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II SÉRIE-B — NÚMERO 55

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Em 1972 passa a integrar os seus corpos sociais, contribuindo de forma decisiva para a definição dos valores

que ainda hoje norteiam esta entidade: um espaço de liberdade, de partilha de ideias, de cultura, de artes e de

solidariedade.

Destacado militante antifascista, Amândio Secca empenhou-se, ao longo da sua vida, na preservação dos

valores da cidadania e da democracia, tendo tido uma forte e relevante intervenção cívica e cultural na cidade

do Porto.

Aos 93 anos desempenhava, com o entusiasmo que lhe era conhecido, a função de Presidente do Conselho

de Administração da Cooperativa Árvore, tendo sido agraciado, em 2017, como Comendador da Ordem do

Mérito pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Da sua memória ficará um exemplo de seriedade, de rigor intelectual, de amor à cidade do Porto e à cultura,

que ele sempre viu como sendo a memória de um país e o investimento a fazer no futuro.

Assim, a Assembleia da República exprime o seu pesar pelo falecimento de Amândio Secca, a quem

manifesta a sua homenagem, e expressa as suas sentidas condolências à família e a todas as pessoas que lhe

eram próximas.

Palácio de São Bento, 4 de julho de 2018.

Os Deputados do PS: Carla Sousa — Paulo Pisco — Joaquim Barreto — Joana Lima — Pedro do Carmo —

José Manuel Carpinteira — Norberto Patinho — Santinho Pacheco — Francisco Rocha — João Marques —

António Sales — Rosa Maria Bastos Albernaz — Palmira Maciel — Wanda Guimarães — Sofia Araújo —

Hortense Martins — José Rui Cruz — Lúcia Araújo Silva — Luís Graça — Ana Passos — Rui Riso — Carla

Tavares — Hugo Costa — Maria Augusta Santos — Alexandre Quintanilha — Ivan Gonçalves — Elza Pais —

Vitalino Canas — André Pinotes Batista — João Torres — Fernando Anastácio — Isabel Alves Moreira —

Ricardo Bexiga — João Gouveia.

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VOTO N.º 592/XIII (3.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE JOSÉ BATISTA DE MATOS

José Batista de Matos, o rosto da emigração portuguesa no Museu Nacional da História da Emigração em

Paris, uma das grandes referências da comunidade em França, faleceu no passado dia 1 de julho, na Batalha,

com 84 anos, causando grande consternação entre todos aqueles que o conheciam.

Chegou a Paris em 1963 e conheceu a vida dura no bidonville de Champigny, tal como muitos milhares de

compatriotas, o que só acentuou o seu impulso para o envolvimento cívico e a luta por condições de vida dignas

para todos.

Foi encarregado-geral do metro de Paris e ativista pelos direitos dos trabalhadores. Foi dirigente associativo,

tendo fundado a Associação Portuguesa de Fontenay-sous-Bois, onde viveu grande parte da sua vida e que, no

passado dia 2 de junho, lhe concedeu a Medalha da Cidade. Foi aí que levou a que se erguesse o primeiro

monumento ao 25 de abril de 1974 fora de Portugal, por onde muitas personalidades da vida pública portuguesa

passaram.

Foi membro do Conselho das Comunidades Portuguesas e escreveu dois livros que refletem o sentido da

sua vida: História, cultura e tradições das Alcanadas e Uma vida de militância cívica e cultural. Foi também o

impulsionador da geminação entre Fontenay-sous-Bois e a Marinha Grande.

Batista de Matos era um defensor acérrimo da liberdade e da democracia e um lutador inconformado contra

as desigualdades, como demonstram as suas tomadas de posição e a forma como se envolveu no Maio de 68,

com o idealismo de quem quer mudar o mundo. Era um homem de causas e bem conhecido pela sua

generosidade e sentido de humanidade.