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II SÉRIE-B — NÚMERO 31

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Palácio de São Bento, 28 de fevereiro de 2018.

Autores: Cristóvão Norte (PSD) — José Carlos Barros (PSD) — Fernando Negrão (PSD) — Teresa Morais

(PSD) — Nilza de Sena (PSD) — Miguel Santos (PSD) — Susana Lamas (PSD) — Bruno Coimbra (PSD) —

Helga Correia (PSD) — Adão Silva (PSD) — Duarte Pacheco (PSD) — Luís Vales (PSD) — Feliciano Barreiras

Duarte (PSD) — Ulisses Pereira (PSD) — Bruno Vitorino (PSD) — Pedro do Ó Ramos (PSD) — Maurício

Marques (PSD) — Cristóvão Simão Ribeiro (PSD) — Maria das Mercês Borges (PSD) — Paula Teixeira da Cruz

(PSD) — Clara Marques Mendes (PSD) — Maria Germana Rocha (PSD) — Rubina Berardo (PSD) — Isaura

Pedro (PSD) — António Lima Costa (PSD) — Inês Domingos (PSD) — José Cesário (PSD) — José Silvano

(PSD) — Pedro Pimpão (PSD) — Carlos Páscoa Gonçalves (PSD) — Emília Santos (PSD) — Luís Pedro

Pimentel (PSD) — Marco António Costa (PSD) — Maria Manuela Tender (PSD) — Emília Cerqueira (PSD) —

António Ventura (PSD) — Carlos Alberto Gonçalves (PSD) — António Costa Silva (PSD) — Luís Leite Ramos

(PSD) — Manuel Frexes (PSD) — Sandra Pereira (PSD) — Ana Oliveira (PSD) — Fátima Ramos (PSD) — Berta

Cabral (PSD).

Outros subscritores: Carla Sousa (PS) — Fernando Anastácio (PS) — Ana Passos (PS) — Santinho Pacheco

(PS) — Eurídice Pereira (PS) — Maria da Luz Rosinha (PS) — António Eusébio (PS) — Pedro do Carmo (PS)

— Francisco Rocha (PS) — José Rui Cruz (PS) — João Gouveia (PS) — Carla Tavares (PS) — Ivan Gonçalves

(PS) — José Miguel Medeiros (PS) — José de Matos Rosa (PSD) — Luís Marques Guedes (PSD).

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VOTO N.º 491/XIII (3.ª)

DE PESAR PELA MORTE DE JOÃO VARELA GOMES

João Varela Gomes nasceu em 1924. Foi sempre um homem insubmisso, um lutador incessante, a quem

por vezes chamavam ‘primeiro Capitão de Abril’.

Antes de 1974, foi presença constante nas lutas contra a ditadura. Assim foi na candidatura presidencial de

Humberto Delgado de 1958, assim foi na Conspiração da Sé de 1959, assim foi nas listas oposicionistas de

1961 e assim foi no primeiro dia de 1962, na tomada do Quartel de Beja, com Manuel Serra. Gravemente ferido

nessa ação revolucionária — mas sempre inquebrantável na sua tenacidade —, João Varela Gomes foi preso

pela PIDE durante seis anos no Aljube e em Peniche e expulso do Exército.

Quando o Tribunal Plenário o julgou, proferiu ali um corajoso discurso contra a ditadura, que teve

repercussões no País e no estrangeiro, e do qual se recorda, em especial, a célebre frase: ‘Que outros triunfem

onde nós fomos vencidos’. Nem a sua prisão, nem a da sua mulher, Maria Eugénia, em Caxias, nem a de três

dos seus filhos, em 1973, o fizeram esmorecer.

Após o 25 de Abril foi reintegrado com o posto de coronel. Dirigiu as campanhas de dinamização cultural com

que os militares revolucionários pretendiam envolver os setores mais carenciados da população, para além de

combaterem o analfabetismo. Juntamente com um contingente de operários da Sorefame, retira o nome de

Salazar da ponte sobre o Tejo e rebatiza-a como Ponte 25 de Abril.

Varela Gomes entrou na clandestinidade depois do 25 de Novembro de 1975 para escapar ao mandado de

captura emitido contra si e saiu do País, sendo expulso das Forças Armadas. Apenas regressou a Lisboa em

setembro de 1979, ao abrigo da Lei da Amnistia recentemente aprovada pelo Parlamento. O Tribunal Superior

Administrativo deliberou, em 1982, a sua reintegração como coronel, mas reformado.