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II SÉRIE-A — NÚMERO 34

Os duques de Aveiro edificaram, por volta de 1521-1522, um majestoso palácio, que domina ainda o largo do Rossio de Vila Nogueira, onde passavam grandes temporadas.

Esta construção trouxe engradecimento e prosperidade à localidade porque se tratava de umas das mais ricas casas do País e concorreu, indiscutivelmente, para uma melhoria da vida dos seus habitantes. Aos duques de Aveiro e seus familiares ficou-se devendo, também, a fundação da Santa Casa da Misericórdia e, mais tarde, a de um hospital anexo. O atentado contra D. José, perpetrado, segundo alguns pensam, pelas Casas de Aveiro e de Távora, teve reflexos importantes em Azeitão, permitindo que o palácio espoliado aos seus proprietários tivesse servido de custódia aos padres da Companhia de Jesus expulsos do reino e, mais tarde, de local da fundação da primeira fábrica de chitas que se fundou no País.

A localidade de Azeitão, durante o período aúreo da Casa de Aveiro, foi sede de uma ouvidoria, cuja jurisdição lhe pertencia e de que dependiam as vilas de Sesimbra, Barreiro, Ferreira, Samora Correia, Santiago do Cacém e Sines. Uma das consequências do referido atentado foi a extinção dessa ouvidoria, e a criação do concelho de Azeitão, com duas freguesias, sendo, em 1759, Aldeia Fresca elevada a Vila Fresca e a seu centro principal e, em 1786, passando a acontecer o mesmo com Vila Nogueira.

A presença da Casa de Aveiro em Azeitão e de muitas outras famílias titulares que com ela privavam e ainda as aprazíveis condições do local originaram a edificação de quintas, algumas das quais ainda existem e concorrem para o embelezamento do local.

Recordam-se somente algumas delas; Quinta dos Povolide (cujos proprietários não só tiveram um papel importante na época dos Descobrimentos como dois deles figuraram entre os aclamadores de 1640 com parte activa na Independência); a Quinta das Torres (notável pela traça e beleza do seu edifício e pela qualidade e valor dos paneis de azulejo que possui); a Quinta de Alcube (a que pertence um padrão do século XV — a Cruz das Vendas — considerado monumento nacional); a quinta da Palhavã (onde esteve hospedado o marquês de Pombal por ocasião de uns exercícios militares realizados na região e onde chegou a exercer as suas funções de primeiro-ministro); a Quinta da Má Partilha (em que viveram os provedores da Casa das índias), e a Quinta da Bassaqueira (onde habitou José Maria da Fonseca, figura cuja actividade teve a maior importância na localidade).

São também de valorizar, durante os séculos xvm e xix, alguns acontecimentos que merecem não ser esquecidos: a edificação da monumental Fonte dos Pasmados (1787); o fabrico e a comercialização de um vinho de qualidade (José Maria da Fonseca cuja actividade se iniciou em 1834); a produção do famoso queijo de Azeitão (já considerado afamado em 1885 e medalhado na Exposição Industrial Portuguesa realizada em 1888), e ainda a fundação de uma das primeiras sociedades musicais dó distrito de Setúbal, a Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, cuja actividade tem exercido uma acção revelante na vida cultural da localidade. A música teve, no entanto, o seu expoente máximo no azeitonense Filipe de Magalhães, capelão de Sua Majestade e mestre da capela real durante mais de 40 anos.

Está integrada na freguesia de São Lourenço a parte mais preciosa da serra da Arrábida, considerada, como se sabe, um dos mais valiosos patrimónios naturais portugueses.

Além do seu admirável aspecto paisagístico, esta serra tem outros atributos, dos quais o botânico e o zoológico possuem um interesse científico excepcional pela presença

de exemplares únicos no mundo. Esta serra possui ainda um conventinho rústico, de arquitectura invulgar e de situação privilegiada, admirado por todos os que visitam a região. A sua existência está ligada a figuras inesquecíveis como frei Martinho de Santa Maria, São Pedro de Alcântara, frei Agostinho da Cruz e o insigne poeta azeitonense Sebastião da Gama.

Uma reforma administrativa realizada em 1855 levou à extinção do concelho de Azeitão e à sua anexação ao de Setúbal, juntamente com o de Palmela.

Caracterização geográfica

Tendo como fronteira natural a serra da Arrábida, a região dé Azeitão fica situada no concelho de Setúbal, contendo como concelhos limítrofes os de Sesimbra, Barreiro e Palmela.

Sendo constituída pelas freguesias de São Lourenço e São Simão, esta região é abrangida por uma área estimada de 55 km2.

A região de Azeitão é representada pelos seguintes lugares:

Aldeia de Irmãos;

Aldeia da Piedade;

Aldeia da Portela;

Aldeia de São Pedro,

Aldeia Rica;

Brejos de Azeitão;

Camarate;

Casais da Serra;

Castanhos;

Galapos;

Oleiros;

Picheleiros;

Pinheiros;

Portinho da Arrábida; Vila Nogueira de Azeitão; Vendas de Azeitão; Vila Fresca de Azeitão;

Caracterização demográfica

Azeitão tem vindo a ter um acentuado aumento demográfico derivado de vários factores, entre os quais destacamos:

Situação geográfica favorável (situada entre dois grandes centros urbanos — Lisboa e Setúbal);

Desenvolvimento acentuado da rede rodoviária (auto--estrada e EN 10);

Crescimento da indústria, comércio e serviços;

Rede de transportes de elevada qualidade;

Elevado pontencial turístico:

Parque Natural da Arrábida (campo e praias);

Património cultural;

Artesanato;

Doçaria;

Vinhos;

Queijos.

Caracterização económica

A vila de Azeitão dispõe de vários equipamentos ao serviço da população, que, devido às constantes necessidades, deverão ser melhorados ou mesmo criadas novas infraestruturas alternativas, entre as quais destacamos: serviço de assistência médica permanente (este tipo de serviço já funcionou no hospital da Santa Casa da Misericórdia), cartório notarial e repartição de finanças.

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