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7 | II Série A - Número: 110 | 12 de Maio de 2014

Também neste caso a linha de degradação do Sector Empresarial do Estado da política de direita conduziu ao encerramento, com o Governo a decretar a sua extinção. Igual destino teve a Sociedade de Reparação de Navios, criada em 1942 por acordo entre a Sociedade Nacional de Armadores do Bacalhau e Sociedade de Armadores de Pesca do Arrasto, tinha por objetivos a reparação e transformação de navios e utensílios de navegação de pesca, pertencentes a armadores seus associados, os quais gravitavam na orbita de influência do Almirante Henrique Terneiro. O estaleiro dividia-se por duas oficinas, uma no Ginjal, em Cacilhas, outra mais pequena na Doca Pesca, em Lisboa.
Instalado no sopé da falésia, com cais privativo, ali laboravam a 20 de Maio de 1977 um efetivo de 630 trabalhadores, dos quais 52 mulheres, distribuídos por vinte secções. Na década de 80, por decisão governamental, a S.R.N. encerrava as suas portas.

VIII

Em 1937, a CUF negoceia com o Porto de Lisboa a concessão do estaleiro da Rocha do Conde de Óbidos, fundando deste modo a primeira empresa do sector, a que foi dado o nome de CUF – Estaleiros Navais de Lisboa.
A empresa prosperou e em 1961 o nome foi alterado para NAVALIS, Estaleiros Navais de Lisboa, sendo dois anos mais tarde adotada a denominação social LISNAVE, Estaleiros Navais de Lisboa. A nova designação marcou o início de uma era de expansão e de modernização que funcionou em dois sentidos e com dois objetivos: por um lado, trazer para Portugal a tecnologia mais avançada que existia no exterior, com relevo para o Norte da Europa, reforçando a experiência acumulada, por outro, concorrer decididamente no mercado internacional. Três estaleiros holandeses e dois suecos, juntamente com bancos e companhias de navegação portuguesas, tomaram o capital social da Lisnave em 1963. O objetivo da empresa assim reformulado era o de construir e operar um estaleiro com capacidade suficiente para que pudesse receber os maiores navios que existiam no Mundo, tendo em especial atenção o previsto aumento de tráfego na Europa Ocidental, no Mediterrâneo e no Atlântico. Em 1964 começa a construção do estaleiro da Margueira, projetado para proceder à reparação de grandes navios e inaugurado em 1967, sendo possuidor, a partir de 1971, da maior doca seca do Mundo. De resto, a Lisnave manteve elos de ligação de formas diversas com estaleiros espalhados pelo Mundo, como são os casos da Setenave, Cabnave, em Cabo Verde, Estalnave, Sorefame e Sayde Mingas, em Angola, Guinave, na Guiné-Bissau, Emana, em Moçambique, Asry, no Bahrain e Isry, na Arábia Saudita. No fim da década de noventa, em larga medida por opções politicas dos governos, e depois de grandes lutas e resistência dos trabalhadores e população a Lisnave encerrou as suas atividades em Almada, deslocalizando para a Setenave os seus equipamentos e parte do pessoal, enquanto os trabalhadores acabaram na sua maioria por ser despedidos. Resta no concelho o estaleiro do Arsenal do Alfeite (por razões estratégicas exclusivamente ao serviço da Armada) agora com o Estatuto de S. A., com redução muito significativa de trabalhadores – tendo passado, no decurso do processo de alteração de estatuto, de 1160 para os atuais 600 trabalhadores. Este é um estaleiro que, pela sua ligação fundamental à Marinha, quer pela importância económica que ainda tem no Concelho de Almada, e Concelhos vizinhos, importa defender e preservar.

Primeiras iniciativas para a preservação museológica IX

A concentração industrial que integrava no concelho de Almada a Lisnave, o Arsenal do Alfeite, a Sociedade de Reparação de Navios, a Companhia Portuguesa de Pesca, o H. Parry & Son, a Sociedade Nacional dos Armadores do Bacalhau, empregava cerca de 15 mil trabalhadores na década de 1970, tendo diminuído o seu peso com o encerramento sucessivo destas empresas consequência de uma orientação política que destruiu o sector produtivo do País, tornando-o dependente do estrangeiro.

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