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Quinta-feira, 3 de abril de 2025 II Série-A — Número 209

XVI LEGISLATURA 1.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2024-2025)

S U M Á R I O

Decreto da Assembleia da República n.º 56/XVI (Alteração, por apreciação parlamentar, ao Decreto-Lei n.º 117/2024, de 30 de dezembro, que altera o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio):

— Alteração do texto inicial do decreto. Deliberação n.º 3-CP/2025:

Convocação do Plenário da Assembleia da República para o dia 25 de Abril de 2025.

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DECRETO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N.º 56/XVI (*)

(ALTERAÇÃO, POR APRECIAÇÃO PARLAMENTAR, AO DECRETO-LEI N.º 117/2024, DE 30 DE

DEZEMBRO, QUE ALTERA O REGIME JURÍDICO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL,

APROVADO PELO DECRETO-LEI N.º 80/2015, DE 14 DE MAIO)

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º

Objeto

A presente lei procede à primeira alteração, por apreciação parlamentar, ao Decreto-Lei n.º 117/2024, de

30 de dezembro, que altera o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, aprovado pelo Decreto-

Lei n.º 80/2015, de 14 de maio.

Artigo 2.º

Alteração ao Decreto-Lei n.º 117/2024, de 30 de dezembro

O artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 117/2024, de 30 de dezembro, passa a ter a seguinte redação:

«Artigo 2.º

[…]

[…]

“Artigo 72.º

[…]

1 – […]

2 – […]

3 – […]

4 – A salvaguarda do interesse público na transformação do solo deve incluir, na deliberação da

reclassificação, os seguintes elementos:

a) Demonstração do impacto da carga urbanística proposta, no sistema de infraestruturas existente, e a

previsão dos encargos necessários ao seu reforço, à execução de novas infraestruturas e à respetiva

manutenção;

b) Demonstração da viabilidade económico-financeira da proposta, incluindo a identificação dos sujeitos

responsáveis pelo financiamento, a demonstração das fontes de financiamento contratualizadas e as de

investimento público.

5 – (Anterior proémio do n.º 4)

a) [Anterior alínea a) do n.º 4]

b) Dos procedimentos de reclassificação dos solos, previstos nos n.os 7, 8 e 10 do presente artigo;

c) [Anterior alínea c) do n.º 4]

d) [Anterior alínea d) do n.º 4]

6 – (Anterior n.º 5)

7 – A reclassificação para solo urbano que se destine exclusivamente à execução de infraestruturas e de

equipamentos de utilização coletiva obedece aos critérios previstos nos n.os 1 e 4, e, quando se justifique, no

n.º 2, e processa-se através de procedimentos de elaboração, de revisão e de alteração de planos territoriais,

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nos quais é fixado o respetivo prazo de execução.

8 – A reclassificação para solo urbano que se destine à instalação de atividades de natureza industrial, de

armazenagem ou logística e aos respetivos serviços de apoio, ou a portos secos, bem como à habitação

destinada ao alojamento de trabalhadores agrícolas, pode ser realizada através da elaboração, revisão ou

alteração de plano territorial, de acordo com os critérios previstos no n.º 1, bem como através dos

procedimentos simplificados de reclassificação dos solos previstos nos artigos 72.º-A e 72.º-B.

9 – (Revogado.)

10 – Nos procedimentos de reclassificação para solo urbano não sujeitos a plano de pormenor, a

reclassificação a que se refere o número anterior fica sujeita à delimitação de uma unidade de execução e à

garantia da provisão de infraestruturas e de serviços associados.

11– Nas situações previstas nos n.os 5 e 6, a alteração por adaptação, destinada à atualização do plano

diretor municipal ou do plano diretor intermunicipal, nos termos do artigo 28.º e da alínea b)do n.º 1 do artigo

121.º só deve ser realizada finda a execução das operações urbanísticas previstas no plano de pormenor.

12 – O prazo para concretizar as obras de urbanização não pode exceder os quatro anos a contar da data

de publicação da deliberação do respetivo órgão deliberativo na 2.ª série do Diário da República.

