21 DE JULHO DE 2023
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O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Mentira?!
O Sr. André Ventura (CH): — Nada mais errado.
Sr. Primeiro-Ministro, à hora a que se senta neste Parlamento, Portugal é o 7.º país com o menor PIB per
capita da União Europeia. Gostava de que nos ouvissem: somos o 7.º pior país da União Europeia, em PIB per
capita. Fomos ultrapassados pela Estónia e pela Letónia.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Então e a Roménia?
O Sr. André Ventura (CH): — Que belo exemplo de País que aqui apresentam e que belo exemplo de País
cor-de-rosa! Até podiam vir todos os Deputados do PS de cor-de-rosa, mas este é mesmo um País muito negro,
que temos de enfrentar e que temos de governar.
Aplausos do CH.
Com apoios, Sr. Primeiro-Ministro, dois milhões de compatriotas nossos estão em risco de pobreza. Com
apoios, que este Governo não para de dar, sobretudo para distribuir votos, o País não para de empobrecer.
Sabem-no bem os nossos professores, sabem-no bem os nossos profissionais de saúde, sabem-no as forças
de segurança, cujas carreiras e dignidade não param de ser espezinhadas por este Governo.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!
O Sr. André Ventura (CH): — Temos uma agricultura a definhar, agricultores de mão estendida a pedir
qualquer coisa a um Estado que cobra mais impostos que nunca, mas consegue dar menos dinheiro que nunca
àqueles que sustentam os seus vícios.
Não sei já se este é o maior Governo da história ou não, mas sei que a maior carga fiscal de sempre deve
fazer os portugueses perguntarem-se: para que pagamos, afinal, tantos impostos? Para que estamos a ser afinal
sugados, ao fim do dia, com tanto imposto e taxa, no País que mais taxas tem sobre as empresas? A resposta,
por muito que nos custe e por muito que nos doa, é sempre a mesma: pagamos tantos impostos, porque, para
lá de uma máquina absolutamente ineficaz, estamos a pagar a quem não quer fazer absolutamente nada neste
País.
Aplausos do CH.
Sr. Primeiro-Ministro, termino onde comecei hoje: na justiça, na velha e nobre justiça, na velha e nobre
espada da justiça que, um dia, chegará também a este Governo.
Portugal é o 5.º país da União Europeia onde os processos mais se arrastam em tribunal — o 5.º! Enquanto
estamos aqui, há seis horas neste debate, José Sócrates corre na Ericeira e Ricardo Salgado provavelmente
joga ténis na sua casa em Cascais. Sim, enquanto estamos aqui, seis horas, Ricardo Salgado e José Sócrates
devem rir-se do tempo que aqui estamos a perder.
Chegamos ao fim e perguntamos: será que estamos assim tão mal? É que até já pancadaria há na sede do
Governo e no Ministério das Infraestruturas — até já pancadaria temos nas Infraestruturas.
Aplausos do CH.
Protestos do PS.
Vou terminar, Sr. Presidente, que sei que o meu tempo também já vai longo, dizendo isto: pedia aos
portugueses que, para avaliarem o estado da Nação, olhassem bem para este elenco governativo, um por um,
olhos nos olhos, com a história que transportam dos últimos meses sobre si, e vissem que afinal o homem de
que falámos tantos meses, o homem da pancadaria, ainda está ali sentado.