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II SÉRIE-A — NÚMERO 59

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4 – Estamos perante uma oportunidade perdida.

Volvidos mais de três anos e meio da governação, a estratégia passou por diminuir a qualidade e capacidade

dos serviços, diminuir o investimento e, ao mesmo tempo, agravar a carga fiscal, a maior carga de sempre.

O Governo insiste em penalizar as pessoas e as empresas recorrendo ao aumento dos impostos indiretos,

como é o caso do ISP. Num exemplo que soma aumento de impostos a uma quebra da palavra do Primeiro-

Ministro, os consumidores de gasóleo pagam em imposto sobre os produtos petrolíferos e taxa de CO2 mais 8

cêntimos por litro do que pagavam em 2015.

Tudo isto é uma realidade que contribuirá para que, no futuro, o crescimento aconteça de forma mais lenta,

como aliás confirmam uma série de instituições. Hoje temos uma economia a abrandar, com as exportações a

desacelerar. No 3.º trimestre de 2018, 14 países da zona Euro cresceram mais do que Portugal.

Ao mesmo tempo, Portugal continuou a endividar-se, o que significa que a dívida pública nominal não parou

de crescer. Mesmo com condições de juros absolutamente excecionais, a dívida pública em percentagem do

PIB não reduziu para níveis aceitáveis.

Não estamos devidamente preparados para a enfrentar uma nova crise económica, sem uma derrapagem

das contas públicas e sem o risco de perder o financiamento externo. Todo este período constituiu uma

oportunidade perdida para dar resposta aos bloqueios existentes e permanecentes nas várias áreas de

governação, que ainda condicionam o crescimento económico e que deviam ter permitido que Portugal

crescesse ao nível das economias que são suas congéneres na Europa.

5 –O Governo que não faz o que devia para estimular a nossa economia, compromete Portugal na União

Europeia, ao apoiar o fim da regra da unanimidade em matéria fiscal.

Ao arrepio da Assembleia da República, o Governo apressa uma evolução do processo de decisão da União

naquele domínio, cujo resultado não só é prejudicial ao interesse nacional como poderá retirar, no futuro,

vantagem competitiva à economia portuguesa. Em Portugal, mal se falou desta decisão e continua a

desconhecer-se a fundamentação da sua posição, após o adiamento sucessivo da vinda do Ministro das

Finanças à Comissão de Assuntos Europeus.

As apreensões do CDS-PP advêm da possibilidade de o Estado português ficar à mercê do ímpeto tributário

de outros Estados-Membros e de ver diminuído o seu direito soberano em determinar a sua própria legislação

fiscal. Não é aceitável a invocação da eficiência e da harmonização fiscal para fundamentar uma alteração do

processo de decisão europeu, porque o seu consentimento dilui o peso do Estado português no conjunto dos

27 Estados-Membros.

A Assembleia da República não concedeu ao Governo a passagem de um cheque em branco, sem que este

examinasse e explicasse as consequências que decorrem da eliminação da barreira da unanimidade.

Têm sido muitas e variadas as tentativas políticas do Governo para se arvorar em vanguarda de um

europeísmo federal favorável à criação de uma máquina tributária europeia. Primeiro, fê-lo ao defender a criação

de impostos europeus como recursos próprios do Orçamento da União, abdicando de uma prerrogativa que

deve permanecer na esfera dos EM – a capacidade de lançar impostos. É, de resto, insólito que, depois de

afastada esta possibilidade no âmbito do processo negocial do próximo Quadro Financeiro Plurianual, o Governo

insista em apostar politicamente nesta ideia fracassada, descurando a recuperação das verbas perdidas, de

forma inexplicável, no domínio da coesão e da agricultura.

Agora, repete-o, de forma diferente, mas refletindo, uma vez mais, uma predisposição voluntária e precipitada

para alienar um reduto de competência exclusiva dos EM e parte da nossa esfera de soberania.

6 – O Governo falha às pessoas, falha na dimensão social, falha na economia, falha no investimento e falha

na soberania e segurança dos portugueses.

A erosão da confiança e autoridade das Forças Armadas e das forças e serviços de segurança tem

demonstrado ser uma constante da governação socialista.

Não nos esquecemos ainda de um conjunto vasto de material de guerra, furtado dos paióis de Tancos ou do

roubo de armas às forças de segurança sem que se conheçam responsabilidades políticas. A erosão da

autoridade do Estado estende-se ao sistema prisional, onde os motins se repetem, em estrita resposta às greves.

À desmotivação das forças de segurança acresce a sua reiterada desautorização. O Governo falhou sendo

incapaz de garantir a motivação e a confiança nas forças que garantem a nossa segurança.