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2 | II Série B - Número: 026 | 10 de Março de 2007

VOTO N.º 88/X DE PESAR PELO FALECIMENTO DE MANUEL BENTO, ANTIGO GUARDA-REDES DE FUTEBOL DO BENFICA E DA SELECÇÃO NACIONAL

Na passada semana o País tomou conhecimento, com consternação, da morte de Manuel Bento, guardaredes de futebol do Benfica e da Selecção Nacional.
Nascido há 58 anos, na Golegã, deu os primeiros passos como jogador no modesto Riachense, donde transitou para o Barreirense, clube onde começou a chamar a atenção dos técnicos de futebol. Seria então José Augusto a levá-lo para o Benfica, cuja camisola vestiu pela primeira vez em 1973.
Neste clube manteve-se durante quase 20 anos. Durante esse período o seu contributo foi decisivo para a conquista de oito campeonatos nacionais, cinco taças de Portugal, duas super-taças, tendo ainda sido finalista de uma Taça UEFA no ano de 1983. Pouco atreito a lesões, foi de uma notável regularidade ao longo da sua carreira, tendo participado em 464 jogos oficiais. Jogador de recursos pouco comuns, Bento mereceu ser chamado 62 vezes a representar a selecção nacional, tendo exercido as funções de capitão de equipa por 26 vezes.
Neste âmbito destacam-se duas presenças: no Europeu de Futebol de 84, disputado em França, tendo ajudado a equipa a chegar às meias finais dessa prova, e no Mundial do México, dois anos depois, onde se tornou num dos principais protagonistas da contestação dos jogadores à direcção da Federação Portuguesa de Futebol. E foi naquele país que, em consequência de uma grave lesão, terminou na prática a sua carreira, não obstante ter continuado ao serviço do Benfica por mais quatro anos. Actualmente, sempre no Benfica, dedicava-se à descoberta de talentos e ao treino de jovens candidatos a guarda-redes.
O homem do Barreiro deixou muitas histórias para contar aos vindouros e, sobretudo, uma carreira exemplar à qual terá faltado apenas a homenagem nacional que o país desportivo lhe ficou a dever.
Profissional de uma seriedade incontestável, Manuel Bento recusou sempre virar a cara à verdade, mesmo quando as circunstâncias lhe recomendavam atitude contrária.
Andou à frente do tempo e por isso o futebol não o compensou como merecia.
Deixou-nos, assim, com esse crédito imenso e uma recordação inapagável das suas grandes exibições.
À família de Manuel Bento, à Federação Portuguesa de Futebol e ao Sport Lisboa e Benfica a Assembleia da República apresenta sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 8 de Março de 2007.
Os Deputados: Ricardo Rodrigues (PS) — Luís Fazenda (BE) — Luís Rodrigues (PSD) — Bernardino Soares (PCP) — Miguel Tiago (PCP) — Cecília Honório (BE) — Afonso Candal (PS) — António Montalvão Machado (PSD) — Luiz Fagundes Duarte (PS) — Nuno Magalhães (CDS-PP) — Bravo Nico (PSD) — Paula Barros (PS) — Odete João (PS) — Júlia Caré (PS) — Fernando Negrão (PSD) — Emídio Guerreiro (PSD) — Melchior Moreira (PSD) — Hermínio Loureiro (PSD) — Teresa Portugal (PS) — Pedro Duarte (PSD) — Francisco Madeira Lopes (Os Verdes) — mais duas assinaturas ilegíveis.

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VOTO N.º 89/X DE CONGRATULAÇÃO PELA CONQUISTA DO TÍTULO EUROPEU DE NAÍDE GOMES

No passado dia 3 de Março, em Birminghan, nos Campeonatos Europeus de Atletismo em Pista Coberta, Naíde Gomes protagonizou uma vez mais o hastear da Bandeira de Portugal, ao atingir o pódio, arrecadando numa prova soberba a Medalha de Ouro no Salto em Comprimento, renovando, assim, o seu título de há dois anos em Madrid, além de bater a melhor marca mundial do ano e o record nacional da especialidade.
Naíde Gomes, nascida há 27 anos em S. Tomé e Príncipe, não é apenas uma multifacetada desportista de eleição, dotada de notável carácter, pois, além de um já vasto palmarés no ranking de excelência, ostenta uma trajectória académica relevante.
Atletas desta dimensão são cidadãos excepcionais, com capacidade e talento acima da média. São um exemplo social, um íman e o verdadeiro catalizador do incremento da prática desportiva — especialmente da juventude —, matriz que Portugal deve perseguir incessantemente enquanto Estado desenvolvido, e a importância estratégica do desporto no campo educativo e formativo deve ser assumido com determinação.
No desporto e na representação internacional mora a alma de um povo, sendo gratificante ver a portugalidade apreciada no contexto das nações e a convergir para uma dimensão humanista superior.
Pelo significado e estímulo que este feito desportivo assume para todos e cada um de nós, fazendo a História, a do desporto e de Portugal; Pelo júbilo, orgulho e auto-estima que proporciona à comunidade e a todos os quadrantes da lusofonia; E, finalmente pela esperança num cenário de sucesso que indelevelmente nos incita na via da repetição do êxito no maior palco desportivo contemporâneo que serão os próximos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008; A hora é de parabéns, especialmente neste «Dia Internacional da Mulher». A Assembleia da República

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