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0175 | II Série A - Número 024S1 | 17 de Junho de 2005

 

Secção horizontal
- ângulo da pala vertical, medido a partir do ponto médio do vão envidraçado

Anexo V
Método de Cálculo das Necessidades de Arrefecimento

1 - Justificação da metodologia de cálculo
As necessidades nominais de arrefecimento de uma fracção autónoma de um edifício são a energia útil que é necessário retirar-lhe para manter permanentemente no seu interior a temperatura de referência definida no artigo 16.º deste regulamento durante toda a estação convencional de arrefecimento, isto é, nos meses de Junho a Setembro, inclusive. Este valor não representa necessariamente o consumo real dessa zona do edifício, já que, em geral, os seus ocupantes não impõem permanentemente situações exactamente iguais às de referência, podendo mesmo ocorrer diferenças substanciais por excesso ou por defeito entre as condições reais de funcionamento e as admitidas ou convencionadas como de referência para efeitos deste Regulamento.
No entanto, mais do que um método de prever necessidades energéticas reais de um edifício (ou de uma fracção autónoma de um edifício), o valor das necessidades nominais, calculado para condições de referência, constitui uma forma objectiva de comparar edifícios desde a fase do licenciamento, do ponto de vista do comportamento térmico: quanto maior for o seu valor, mais quente será o edifício no Verão, ou mais energia será necessário consumir para o arrefecer até atingir uma temperatura confortável.
O cálculo preciso das necessidades de arrefecimento de um espaço, dada a natureza altamente dinâmica dos fenómenos térmicos em causa, só é possível por meio de simulação dinâmica detalhada. Este tipo de metodologia é exigido no caso do regulamento dos sistemas de climatização (RSECE), mas a sua complexidade é considerada indesejável para o RCCTE, pelo que, neste Regulamento, se utiliza uma metodologia simplificada de cálculo, devidamente validada a nível europeu, que produz resultados com a aproximação suficiente adequada aos objectivos do RCCTE.
Esta metodologia é complementar à adoptada para o cálculo dos ganhos úteis durante o período de aquecimento (Anexo IV, secção 4.4). Enquanto que, no Inverno, os ganhos úteis contabilizados são aqueles que não provocam o sobreaquecimento do espaço interior, os ganhos não-úteis são, precisamente, os que provocam as necessidades de arrefecimento durante o Verão. Portanto, bastará aplicar a mesma metodologia descrita no Anexo IV para o cálculo da fracção dos ganhos internos e solares úteis, devidamente adaptada às condições interiores e exteriores de Verão, e afectando os ganhos totais no Verão, isto é, os ganhos internos, solares e através da envolvente opaca e transparente, do factor (1-?) definido na referida secção 4.4 do Anexo IV, obtendo-se assim as necessidades nominais anuais de arrefecimento do edifício ou fracção autónoma.
2 - Metodologia de Cálculo
2 .1 - Equação de base
As necessidades nominais de arrefecimento de um edifício ou fracção autónoma, Nvc, são calculados pela expressão seguinte:
Nvc = Qg . (1-?) / Ap
em que:
- Qg - são os ganhos totais brutos do edifício ou fracção autónoma
- ?- factor de utilização dos ganhos (secção 4.4. do Anexo IV)
- Ap - Área Útil de pavimento
Os ganhos totais brutos são obtidos pela soma das seguintes parcelas:
a) as cargas individuais devidas a cada componente da envolvente, devidas aos fenómenos combinados da diferença de temperatura interior-exterior e da incidência da radiação solar (Q1);
b) as cargas devidas à entrada da radiação solar através dos envidraçados (Q2);
c) as cargas devidas à renovação do ar (Q3);
d) as cargas internas, devidas aos ocupantes, aos equipamentos e à iluminação artificial (Q4).
2.2 - Ganhos pela envolvente
Os ganhos através da envolvente opaca exterior resultam dos efeitos combinados da temperatura do ar exterior e da radiação solar incidente. Para o seu cálculo, adopta-se uma metodologia simplificada baseada na "temperatura ar-sol", que se traduz, para cada orientação, na seguinte equação:
[W]
em que:
U - Coeficiente de transmissão térmica superficial do elemento da envolvente (em W/m2);
A - Área do elemento da envolvente (em m2);
ar - sol - Temperatura ar-Sol ( C);