13 – O prazo previsto no número anterior pode ser prorrogado uma só vez, pelo período de um ano, por

razões excecionais, devidamente fundamentadas, e desde que as operações urbanísticas já tenham sido

iniciadas.

14 – (Anterior n.º 13)

15 – A reclassificação para solo urbano prevista nos n.os 6 e 8 está sujeita a registo predial, mediante

inscrição gratuita a promover oficiosamente pela câmara municipal, com base, respetivamente, na certidão do

plano de pormenor com efeitos registais a que se refere o n.º 6 ou em comunicação da delimitação da unidade

de execução e da garantia da provisão de infraestruturas de serviços associados previstos no n.º 10, e da qual

deve ficar a constar o prazo para execução das obras de urbanização e das obras de edificação.

16 – (Anterior n.º 15)

Artigo 72.º-B

[…]

1 – Os municípios podem determinar a reclassificação para solo urbano mediante alteração simplificada do

plano diretor municipal, sempre que a finalidade seja habitacional e usos complementares e desde que,

cumulativamente:

a) Seja assegurada a contiguidade com o solo urbano, enquanto consolidação e coerência da urbanização

a desenvolver com a área urbana existente;

b) Pelo menos 700/1000 da área total de construção acima do solo se destine a habitação pública, a

arrendamento acessível nos termos do Decreto-Lei n.º 68/2019, de 22 de maio, ou a habitação a custos

controlados, nos termos da Portaria n.º 65/2019, de 19 de fevereiro;

c) […]

d) Existam ou sejam garantidas as infraestruturas gerais e locais;

e) Seja compatível com a estratégia local de habitação, carta municipal de habitação ou bolsa de

habitação, quando exista.

2 – […]

3 – […]

a) Áreas classificadas nos termos do Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional, aprovado pelo

Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, como faixa marítima de proteção costeira, praias, barreiras

detríticas, tômbolos, sapais, ilhéus e rochedos emersos no mar, dunas costeiras e dunas fósseis, arribas e

respetivas faixas de proteção, faixa terrestre de proteção costeira, águas de transição e respetivos leitos,

margens e faixas de proteção, cursos de água e respetivos leitos e margens, lagoas e lagos e respetivos

leitos, margens e faixas de proteção, albufeiras que contribuam para a conectividade e coerência ecológica da

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Reserva Ecológica Nacional (REN), bem como os respetivos leitos, margens e faixas de proteção, zonas

adjacentes, zonas ameaçadas pelo mar e zonas ameaçadas pelas cheias, áreas estratégicas de infiltração e

de proteção e recarga de aquíferos, áreas de elevado risco de erosão hídrica do solo e áreas de instabilidade

de vertentes;

b) Terras classificadas como classe A1 ou solos classificados como classe A e classe B, que se devem

manter como reserva agrícola nacional (RAN).

4 – As áreas referidas no número anterior mantêm-se integradas no regime da REN e da RAN, devendo,

mediante parecer técnico dos serviços municipais ou de outra entidade contratada com competência técnica

para o efeito, ser planeadas e executadas as medidas necessárias à salvaguarda da preservação dos valores

e funções naturais fundamentais em causa, bem como as medidas necessárias à prevenção e mitigação de

riscos para pessoas e bens, e não se aplicando, respetivamente, o disposto no artigo 20.º do Regime Jurídico

da Reserva Ecológica Nacional, e no artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março, que aprova o

regime jurídico da reserva agrícola nacional.

5 – […]

6 – […]

a) […]

b) Obrigação de afetação de, pelo menos, 700/1000 da área total de construção acima do solo para

habitação pública, arrendamento acessível nos termos do Decreto-Lei n.º 68/2019, de 22 de maio, ou

habitação a custos controlados, nos termos da Portaria n.º 65/2019, de 19 de fevereiro.

7 – A classificação do solo como urbano caduca nos termos previstos nos n.os 12 a 14 do artigo 72.º, com

as devidas adaptações, sendo comunicada pela câmara municipal ao serviço de registo predial, para efeitos

de averbamento gratuito de cancelamento ou de atualização do registo da reclassificação para solo urbano,

devendo a comunicação especificar quais os prédios abrangidos e indicar, por referência a cada um desses

prédios, se a caducidade é total ou parcial.

