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2 DE DEZEMBRO DE 2022

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Onde é que há, aqui, uma exceção? Há uma exceção para aqueles cidadãos que, não tendo acesso ao

ensino público, pelo facto de este não chegar à sua área de residência, estejam a frequentar escolas que têm

contratos de associação com o Estado. Nesta situação, os manuais devem ser gratuitos.

Para quem deseja uma utilização razoável dos recursos do Estado, vê-se mal que se possa exigir mais do

que isto.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sónia Ramos, do Partido Social

Democrata.

A Sr.ª Sónia Ramos (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Sr.ª Deputada Palmira Maciel, nós, PSD,

não temos nada contra a escola pública. O PS é que tem tudo contra a escola privada e cooperativa e contra

os seus alunos — a diferença é esta!

Aplausos do PSD.

Nós não temos nada contra a escola pública, muito pelo contrário. Aliás, se o PS não tivesse nada contra a

escola privada e cooperativa não teria chumbado todas as nossas propostas no Orçamento do Estado, que foi

aprovado há poucos dias.

Portanto, Srs. Deputados, aquilo que o PS faz, também nesta matéria, é criar dicotomias para dividir,

porque gosta de etiquetar os portugueses como «de primeira» e «de segunda», com manuais verdes e outros

cor-de-rosa, para depois lhes atribuir os direitos que bem entende.

Estamos a tratar da educação e na educação há uma escolha que se faz, que é a escolha do percurso.

Compete às famílias e aos filhos essa escolha de estarem na escola que querem frequentar,…

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Mas alguém os impede?

A Sr.ª Sónia Ramos (PSD): — … e o Estado deve apoiar essa escolha, Sr.ª Deputada.

Por muito que custe, o PS não manda nas escolhas das famílias, não manda nisto tudo!

A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Pois não!

A Sr.ª Sónia Ramos (PSD): — Devem respeitar as escolhas das famílias e dos seus filhos, é isso que

devem fazer.

Protestos do PS, do PCP e do BE.

Mas o que é que fazem? Indiretamente, não apoiam aquilo a que os jovens e as crianças têm direito

também, ou seja, de estudar num estabelecimento que fique fora do ensino público. Os senhores inviabilizam

e penalizam, indiretamente, uma escolha que é feita em função do estabelecimento escolar.

A Sr.ª Fátima Correia Pinto (PS): — Mas se é uma escolha!…

A Sr.ª Sónia Ramos (PSD): — É uma escolha, mas que o Estado deve apoiar em igualdade de

circunstâncias, porque é disso que falamos. O direito à educação é uma liberdade que não pode ser coartada

ou constrangida.

Aliás, nem é o PSD que o diz, é a Sr.ª Provedora de Justiça que diz, na sua recomendação, exatamente

isto: a lei que existe atualmente deve ser mitigada com outras iniciativas.

A Sr.ª Provedora perceciona a realidade concreta dos portugueses, mas o PS não o faz. Porquê? Porque a

Sr.ª Provedora percebe que a escola pública alberga pessoas com maiores e menores capacidades

financeiras, mas a escola privada e cooperativa também. É esta realidade que os senhores não conseguem

aceitar, porque, para vós, a sociedade ou é branca ou é preta. Vocês gostam de dividir: ou são ricos ou são

pobres e, em função disso, estejam de mão estendida que o PS, depois, dirá qualquer coisa.