O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-A — NÚMERO 85

90

Data de admissão: 13 de março de 2019.

Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Índice

I. Análise da iniciativa

II. Enquadramento parlamentar

III. Apreciação dos requisitos formais

IV. Análise de direito comparado

V. Consultas e contributos

VI. Avaliação prévia de impacto

VII. Enquadramento bibliográfico

Elaborada por: Cidalina Lourenço Antunes e Catarina R. Lopes (DAC), Sónia Milhano (DAPLEN), Maria João Godinho e Nuno Amorim (DILP) e Paula Faria (BIB). Data: 25 de março de 2019.

I. Análise da iniciativa

• A iniciativa

O proponente da iniciativa procurou identificar as causas que no seu entender poderão estar na origem da

contínua violência sobre as mulheres e outros estratos sociais vulneráveis como as crianças e os idosos,

visando com isso apresentar medidas legislativas concretas para genericamente combater e erradicar a

violência.

Desta forma, o projeto de lei em apreciação assume uma abordagem global à problemática da violência,

dirigindo-se genericamente aos mecanismos de proteção às vítimas.

O proponente parte de uma análise à violência contra as mulheres e, em particular, da violência doméstica

para concluir que, em sua opinião, uma das suas principais causas reside na persistência de desigualdades

económicas e sociais entre homens e mulheres, cultivada historicamente pelo próprio Estado que instituiu uma

estrutura e organização familiar hierarquizadas – em que ao chefe da família, o homem, «todos os abusos

eram permitidos» –, e a replicou dentro da sua própria estrutura e organização.

Por este motivo, o proponente considera que o tema da violência familiar «não se reduz a uma questão

privada de relações entre os sexos», constituindo antes uma responsabilidade e um dever do próprio Estado,

conforme assume no artigo 3.º do projeto de lei, a quem cabe adotar políticas publicas que pugnem pela

igualdade e liberdade entre e de homens e mulheres, e por uma cultura e sociedade mais justas e

equilibradas.

A dependência económica e social da mulher impede a sua autonomia e independência e a sua

capacidade de, querendo, reiniciar uma nova vida, livre de violência e maus tratos, segundo o proponente.

Deste modo, defende que, compete ao Estado combater o desemprego e a precariedade laboral feminina,

bem como a discriminação salarial entre homens e mulheres.

Porém, não bastará à mulher ganhar independência económica e financeira, torna-se igualmente

necessário garantir a sua assistência, proteção e apoio na ressocialização.

Nesse sentido, defende também que devem ser reforçados «os meios materiais e humanos dos serviços

públicos que intervém neste domínio, desde o SNS (Serviço Nacional de Saúde), passando pela Segurança

Social, forças e serviços de segurança, até às autoridades judiciárias.»

O proponente alerta ainda para o facto de as características de vulnerabilidade e dependência

socioeconómica das mulheres se estenderem a outros estratos sociais, como às crianças e aos idosos, por

natureza dependentes dos cuidados e/ou recursos financeiros de outros, o que poderá igualmente justificar o

Páginas Relacionadas
Página 0069:
10 DE ABRIL DE 2019 69 PORTUGAL. Centro de Estudos Judiciários – Violência(s) domés
Pág.Página 69
Página 0070:
II SÉRIE-A — NÚMERO 85 70 I. b) Objeto, motivação e conteúdo <
Pág.Página 70
Página 0071:
10 DE ABRIL DE 2019 71 Isto porque a interpretação do regime especial contido na Le
Pág.Página 71
Página 0072:
II SÉRIE-A — NÚMERO 85 72 II. Enquadramento parlamentar III. A
Pág.Página 72
Página 0073:
10 DE ABRIL DE 2019 73 Segundo o proponente, o aumento do femicídio em contexto de
Pág.Página 73
Página 0074:
II SÉRIE-A — NÚMERO 85 74 Prevê-se ainda, desde a alteração desta lei
Pág.Página 74
Página 0075:
10 DE ABRIL DE 2019 75 facto contra menor ou na presença de menor (podendo ainda ch
Pág.Página 75
Página 0076:
II SÉRIE-A — NÚMERO 85 76 ou autoridades competentes, caso tenham mot
Pág.Página 76
Página 0077:
10 DE ABRIL DE 2019 77 aprovado pelo Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de setembro de 2
Pág.Página 77
Página 0078:
II SÉRIE-A — NÚMERO 85 78 – A Proposta de Lei n.º 248/X/4.ª (Gov) – E
Pág.Página 78
Página 0079:
10 DE ABRIL DE 2019 79 sexta alteração à Lei n.º 112/2009, 16 de setembro, o autor
Pág.Página 79
Página 0080:
II SÉRIE-A — NÚMERO 85 80 determinadas pela legislação nacional; sali
Pág.Página 80
Página 0081:
10 DE ABRIL DE 2019 81 No âmbito criminal, o juiz pode igualmente decretar medidas
Pág.Página 81
Página 0082:
II SÉRIE-A — NÚMERO 85 82 NUNES, Francisco Manuel dos Ramos; MAGRIÇO,
Pág.Página 82
Página 0083:
10 DE ABRIL DE 2019 83 da vítima, quer no que respeita à penalização do agente, que
Pág.Página 83