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18 DE MARÇO DE 2023

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Poeta, estudioso, professor, humanista e democrata, foi ainda enquanto aluno da Faculdade de Letras que

publicou o seu primeiro livro de poemas — A Flor e a Noite — tendo então começado a publicar críticas e

artigos de conteúdo literário no Diário de Notícias e noutros periódicos e revistas. Organizou e editou, com

Herberto Hélder, as Folhas de Poesia — revista nascida na hoje célebre tertúlia de jovens artistas plásticos e

poetas que reuniam no Café Gelo, em Lisboa.

A sua obra singular, inspirada em Luís de Camões, mas com referências que vão de Bocage, Almeida

Garrett e Alexandre Herculano a Cesário Verde, Fernando Pessoa ou Mário de Sá-Carneiro, António Salvado

tem como fio condutor da sua escrita a esperança, ainda que o amor e a morte sejam temas recorrentes,

aliando-se dor e angústias às evocações ao divino.

Com um percurso ligado a Castelo Branco, a sua terra natal, António Salvado lecionou no antigo Liceu

Nacional de Nuno Álvares e na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, e

dirigiu o Museu Francisco Tavares Proença Júnior e a revista Estudos de Castelo Branco.

O nome de António Salvado foi-se internacionalizando, com a organização de colóquios sobre a sua

poesia, tendo um conjunto de personalidades editado dois volumes de poemas-homenagem a si dedicados, da

autoria de poetas de quase todo o mundo, a que chamaram intencionalmente O Extenso Continente.

O conjunto da sua obra mereceu muitíssimas distinções, com destaque para o Grau de Comendador da

Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, com o qual foi agraciado pelo Presidente da República em 2010, a

Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura, o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade da

Beira Interior (2016), o Prémio Fernando Chinaglia/Personalidade Cultural (1980), da União Brasileira de

escritores, e a Medalha de Mérito da Universidade Pontifícia de Salamanca (1986).

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, presta um merecido tributo à memória de

António Salvado bem como à sua dedicação à poesia e à cultura, transmitindo aos seus familiares e amigos as

suas sentidas condolências.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser

lido.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Peço a todos que me acompanhem num minuto de silêncio.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

Vamos passar agora ao Projeto de Voto n.º 298/XV/1.ª (apresentado pelo PAR e subscrito pelo PS, pelo

PSD, pelo CH, pela IL, pelo PCP, pelo BE e pelo L) — De saudação pelo centenário de Celeste Rodrigues.

Peço à Sr.ª Deputada Joana Sá Pereira o favor de o ler.

A Sr. Secretária (Joana Sá Pereira): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o projeto de voto é do

seguinte teor:

«No dia 14 de março celebra-se o centenário do nascimento de Celeste Rodrigues, uma das grandes

figuras do fado.

Celeste Rodrigues nasceu no Fundão, numa família pobre, que se mudou para Lisboa, para o bairro de

Alcântara, quando tinha 5 anos.

Oriunda de uma família de músicos, a sua voz foi descoberta quando cantava, por brincadeira, na Adega

Mesquita. Tendo como madrinha do fado a sua irmã, Amália, que lhe colocou o xaile preto nos ombros,

estrear-se-ia, em 1945, no Café Casablanca (atual Teatro ABC), no Parque Mayer.

Nos anos 50, Celeste Rodrigues gozava já de grande notoriedade. Integra o elenco de casas de fado como

A Viela (de que foi proprietária), a Parreirinha de Alfama ou a Taverna do Embuçado.

Celeste Rodrigues levou o fado castiço a grandes palcos mundiais, como o Concertgebouw, em

Amesterdão, o Carnegie Hall, em Nova York, ou o Cité de la Musique, em Paris.

Em 2012, foi distinguida pelo Presidente da República com o grau de Comendadora da Ordem do Infante

D. Henrique.

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