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9 DE FEVEREIRO DE 2023

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Aplausos do CH.

Porque é que temos de escolher a via do alarmismo e não a via da sensatez?

E sim, tenho de falar de sensatez, porque os senhores que se propõem a salvar o mundo agora são os

mesmos que nada fizeram para salvar o interior do País. Não impediram o despovoamento do interior. Querem

salvar o clima, mas não conseguiram garantir a coesão territorial. Empurraram as pessoas para as grandes

cidades, para a sociedade do consumo que criticam, e esvaziaram o mundo rural.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Muito bem!

A Sr.ª Rita Matias (CH): — Destruíram a nossa floresta. Sufocam os nossos agricultores, sobretudo os

pequenos e médios agricultores. Tornaram absolutamente insustentável a vida nos meios comunitários e

pequenos.

Anos e anos a ouvir esta vossa cassete climática, para, depois, chegarmos a 2023 e os senhores

descobrirem, finalmente, que as árvores capturam CO2 e começarem, agora, a querer financiar projetos

florestais, tendo em vista estes propósitos.

O Sr. Bruno Nunes (CH): — Muito bem!

A Sr.ª Rita Matias (CH): — A floresta e a reflorestação do território deveriam ter sido a prioridade na missão

que os senhores escolheram e definiram. Se os senhores, ao invés de quererem controlar a ciência, estivessem

disponíveis a ouvi-la, saberiam que as florestas são sumidouros de carbono por excelência e não teríamos

deixado as mesmas votadas ao abandono e à destruição, verão após verão, com incêndios.

Aplausos do CH.

Não teríamos demonizado os produtores e tornado cada vez menos viável o investimento em espécies

autóctones.

Mais, o Sr. Primeiro-Ministro até anunciou que vamos ao Chile combater incêndios. Ter-nos-íamos focado

na prevenção e no combate aos nossos incêndios, aqui, em Portugal.

No entanto, e porque falamos de neutralidade carbónica, importa também perguntar: quando é que os

senhores devolveram a palavra aos portugueses e perguntaram que tipo de transição energética os portugueses

queriam, tendo em vista estes objetivos assumidos? Quando é que os dotaram de informação — e informação

que não é com base nas vossas campanhas de dramatização e desinformação?

Não basta impor uma transformação forçada de hábitos de consumo, não basta dizer que queremos uma

transição justa, porque importa perguntar: esta transição é justa para quem?

Há indústrias a fechar, há trabalhadores a perder empregos e, acima de tudo, os consumidores só veem a

sua fatura energética a aumentar, ano após ano. Pagamos os preços energéticos mais altos da história.

Por isto, é justo perguntar: este modelo económico tem transformado em nome da justiça, mas a quem é que

tem chegado esta justiça?

Por isto, e porque esta introdução já vai longa, reconhecemos que o mercado de carbono tem sido um meio

de redução das emissões e que alargar o espectro ao voluntarismo de mais empresas e privados pode,

efetivamente, contribuir para os objetivos definidos.

Contudo, a transação dos créditos não pode servir de falsa preocupação ambiental e legitimar que

determinadas empresas, com pouca responsabilidade efetiva com a sustentabilidade, lavem assim a sua cara

e as suas mãos, devido ao poder económico que têm face a outras empresas mais pequenas.

Para concluir, quero dizer que estas propostas pecam por tardias e que lamentamos que a preocupação,

agora socialista, possa ser apenas encapotada pelo desejo de arrecadarem mais impostos às taxas e às

empresas portuguesas.

Nada tem sido feito no apoio à transformação tecnológica, nada tem sido feito tendo em vista uma produção

mais eficiente e as metas que os senhores definiram.

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