O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 DE MARÇO DE 2023

37

O Sr. André Ventura (CH): — Isto é legítimo? É moral? É isto que ajuda à transparência? Que haja

ministros que decidiram atribuir 100 milhões de euros a uma empresa e depois vão para lá trabalhar?

É que não basta dizer que tem de haver escrutínio…

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (CH): — É limitar as opções!

O Sr. André Ventura (CH): — É verdade, Sr. Deputado, é limitar as opções. É verdade, mas qual é a

nossa outra opção? É deixarmos que esta porta giratória de compadrios e de promiscuidade entre o setor

privado e o setor público ou entre empresas públicas e o Governo continue?

Nós temos de ter abertura para receber os melhores e as melhores da sua geração.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

O Sr. André Ventura (CH): — Mas também temos de ter a consciência de que só a lei pode resolver este

problema, porque senão não vamos ter uma Rita Marques, vamos ter 40 Ritas Marques nos próximos anos.

Aplausos do CH.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Calos Guimarães Pinto.

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Sr. Presidente, Sr. Deputado André Ventura, respondi à sua

pergunta quando, daquela tribuna, disse que era importante escrutinar as decisões que foram tomadas por

antigos governantes e que, de alguma forma, interferiram com futuros clientes ou futuros empregadores.

Aquilo que não podemos fazer, se queremos ter políticos de qualidade, é dizer-lhes que entrar num cargo é

assinar uma certidão de óbito da carreira profissional. Eu sei que isto não é popular, não é populista e que, no

ambiente em que estamos, é muito mais fácil gritar e dizer que são todos corruptos, mas a nossa

responsabilidade deveria ser a de garantir que somos capazes de atrair pessoas de qualidade para esta vida.

Nós precisamos de atrair pessoas de qualidade para esta vida, precisamos que os nossos sucessores

sejam melhores do que nós, precisamos que os nossos sucessores entrem nesta carreira sabendo que podem

sair, sem uma perspetiva carreirista da vida política, e isso não passa por, simplesmente, vedar todas as

portas de saída.

Há uma linha que tem de ser desenhada, mas essa linha não pode ser a do discurso de que são todos

corruptos e que, se fizeram alguma coisa, foi para favorecer alguém. Essa nunca deverá ser a linha!

Acho que devemos, não pelo nosso bem, mas pelo bem do País e do seu futuro, ser capazes de desenhar

uma linha de forma não populista e de pensar nesses assuntos tendo sempre em conta o futuro do País e não

a próxima sondagem.

Aplausos da IL.

O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do

PSD, a Sr.ª Deputada Emília Cerqueira.

A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: De cada vez que vem a debate

esta matéria das incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos políticos, é realmente fácil cairmos

no populismo da conversa de café, da conversa de taberna, das conversas muito informais dos nossos amigos

de que são todos uns corruptos e que andam todos a roubar e de que quem está na política não é pessoa

recomendada.

É muito fácil termos este discurso, porque cola, até porque, muitas vezes, se desconhece a atividade dos

políticos e dos titulares de cargos públicos. Podemos tomar esta atitude e dizer que é a árvore que faz a

floresta ou podemos ter outra visão das coisas e pensar: nós temos é de extirpar as árvores daninhas e que

estão a fazer mal à floresta e proteger a floresta.

Páginas Relacionadas
Página 0035:
18 DE MARÇO DE 2023 35 De acordo com este artigo, os titulares de cargos políticos
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 103 36 Há poucas coisas tão negativas para a prática
Pág.Página 36