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17 DE FEVEREIRO DE 2017 51

A recordar a presença portuguesa na Primeira Guerra Mundial em França há, ainda, o monumento de La

Couture, do escultor português António Teixeira Lopes e inaugurado a 10 de novembro de 1928, e o cemitério

militar britânico de Boulogne, onde há um talhão português com 44 campas.

O cemitério militar de Richebourg, a capela Nossa Senhora de Fátima e o monumento aos mortos de La

Couture são palco, todos os anos, em abril, de uma cerimónia evocativa da Batalha de La Lys.

Foi recentemente tornado público que o cemitério militar português de Richebourg, com 1.831 campas de

soldados lusos da I Guerra Mundial, faz parte de uma “lista indicativa” para candidatura a Património Cultural da

UNESCO.

O cemitério português, no norte de França, é um dos “locais funerários e memoriais da I Guerra Mundial

(Frente Ocidental)” que integraram, em abril de 2014, a “lista indicativa” de França para futuras candidaturas a

património da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Num conjunto de 80 locais referentes à Grande Guerra, o cemitério de Richebourg L’Avoué aparece em

sétimo lugar, assim como a Capela de Nossa Senhora de Fátima, em Lorgies, mesmo em frente do cemitério.

A ambição de inscrever os "locais funerários e memoriais da I Guerra Mundial" como património da UNESCO,

explica a apresentação do projeto disponível na página internet da UNESCO na secção das "listas indicativas",

resulta de uma "seleção transnacional", com a Bélgica, em que foram escolhidos 80 locais em França e 25 na

Bélgica, "rigorosamente selecionados no seio de um vasto conjunto de milhares de cemitérios, necrópoles e

memoriais da frente ocidental".

De acordo com esse documento, "Estes elementos são representativos da enorme diversidade de nações e

de povos que estiveram implicados neste conflito mundial, com uma dimensão nunca então alcançada. Eles

compõem uma paisagem evocativa representativa da extensão geográfica da frente (mais de 700 km), dos

grandes momentos da sua história e das suas evoluções ao longo da guerra".

Como "justificação para o valor universal excecional", o texto explica que, com a Grande Guerra, "uma nova

memória funerária exprime-se através de cemitérios constituídos por campas individuais que se repetem em

grande número", marcados pela "homogeneidade", e através da "inscrição de nomes nos mausoléus e

memoriais que responde à vontade de guardar a memória de combatentes cujos corpos não foram encontrados

ou identificados".

"Todos estes elementos refletem, também, o caráter internacional do conflito, seja através de cemitérios

explicitamente associados a um dos beligerantes ou ao homenagear soldados oriundos do mundo inteiro",

continua o documento, lembrando, ainda que "os memoriais são monumentos totalmente novos em relação a

guerras anteriores".

A lista de monumentos traduz "um movimento arquitetónico totalmente novo" e "testemunha o sofrimento e

o luto em massa", sendo "um culto funerário que é, desde logo, mais que um culto combatente, um culto civil e

humanista que convida ao recolhimento e, depois, à reconciliação e à paz".

No entanto, importa referir a situação de abandono em que se encontra este Cemitério e o vizinho Monumento

de La Couture, os maiores e mais ilustre Memoriais erguidos fora do território nacional. Torna-se urgente

proceder a um conjunto de intervenções que permita a historicidade ativa deste património com toda a dignidade

que merecem.

Nestes termos, o Grupo Parlamentar do PSD, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais

aplicáveis, propõe que a Assembleia da República recomende ao Governo que tome as medidas

urgentes na recuperação e valorização dos Cemitérios dos Nossos Heróis.

Palácio de S. Bento, 17 de fevereiro de 2017.

Os Deputados do PSD: Sérgio Azevedo — Joel Sá — Susana Lamas — Helga Correia — Emídio Guerreiro

— Sara Madruga da Costa — Jorge Paulo Oliveira — Maurício Marques — Berta Cabral — Carlos Alberto

Gonçalves — Laura Monteiro Magalhães — António Costa Silva — Luís Vales — Fernando Negrão — José

Carlos Barros — Hugo Lopes Soares — Clara Marques Mendes — Margarida Mano — Margarida Balseiro Lopes

— Emília Cerqueira — José Silvano — Pedro Pimpão — Cristóvão Simão Ribeiro — Álvaro Batista — Paulo

Rios de Oliveira — Carlos Silva — Nuno Serra — Firmino Pereira — Paulo Neves — Rubina Berardo — António

Ventura.

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