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15 DE DEZEMBRO DE 2017

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Em Portugal, lecionou na Universidade Aberta e concluiu e publicou a já referida e premiada tradução de Os

Lusíadas para língua inglesa, bem como inúmeras obras de poesia, ensaística e de ficção originais, reveladoras

do seu profundo conhecimento da realidade e história portuguesas.

Regressaria a Camões, sendo a sua tradução da lírica camoniana publicada em 2008, à qual fez ainda

acrescer vários estudos sobre o desafio linguístico da tradução da obra de Camões. Paralelamente, dedicou

também a sua atenção à presença portuguesa e à passagem de Camões por Goa e pela Índia, com especial

enfoque na produção literária do poeta naquele território, descrevendo o seu papel pioneiro como «o primeiro

poeta europeu a cruzar o Equador» e a beneficiar das trocas culturais provocadas pela expansão portuguesa

no Oriente.

O desaparecimento de Landeg White deixa assim mais pobre o panorama académico e literário anglo-

português, permanecendo, no entanto, na sua obra, um legado fundamental para o aprofundamento das

relações culturais bilaterais seculares com o Reino Unido.

Assim, a Assembleia da República, reunida em Plenário, expressa sentidas condolências à família, amigos

e colegas de Landeg White, prestando homenagem à sua obra de investigação, tradução e divulgação da

literatura portuguesa

Palácio de São Bento, 14 de dezembro de 2017.

Autores: João Soares (PS) — Pedro Delgado Alves (PS) — Ricardo Bexiga (PS) — Santinho Pacheco (PS)

— Ivan Gonçalves (PS) — Francisco Rocha (PS) — José Rui Cruz (PS) — Carla Tavares (PS) — Elza Pais (PS)

— Maria Adelaide Ribeiro (PS) — Palmira Maciel (PS) — Wanda Guimarães (PS) — Sofia Araújo (PS) —

Marisabel Moutela (PS) — Norberto Patinho (PS) — Carla Sousa (PS) — José Manuel Carpinteira (PS) —

António Sales (PS) — Lúcia Araújo Silva (PS).

Outros subscritores: Nilza de Sena (PSD) — Sara Madruga da Costa (PSD).

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VOTO N.º 457/XIII (3.ª)

DE CONDENAÇÃO PELA LIMPEZA ÉTNICA DA MINORIA ROHINGYA EXECUTADA PELO EXÉRCITO

BIRMANÊS

Dados divulgados na passada terça-feira pela organização Médicos Sem Fronteiras estimam que pelo menos

9000 pessoas da minoria rohingya tenham morrido na Birmânia entre 25 de agosto e 24 de setembro. Mais de

6700 dessas pessoas foram assassinadas, entre elas, pelo menos, 730 crianças.

O relatório apresentado pelos Médicos Sem Fronteiras faz um retrato do horror. Entre crianças com idade

inferior a 5 anos, o relatório aponta que 59% foram mortas a tiro, 15% foram queimadas vivas nas suas casas,

7% foram espancadas até à morte e 2% morreram em explosões de minas terrestres. O relatório denuncia ainda

a morte de civis em atos de agressão sexual.

Apesar destes números aterradores, Sidney Wong, diretor dos Médicos Sem Fronteiras, alertou para uma

mortandade subavaliada: ‘O número de mortes provavelmente está subestimado, já que não analisámos todos

os acampamentos de refugiados no Bangladesh, e porque as investigações não contabilizam as famílias que

nunca chegaram a sair da Birmânia’.

A onda de violência que se iniciou no final de agosto na Birmânia corresponde a uma limpeza étnica

promovida pelo exército birmanês e que levou à fuga de 647 000 refugiados. As condições dos refugiados que

se encontram em campos no Bangladesh já foram descritas pela Unicef como ‘um inferno na terra’. No entanto,

os Médicos Sem Fronteiras alertam para a ameaça que pode representar o regresso forçado destes refugiados

à Birmânia através do repatriamento previsto num acordo assinado entre os dois países.