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15 DE JULHO DE 2013

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num país que tem das mais altas taxas de esforço das famílias no setor da educação. Este quadro é

exemplificativo e bem demonstrativo do quanto esta política é insuportável para os portugueses.

O memorando da Troika e as políticas do Governo demonstraram-se um caminho destruidor, colocando

Portugal num rumo inegável de definhamento económico e social. Era tudo previsível, tal como o PEV

denunciou à época. Fizeram uma opção clara de canalizar os recursos financeiros para a banca e para os

grandes grupos económicos, comprometendo o investimento na economia interna. Promovem uma política de

desvalorização salarial e de cortes absurdos nos salários e nas pensões, comprometendo as condições de

vida de milhares e milhares de portugueses e a dinâmica da nossa economia. Ao mesmo tempo que liquidam

serviços públicos tão necessários às populações, determinam processos de privatização de empresas

estruturantes, deixando estas de desenvolver a sua atividade em função dos interesses do país e da economia

nacional, passando a desenvolvê-la em função dos interesses de grandes acionistas e deixando o Estado de

arrecadar milhões de euros anuais. Que outro cenário poderia resultar daqui que não o de um mergulho direto

na recessão económica e no agravamento brutal dos níveis de desemprego?

Bombardeiam-nos recorrentemente com a ideia de que este empobrecimento é necessário para regularizar

o défice e para diminuir a dívida. Nada mais falso! Este empobrecimento e a falta de condições para gerar

riqueza no país são, pelo contrário, a garantia de que, desta forma, não teremos capacidade de pagar a dívida

devida, e continuaremos a assistir a um endividamento crescente, que já atinge os 130% do PIB. Um

endividamento que pagamos caro, por via de juros absolutamente especulativos que nos sugam uma soma de

7 mil milhões de euros anuais.

É neste quadro, de crescente atrofiamento do país, que as forças sociais e a população portuguesa em

geral têm demonstrado que não suportam mais esta espiral de opções políticas governamentais tão violentas.

A saturação é grande, as dificuldades de vida são imensas e o problema maior é que se percebe que este

caminho que o PSD e o CDS trilham em conjunto não tem fim. Está, por exemplo, anunciado um corte de mais

4700 Milhões de euros que terá como consequência mais cortes significativos de salários e pensões, de

despedimento de dezenas de milhar de funcionários públicos, com o consequente esvaziamento e

encerramento de serviços públicos, e que tem como objetivo a destruição das funções sociais do Estado. PSD

e CDS pretendem continuar a sustentar a sua política na austeridade, tornando-a estrutural, criando condições

de vida muito duras para a generalidade dos portugueses. São verdadeiros atentados sociais!

É com vista a esse objetivo que PSD e CDS não param de afirmar que tudo isto é inevitável e que não há

alternativa possível. É totalmente falso!

Há alternativa a esta política. E a alternativa passa, na perspetiva dos Verdes, em primeiro lugar, por tomar

como objetivo político os interesses e as necessidades dos portugueses e não os interesses dos grandes

grupos económicos e financeiros, da Sr.ª Merkel e da Troika, que ganham muito com a situação em que

Portugal está, não apenas por via dos juros imensos que nos cobram, mas também por via de uma

dependência económica e de um mercado que nos tomam. O que propomos não é “comprar uma guerra com

o exterior”, mas antes fazermos ganhar a perceção que por este caminho definhamos mais e que para o

inverter o povo português precisa de retomar a sua soberania.

Outro passo fundamental a dar é trocar o memorando da Troika pela renegociação da nossa dívida, de

modo a encontrar uma forma de pagamento que não se incompatibilize com o crescimento económico do país,

e que, pelo contrário, tenha nele o parâmetro adequado de nivelação de pagamento.

Uma renegociação que nos liberte do flagelo gerado pelos juros imorais da dívida e que nos permita gerar

meios financeiros para o país apostar no crescimento económico e, consequentemente, na sua capacidade de

gerar riqueza por via da atividade produtiva, designadamente no apoio a micro, pequenas e médias empresas.

Simultaneamente colocar os setores estratégicos a servir o desenvolvimento económico e o interesse

nacional, e não os interesses dos acionistas das grandes empresas, é um imperativo para baixar custos de

produção da nossa atividade produtiva e para direcionar esforços para a dinâmica económica.

Fomentar a nossa produção nacional, regional e local, apostando na sua qualidade e na sua divulgação, é

determinante para o sucesso económico, com impacto direto na criação de emprego, na redução da

dependência externa e com enormes vantagens do ponto de vista ambiental.

Um dos fatores que gera maior vulnerabilidade num país, sentida de forma deprimente quando esse país

se encontra em situação de crise, é a injusta repartição da riqueza. Portugal desperdiçou já muito tempo na

falta de centralidade do objetivo de diminuição do fosso entre os mais ricos e os mais pobres. É fundamental