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30 DE MAIO DE 2020

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das crianças ficam comprometidos. Onde e quando podem os educadores pedir a crianças de 2 e 3 anos para

manterem uma distância física de dois metros entre cada um? Como impedir crianças de 2 e 3 anos de partilhar

os brinquedos da creche? As janelas e as portas devem estar sempre abertas? E se uma criança cair? Vão as

crianças, deixar de ser crianças? Vamos nós, eu, o Sr. Presidente e todos os portugueses corroborar com

medidas descabidas que colocam em causa o direito das crianças, que primamos desde sempre por cumprir?

Vamos deixar à mercê da sorte, o não contágio destas crianças? Destas educadoras? Auxiliares, pais e irmãos?

Estas crianças estarão desprotegidas, quiçá, na «boca do lobo», do vírus no caso. Todos sabemos, bem

como o Sr. Presidente que as crianças desta idade, até aos 6 anos, são o maior veículo de transmissão, portanto

de contágio. Não há, hoje, estudos suficientes quanto á infeção das mesmas por COVID-19. O facto é que se

verificam crianças infetadas e que são veículos de transmissão. Além disto, sito a comunicação em Diário de

Notícias, «num estudo publicado na semana passada na revista Science, uma equipa analisou dados de duas

cidades da China – Wuhan, onde o vírus surgiu pela primeira vez, e Xangai – e descobriu que as crianças eram

suscetíveis à infeção por coronavírus em cerca de um terço em relação aos adultos. Mas, quando as escolas

foram reabertas, os investigadores verificaram que as crianças tinham cerca de três vezes mais contactos que

os adultos e três vezes mais oportunidades de serem infetadas».

Posto, isto apelo ao Sr. Presidente para reiterar na Assembleia da República a abertura das creches, Jardins-

de-infância e ATL.

O problema aqui não é reabrir as escolas, é sim a ordem pela qual estão a iniciar este processo. Todos nós

sabemos que o país terá gradualmente que voltar a uma «suposta normalidade», para que a economia resista

e não poderemos ficar confinados eternamente. Abrir inicialmente o comércio, onde os clientes são (como tem

sido feito até aqui) atendidos um a um, mantendo o distanciamento social obrigatório e de seguida e aqui sim

relacionado com a educação, abrir faculdades. Seguidamente o ensino secundário (jovens adultos e

adolescentes que entendem a necessidade de existir esse distanciamento e que são autónomos, conseguem

usar uma máscara e entendem o porquê de ter que o fazer). Seguidamente abrir o 3.º ciclo e ir avaliando o

progresso desse retorno, também estes entendem a necessidade de usar uma máscara e de manter o

distanciamento. E progressivamente abrir em sentido descendente, até se chegar finalmente ao ensino pré-

escolar e às creches.

É verdade que, em tempos de pandemia, agradecemos recomendações que, considerando os perigos com

que vivemos, nos protejam a todos. E aos mais «frágeis», em particular, o que lhe oferecemos? Um depósito

em forma de despejo, onde não vão ser crianças?! Aquilo que a Direção-Geral da Saúde parece recomendar às

crianças, que vão para a creche será: «Afasta-te! Não toques! Vira-te de costas! Não brinques!» Com sugestões

destas não seria mais prudente (e honesto) afirmar que, considerando a sua segurança, se recomenda que as

crianças não frequentem a creche?!

Nesta faixa etária, dado o desenvolvimento psicossocial da criança não só é difícil, como é aliás impossível

manter o distanciamento social, e em crianças até aos 4 anos, ainda não existe etiqueta respiratória. Espirraram

e tossem para cima de quem estiver à sua frente. Relembro que não usam máscara, como nós adultos estamos

obrigados para não propagação e contaminação dos demais. Não estaremos nós a abrir precedentes e a pôr as

nossas crianças, e assim adultos em risco?!

Querem, agora, pôr em risco as boas decisões que tomaram até ao momento, abrindo prematuramente as

creches?

Data de entrada na Assembleia da República: 13 de maio de 2020.

A primeira subscritora: Maria Fernanda Varela Ferreira.

Nota: Desta petição foram subscritores 18 592 cidadãos.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.