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II SÉRIE-A — NÚMERO 23

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Em Boliqueime é possível assinalar, desde meados do Século XVIII até à extinção das ordenanças, em 1834,

os seguintes capitães da companhia de ordenanças: Diogo Rodrigues Guerreiro; Manuel Coelho; José da Costa

Coelho; Manuel de Ataíde Palença; Francisco Xavier do Vale e Silva; José Rodrigues Guerreiro, Manuel

Rodrigues Cavaco e Simão José Nunes Teixeira.

Segundo Nuno Borrego (2006), o último capitão da companhia de ordenanças circunscrita a Boliqueime e

arredores (10.ª companhia), teria sido, precisamente, Simão José Nunes Teixeira, com posse em 11/09/1824

(p.155), natural de Salir (filho do sargento-mor de ordenanças, José Dias Nunes), cujo casamento com Tomásia

Coelho, das casas de Leiria em 28 de fevereiro de 1821, e depois, por falecimento desta, com Jacinta Maria,

também de Boliqueime, deu origem à família Teixeira desta localidade.

3 – Personalidades

Inúmeras personalidades com relevância na vida pública portuguesa estão ligadas a Boliqueime, quer porque

são naturais ou porque escolheram a freguesia para residir ou para exercer a sua profissão, quer ainda outros

que, não sendo oriundos de Boliqueime, são-no os seus ascendentes.

De entre os mais ilustres boliqueimenses destacam-se:

• Aníbal Cavaco e Silva (Primeiro-Ministro de 1985 a 1995 e Presidente da República de 2006 a 2015);

• Lídia Jorge (professora, escritora e atual Conselheira de Estado);

• Guilherme d´Oliveira Martins (foi Deputado e ministro e exerceu funções de Presidente do Tribunal de

Contas, Presidente do Centro Nacional da Cultura, sendo atualmente Administrador da Fundação

Calouste Gulbenkian);

• Maria Aliete Galhoz (professora, poetisa e ensaísta);

• Carminda Cavaco (professora universitária – investigadora);

• João Batista dos Ramos Faísca (médico em Boliqueime durante mais de 30 anos e Vice-Presidente da

Câmara Municipal de Loulé nos anos de 1932 e 1933);

• José Ruivinho Brazão (professor e investigador);

• Eduardo António Brazão Gonçalves (professor e investigador);

• António Cavaco Silva (escritor e artista plástico);

• Joaquim da Ponte (foi Governador Civil do Algarve entre 1915 e 1917);

• Padre João Coelho Cabanita (que para além de pároco foi um importante investigador da história local,

tendo feito parte da Comissão Municipal de Arte e Arqueologia);

• Padre Sebastião Costa (natural de Tavira, mas pároco em Boliqueime durante mais de 30 anos e grande

impulsionador da criação da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime);

• Vítor Tenazinha (o mais famoso ciclista algarvio nas décadas de 60 e 70).

4 – Património e cultura

4.1. O edificado

De entre o património edificado mais relevante merecem particular destaque o religioso, mais concretamente

as igrejas de Boliqueime e de São Faustino. Mais recentemente foi construída a capela da Santa Casa da

Misericórdia de Boliqueime que também se apresenta com um estilo arquitetónico a considerar.

Mas é no domínio da arquitetura da casa algarvia, com as tradicionais platibandas e chaminés, que

encontramos alguns dos elementos mais característicos desta freguesia. A platibanda é uma espécie de moldura

horizontal colocada ao longo de toda a parte superior da parede principal do edifício, com a função de esconder

o telhado. Estas platibandas são trabalhadas, umas das quais constituindo verdadeiras obras de arte, com

diversos motivos de relevo e cores sobressaindo, ainda assim, os ocres vermelho, amarelo e azul.

Quanto às tradicionais chaminés algarvias, elemento existente em número significativo na freguesia de

Boliqueime, bem, aliás, como em todo o barrocal algarvio, são merecedoras de uma atenção especial, não

apenas porque representam uma arte praticamente em vias de extinção (atualmente as chaminés são feitas em