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14 DE JANEIRO DE 2023

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PROJETO DE VOTO N.º 234/XV/1.ª

DE SAUDAÇÃO A EUGÉNIO DE ANDRADE NO CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO

Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de janeiro de 1923, na Beira Baixa, tendo-

se mudado para Lisboa, em 1932, onde a sua vocação literária se manifesta, publicando os primeiros livros de

poesia na década de quarenta. As mãos e os frutos (1948) projetam-no cedo no meio literário nacional, onde a

sua presença permanece marcante. A partir de 1950 passa a residir no Porto, por razões profissionais, cidade

que adotou e onde viveu atá à sua morte.

Eugénio de Andrade foi um dos poetas mais lidos e traduzidos da cultura portuguesa, com uma longa e

intensa carreira pautada por uma particular unidade de temas e de recursos formais. A sua poesia distingue-se

por um lirismo depurado, exigente, onde as palavras «Desamparadas, inocentes, leves, tecidas são de luz e são

a noite» trespassam o real visível, para que a poesia, verbalize o léxico essencial. O «poeta é um artesão», cujo

trabalho sobre a palavra procura, transmitir a mais pura sensação de musicalidade. Segundo Óscar Lopes,

Eugénio de Andrade foi, talvez, aquele que mais se aproximou das raízes da cultura portuguesa: Há em cada

um dos seus poemas um trabalho da língua, que o poeta sente como sendo o seu mais importante compromisso

e maior dádiva original.

Poeta consagrado, Eugénio de Andrade, estendeu, também, o seu talento à prosa, ao ensaio, à literatura

para a infância e à tradução de diversos autores, como Gabriel Garcia Lorca, Safo, Yannis Ritsos, Jorge Luís

Borges, tendo sido também organizador de várias antologias poéticas.

Reconhecido nacional e internacionalmente, foi agraciado com inúmeros prémios e distinções, entre as quais

o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada (1982) e a Grã-Cruz da Ordem de Mérito (1988), o

Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), o Prémio D. Dinis da Fundação Casa de

Mateus (1988), o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989), o Prémio Jean

Malrieu para o melhor livro de poesia estrangeira editado em França (1989) e o Prémio Vida Literária da

Associação Portuguesa de Escritores (2000). Em 2001 recebeu o Prémio Camões e em março de 2005 foi

distinguido com o doutoramento honoris causa pela Universidade do Porto.

Os cem anos do seu nascimento serão festejados com várias iniciativas, destacando-se um colóquio

internacional sobre a sua obra, uma grande exposição no Porto – Eugénio de Andrade, a arte dos versos– que

reúne o espólio editorial, audiovisual e fonográfico do autor, e ciclos quinzenais de leitura de poemas. A

Cooperativa Árvore, com a qual Eugénio tinha uma forte relação, inaugurou uma exposição coletiva de pintura

e desenho, evocativa do centenário do seu nascimento, prevendo-se ainda outras iniciativas em vários locais do

país, como no Fundão, sua terra natal.

Assim, a Assembleia da República saúda a comemoração do centenário do nascimento de Eugénio de

Andrade, poeta maior da língua portuguesa, prestando homenagem à sua vida, à sua obra e ao seu legado.

Palácio de São Bento, 13 de janeiro de 2023.

Os Deputados e as deputadas do PS: Eurico Brilhante Dias — João Torres — Rosário Gambôa — Pedro

Delgado Alves — Carla Sousa — Ana Bernardo — António Pedro Faria — Carlos Brás — Cristina Sousa —

Joana Lima — Maria João Castro — Pompeu Martins — Rui Lage — Sara Velez — Tiago Barbosa Ribeiro —

Paula Reis — Tiago Soares Monteiro — José Pedro Ferreira — Jorge Seguro Sanches — Edite Estrela —

Raquel Ferreira — Anabela Real — Berta Nunes — Ana Isabel Santos — Tiago Estevão Martins — Pedro

Cegonho — António Sales — Rita Borges Madeira — Tiago Brandão Rodrigues — Marta Temido — Francisco

Rocha — Miguel Matos — Dora Brandão — Catarina Lobo — Clarisse Campos — Pedro do Carmo — Sérgio

Monte — Palmira Maciel — Rosa Venâncio — José Rui Cruz — Susana Correia — Lúcia Araújo da Silva —

Carlos Pereira — Eduardo Oliveira — Cristina Mendes da Silva — Patrícia Faro — Gilberto Anjos — António

Monteirinho — Hugo Oliveira — Susana Amador — Sérgio Ávila — Ivan Gonçalves — José Carlos Alexandrino

— Pedro Coimbra — Ricardo Lima — Eunice Pratas — Nelson Brito — João Paulo Rebelo — Joaquim Barreto

— Luís Capoulas Santos — Paulo Araújo Correia — Sofia Andrade — André Pinotes Batista — Miguel Cabrita

— Fernando José — Fátima Correia Pinto — Jorge Gabriel Martins — Francisco Pereira de Oliveira — Paulo

Marques — Irene Costa — Miguel Iglésias — Jorge Botelho — Anabela Rodrigues — Agostinho Santa — Marta

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