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0012 | II Série A - Número 022 | 07 de Dezembro de 2004

 

de Sortelha concedendo-lhe foral, no qual obriga as populações de uma povoação próxima (talvez situada na Serra dos Mosteiros) a habitarem a vila.
A inexistência de materiais que provem uma ocupação pré-histórica do local inviabiliza a origem de Sortelha num castro lusitano. A ocupação romana também não se confirma pela falta de artefactos e estruturas associadas. As calçadas de acesso a Sortelha e as sepulturas escavadas na rocha, tradicionalmente classificadas como romanas, são no entanto posteriores, datando da Idade Média.
A verdadeira ocupação do penhasco de Sortelha deu-se durante os séculos XII-XIII. Por volta desta altura, a reconquista do território estava já bastante avançada, além-Tejo e, ao mesmo tempo, Castela e Leão empreendiam o mesmo processo conquistador para sul. A nossa progressão não suscitou a aprovação castelhana. Surgem assim as primeiras escaramuças a leste, na definição do território português e espanhol, manifestas pela ocupação de territórios afins e por meio de conflitos armados.
Houve necessidade de definir uma fronteira e de manter o controlo constante dessa linha. Contrapondo à política de Leão e Castela, de criar uma raia fronteiriça apoiada em vilas fortificadas a oeste, além do Côa, Portugal ia edificando fortificações ciscodanas durante os séculos XII-XIII. Estes pontos tornam-se centros de hierarquia populacional, ganhando importantes funções político-militares. Sortelha foi sede de importante concelho medieval que perdurou até às reformas liberais do século XIX.
Desta primeira fase de ocupação datam as sepulturas escavadas na rocha encontradas em torno das igrejas da Senhora das Neves e de Santa Rita, a inscrição da dita Casa Árabe e as marcas de telhados das casas que encostavam à muralha.
Durante cerca de 75 anos, Sortelha foi ganhando alguma importância, obtendo a confirmação do foral por D. Dinis, bem como o castelo e as muralhas reformadas e ampliadas. Como testemunho destas reformas observamos a principal porta de entrada do anel de muralhas, de arco ogival e as inúmeras marcas de canteiro nas pedras da sua construção.
Com a assinatura do Tratado de Alcanizes com Castela e Leão, (1297) por D. Dinis, Sortelha passa a estar a mais de 50 km de distância da fronteira, que recua até Vilar Formoso e Aldeia da Ponte. O castelo de Sortelha perde a sua importância estratégica.
Sortelha empreende um novo movimento de reanimação com D. Manuel que, em 1510, lhe dá novo foraI de forma a motivar o seu repovoamento e desenvolvimento económico.
O pelourinho data desse período, bem como muitas das actuais casas de pedra. São inúmeros os vestígios que têm sido encontrados por toda a povoação: cerâmicas, moedas e fragmentos arquitectónicos que provam este dinamismo de Sortelha no século XVI.
Durante a Época Moderna, Sortelha desenvolve-se bastante em paralelo com Belmonte. Algumas grandes famílias são incentivadas a se estabelecer em Sortelha. Se de Belmonte saiu Pedro Alvares Cabral, da família dos Cabrais, de aqui também saiu alguém de não somenos importância - o Padre D. Gonçalo da Silveira, II Conde de Sortelha, referido por Camões, nos "Lusíadas".
Sortelha foi recentemente alvo de uma reabilitação no seu património arquitectónico, onde destaca o castelo do século XIII, a Torre do Facho, o Pelourinho Manuelino, os antigos Paços do Concelho, as igrejas da Senhora das Neves e de Santa Rita e as sepulturas escavadas na rocha. Podemos dizer que se trata do mais bem conservado exemplo vivo de uma aldeia medieval e moderna.

Alfaiates:

Alfaiates é outro antigo concelho medieval e fortaleza da Época Moderna, com o seu castelo e muralhas de D. Manuel, que o transformaram numa importante praça militar fronteiriça, repleta de memórias de lutas contra os castelhanos.
A aldeia é sede de freguesia e encontra-se a 18 km para leste do Sabugal, no coração da região de Ribacôa, a 8 Km da fronteira com Espanha.
Situa-se num ponto elevado, a 840 m de altitude, ocupando a totalidade de uma plataforma em esporão que domina os vales da ribeira de Alfaiates, do ribeiro da Tapada e do ribeiro de Balsa. Os terrenos são de natureza xistosa, de elevada produtividade agrícola e com abundância de água.
A aldeia apresenta-se organizada de modo espantoso, com um traçado ortogonal das ruas e do casario, de acordo com a topografia do terreno, fechada por uma rede envolvente de muralhas e vigiada por um castelo do século XVI, guardando o extremo sul da povoação - o menos defensável.

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