitir que as três capitais da maior região do País comuniquem entre

si, que os concelhos comuniquem entre si.

Quando olhamos para estas propostas, vemos nelas a imagem não de um país a duas velocidades, mas de

um país subdesenvolvido, de um país que não tem ligações, de um país que se sente esquecido, de um país

que se sente abandonado. É isso que o Alentejo sente! Por isso, também, terá outras consequências.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Votam no Chega! É por isso que votam no Chega!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Mas queria alertar, porque ouvi com atenção a intervenção do Sr. Deputado

Pedro do Carmo, que os problemas do Alentejo não se resumem às questões das acessibilidades.

O Sr. Deputado Pedro do Carmo falou aqui do regadio. Sei bem o que é que pensam os alentejanos da

agricultura intensiva que este Governo tem promovido no Alentejo. Sei bem que gerações é que vão ter de lidar

com os terrenos contaminados e esgotados que os senhores estão a promover. Sei bem que tipo de mão de

obra é que o Governo tem conseguido trazer para essa exploração intensiva.

Protestos do Deputado do CH Pedro dos Santos Frazão.

Há problemas de sustentabilidade ecológica, há problemas de sustentabilidade económica, é verdade. O

Alentejo é grande, já não há tantas terras abandonadas, mas há muitas terras a serem esgotadas.

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29 DE SETEMBRO DE 2022 49 A Sr.ª Sónia Ramos (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs.
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