8 – (Revogado.)

9 – (Revogado.)

10 – (Revogado.)

11 – Os atos ou negócios jurídicos que tenham por objeto a transmissão, a oneração ou a promessa de

transmissão ou de oneração de prédios ou de edifícios e frações autónomas referidos na alínea b) do n.º 1 não

podem ser titulados ou realizados sem a menção desses factos e da sua inscrição definitiva no registo predial,

ou em violação dos limites máximos de preço estabelecidos nos respetivos regimes, sob pena de

anulabilidade.

12 – […]

13 – (Revogado.)

14 – Consideram-se usos complementares todas as funcionalidades em relação de dependência ou de

complementaridade com a finalidade de habitação, não podendo ser com ela conflituantes.

15 – No caso de reclassificação para solo urbano em que a propriedade não seja exclusivamente pública,

aplica-se ainda o disposto no n.º 11 do artigo 123.º.

16 – No caso de reclassificação para solo urbano em que a propriedade seja exclusivamente pública,

dispensam-se os elementos previstos no n.º 4 do artigo 72.º.

17 – A habitação a custos controlados promovida para arrendamento é transmissível, desde que

salvaguardados todos os direitos e deveres inerentes, nomeadamente o dever de afetação dos fogos à

promoção de habitação nos termos da alínea b) do n.º 6.

Artigo 123.º

[…]

1 – […]

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a) Requalificação do solo decorrente de:

i) […]

ii) Desafetação de bens imóveis do domínio público ou dos fins de utilidade pública a que se

encontravam adstritos, designadamente os do domínio privado indisponível do Estado;

iii) Cessação de atividades económicas ou do uso de infraestruturas ou equipamentos determinantes da

qualificação da área abrangida, desde que pelo menos 700/1000 da área total de construção acima do

solo se destine a habitação pública, a arrendamento acessível nos termos do Decreto-Lei n.º 68/2019,

de 22 de maio, ou a habitação a custos controlados, nos termos da Portaria n.º 65/2019, de 19 de

fevereiro, sem prejuízo das infraestruturas e equipamentos de utilização coletiva necessários e da

necessidade de garantir o habitat;

b) […]

c) […]

d) […]

e) […]

f) […]

g) Previsão da possibilidade de majoração até 20 % do índice de construção aplicável em áreas específicas

a delimitar pela alteração simplificada, na condição de pelo menos 700/1000 da área total de construção acima

do solo correspondente à majoração ser afeta a habitação pública, a arrendamento acessível nos termos do

Decreto-Lei n.º 68/2019, de 22 de maio, ou a habitação a custos controlados, nos termos da Portaria

n.º 65/2019, de 19 de fevereiro.

2 – […]

3 – […]

4 – […]

5 – […]

6 – […]

7 – […]

8 – […]

9 – […]

10 – […]

11 – As alterações referidas no presente artigo, quando não ocorram em solo de propriedade

exclusivamente pública, dependem de parecer não vinculativo da comissão de coordenação e

desenvolvimento regional, quanto à conformidade com as disposições legais e regulamentares vigentes e à

compatibilidade ou conformidade com os programas e os planos territoriais eficazes, devendo convocar uma

conferência procedimental previamente à emissão de parecer, o qual deve ser proferido no prazo de 20 dias a

contar da data do envio da proposta, sob pena de deferimento tácito.

12 – A conferência procedimental prevista no número anterior é feita com todos os órgãos, serviços e

pessoas coletivas públicas relevantes em função da matéria, que expressam a sua posição, a qual fica

registada em ata, aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto no artigo 84.º.

Artigo 199.º

[…]

1 – […]

2 – […]

3 – Ficam suspensas, até à inclusão das regras de classificação e qualificação previstas no presente

decreto-lei, as normas relativas às áreas urbanizáveis ou de urbanização programada, como tal classificadas

nos planos territoriais em vigor, não podendo, nessa área e enquanto durar a suspensão, haver lugar à prática

de quaisquer atos ou operações que impliquem a ocupação, uso e transformação do solo, sob pena de

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nulidade desses atos, nos termos do artigo 69.º do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação.

