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I SÉRIE — NÚMERO 96

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O Sr. Presidente: — Para apresentar a iniciativa do Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Ontem, demitiram-se 11 chefias no

hospital de Loures; hoje, ao final da tarde, uma comissão de utentes fará um protesto contra o encerramento

de urgências.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Oiçam a vossa amiga!…

O Sr. Luís Soares (PS): — Queremos ouvir!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Acontece em Loures e acontece um pouco por todo o País, mas o

Ministro da Saúde veio dizer-nos que tinha a solução: fiquemos tranquilos, não há encerramentos, o que há é

reorganização.

É talvez um pouco difícil, ainda assim, que a população de Loures perceba porque é que quando chega a

uma urgência que está encerrada, afinal, ela não está encerrada, está reorganizada e abre noutro sítio. E,

portanto, o que o Sr. Ministro da Saúde diz às pessoas de Loures é que está tudo bem, só que a urgência

pediátrica que queriam em Loures, afinal, funciona em Lisboa.

Dirá o mesmo, aliás, à população do Barreiro ou do Montijo: «Está tudo bem, não houve encerramentos, há

uma reorganização.» E as pessoas do Barreiro ou do Montijo lá terão uma porta fechada, que não é um

encerramento, e virão a Lisboa para ter acesso às urgências.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Ouçam a vossa amiga!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Não fosse trágico e isto parecia um sketch do Ricardo Araújo Pereira: «As

urgências não estão encerradas, estão reorganizadas; abrem a porta, não abrem; estão reorganizadas noutro

concelho, noutro sítio qualquer».

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Falou bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — São as urgências de pediatria, são as urgências de obstetrícia, são cada

vez mais serviços.

No dia 8 de março, o Ministro da Saúde estará no Parlamento, a pedido do Bloco de Esquerda, e depois de

tantos adiamentos, e só posso esperar que, no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Ministro da

Saúde venha dizer que há urgências e não que os encerramentos, afinal, são reorganizações, porque isso

vale muito pouco a quem procura o seu hospital.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Mas se os utentes não encontram o seu hospital é preciso dizer que os

trabalhadores da saúde também não encontram nenhuma resposta. Esta tarde, enquanto estávamos aqui

neste Plenário, terminou uma reunião com a FNAM, a Federação Nacional de Médicos, dizendo que «não

percebe o que é que o Ministro Manuel Pizarro quer». E diz a Presidente da FNAM: «Não percebemos o que é

que o Ministro pretende, não há nenhum avanço negocial e, portanto, vai manter-se a greve dos médicos no

dia 8 e no dia 9 de março.»

Até agora, tudo o que o Governo faz sobre o Serviço Nacional de Saúde é empurrar com a barriga —

empurrar com a barriga —, e à medida que vai empurrando o problema com a barriga, o problema fica maior,

cada vez maior! E no centro deste problema está a falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde, a falta

de condições para que os trabalhadores possam fixar-se no Serviço Nacional de Saúde, o que, aliás, o Bloco

de Esquerda diz há anos. E, ano após ano, o Governo fará mais uma promessa, atirará mais um número de

milhões e mais um número de contratações que não correspondem em nada à realidade do Serviço Nacional

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