4 – A suspensão prevista no número anterior não se aplica às áreas urbanizáveis ou de urbanização

programada:

a) Que tenham adquirido entretanto as características de solo urbano nos termos do presente decreto-lei e

do Decreto Regulamentar n.º 15/2015, de 19 de agosto, que estabelece os critérios de classificação e

reclassificação do solo, bem como os critérios de qualificação e as categorias do solo rústico e do solo urbano

em função do uso dominante, aplicáveis a todo o território nacional;

b) Cujas obras de urbanização previstas em plano de pormenor, por contrato de urbanização ou por ato

administrativo de controlo prévio se encontrem em execução e até ao termo do respetivo prazo;

c) Cujos parâmetros urbanísticos já tenham sido definidos pelo órgão autárquico competente através da

aprovação de pedido de informação prévia ou projeto de arquitetura.

5 – (Revogado.)

6 – A suspensão das normas nos termos do n.º 3 não impede a realização das operações urbanísticas em

áreas urbanizáveis ou de urbanização programadas cuja finalidade se enquadre no disposto nos artigos 72.º-A

e 72.º-B, aplicando-se os procedimentos de reclassificação do solo para aquelas finalidades, respetivamente.

7 – A suspensão prevista no n.º 3 é decretada pela comissão de coordenação e desenvolvimento regional

territorialmente competente após audição do município.

8 – Para efeitos do número anterior, a suspensão não pode ser decretada caso o município demonstre,

fundamentadamente, que a conclusão do processo de revisão dos planos territoriais se encontre em fase de

conclusão ou cujo atraso tenha ocorrido por motivos que não lhe sejam imputáveis.

9 –A comissão de coordenação e desenvolvimento regional fixa a duração do levantamento da suspensão

tendo em consideração o tempo previsivelmente necessário para a conclusão do processo de revisão dos

planos.”»

Artigo 3.º

Aditamento ao Decreto-Lei n.º 117/2024, de 30 de dezembro

É aditado ao Decreto-Lei n.º 117/2024, de 30 de dezembro, o artigo 3.º-A, com a seguinte redação:

«Artigo 3.º-A

Vigência e produção de efeitos

1 – A prorrogação do regime é precedida da apresentação e discussão na Assembleia da República, pelo

Governo, de um relatório de avaliação da aplicação do presente decreto-lei, que fundamente a decisão.

2 – O presente decreto-lei vigora durante quatro anos contados a partir da data da respetiva produção de

efeitos, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

3 – O disposto no número anterior não se aplica aos procedimentos iniciados na vigência e ao abrigo do

presente decreto-lei, continuando, quanto àqueles, a vigorar o disposto no presente decreto-lei.

4 – O presente decreto-lei produz efeitos a 31 de dezembro de 2024.»

Artigo 4.º

Norma revogatória

São revogados o n.o 9 do artigo 72.º, os n.os 8, 9, 10 e 13 do artigo 72.º-B e o n.º 5 do artigo 199.º do

Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 117/2024, de 30

de dezembro.

Aprovado em 28 de fevereiro de 2025.

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O Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.

(*) O texto inicial do decreto foi publicado no DAR II Série-A n.º 199 — Suplemento (2025.03.13) e substituído, a pedido do autor, em

3 de abril de 2025.

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DELIBERAÇÃO N.º 3-CP/2025

CONVOCAÇÃO DO PLENÁRIO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA PARA O DIA 25 DE ABRIL DE 2025

A Comissão Permanente da Assembleia da República delibera, nos termos da alínea c) do n.º 3 do artigo

179.º da Constituição e do artigo 76.º do Regimento da Assembleia da República, convocar o Plenário da

Assembleia da República para o dia 25 de Abril de 2025, pelas 10 horas, para a realização da Sessão Solene

Comemorativa do 51.º Aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974 e do 50.º Aniversário da Eleição da

Assembleia Constituinte.

Aprovada em 2 de abril de 2025.

O Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

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