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Sábado, 23 de novembro de 2024 II Série-B — Número 43

XVI LEGISLATURA 1.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2024-2025)

S U M Á R I O

Projetos de voto (n.os 444 a 450/XVI/1.ª): N.º 444/XVI/1.ª (PS) — De pesar pelo falecimento de Teresa Portugal. N.º 445/XVI/1.ª (PCP e subscrito por uma Deputada do PS) — De pesar pelo falecimento de Celeste Caeiro. N.º 446/XVI/1.ª (PS) — De pesar pelo falecimento de Belmiro Moita da Costa. N.º 447/XVI/1.ª (PSD) — De saudação à Associação de Futebol de Santarém pelo seu 100.º aniversário. N.º 448/XVI/1.ª (PSD) — De saudação à Sociedade Vencedora Portimonense. N.º 449/XVI/1.ª (PS) — De saudação à surfista Marta Paço pela sua sagração enquanto tetracampeã mundial de surf adaptado. N.º 450/XVI/1.ª (BE) — De pesar pelo falecimento de

Joaquim Pagarete. Apreciação Parlamentar n.º 4/XVI/1.ª (PS): Decreto-Lei n.º 77/2024, de 23 de outubro, que define, para o ano de 2024, as tarifas, os rendimentos tarifários e demais valores cobrados nos termos dos contratos de concessão de sistemas multimunicipais e altera os Estatutos da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. Inquérito Parlamentar n.º 8/XVI/1.ª (IL): (a) Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à Tutela Política da Gestão do Grupo Efacec.

(a) Publicado em Suplemento.

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PROJETO DE VOTO N.º 444/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE TERESA PORTUGAL

Faleceu no passado dia 2 de novembro, aos 85 anos, Teresa Alegre Portugal, antiga Deputada à

Assembleia da República, autarca e figura marcante da vida política e cultural nacional.

Nascida em 1939, Teresa Portugal licenciou-se em Filologia Germânica e seria ao ensino que dedicaria a

sua vida profissional. A partir de Coimbra, onde era querida e respeitada por personalidades de todos os

quadrantes, Teresa Portugal foi uma figura marcante da política e da cultura, tendo desempenhado inúmeras

funções públicas em democracia, após anos de resistência ao regime do Estado Novo.

Na longa noite de luta contra a ditadura, Teresa Portugal foi sempre uma combatente comprometida com

os valores democráticos e com a construção de uma sociedade justa e progressista, acompanhando a luta

junto do seu marido, António Portugal, conceituado guitarrista da Canção de Coimbra, e seu irmão, o poeta e

antigo Deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, Manuel Alegre.

Militante histórica do Partido Socialista depois do 25 de Abril, merece especial destaque o seu relevante

contributo cívico enquanto vereadora da cultura na Câmara Municipal de Coimbra por doze anos entre 1988 e

2001, deixando marcas que perduram na cidade, designadamente a criação da Casa Municipal da Cultura, o

arranque de uma política de aquisição da coleção de arte municipal, o apoio às companhias de teatro locais, a

compra da casa do poeta João José Cochofel e a criação de eventos como o festival José Afonso ou o festival

de Música de Coimbra. Integraria igualmente a Assembleia Municipal de Coimbra e, presentemente, era ainda

membro cooptado do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra, na qualidade de personalidade de mérito.

Entre 2005 e 2009, exerceria ainda funções como Deputada à Assembleia da República, dedicando o seu

trabalho parlamentar às causas pelas quais se batera ao longo da vida: a educação e a cultura.

Em 2005, em reconhecimento pelo seu combate pela construção da democracia, foi agraciada pelo

Presidente da República Jorge Sampaio com o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.

Assim, a Assembleia da República reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo

desaparecimento de Teresa Alegre Portugal e presta homenagem ao seu legado cívico e cultural, e endereça

aos seus familiares e amigos, ao Partido Socialista e ao município de Coimbra as suas sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 12 de novembro de 2024.

As Deputadas e os Deputados do PS: Pedro Nuno Santos — Alexandra Leitão — Ana Abrunhosa — Pedro

Coimbra — Ricardo Lino — Raquel Ferreira — Pedro Delgado Alves — Elza Pais — Isabel Ferreira — Ricardo

Costa — Miguel Cabrita — Fátima Correia Pinto — Carlos Silva — Luis Dias — Susana Correia — Lia Ferreira

— Nuno Fazenda — João Torres — Marina Gonçalves — Ana Mendes Godinho — Patrícia Caixinha — Eurico

Brilhante Dias — José Rui Cruz — André Pinotes Batista — Clarisse Campos — José Costa — Ana Sofia

Antunes — Walter Chicharro — Carlos Brás — Sofia Andrade — Rosário Gambôa — Manuel Pizarro — Miguel

Iglésias — Fernando José — Palmira Maciel — Gilberto Anjos — Joana Lima — Pedro Sousa — Nelson Brito

— Irene Costa — Isabel Oneto — André Rijo — Eurídice Pereira — Edite Estrela — Francisco César — João

Paulo Rebelo — Miguel Matos — Jorge Botelho — José Luís Carneiro — João Azevedo — Ana Bernardo —

Tiago Barbosa Ribeiro — Pedro Vaz.

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PROJETO DE VOTO N.º 445/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE CELESTE CAEIRO

Em 15 de novembro de 2024 faleceu aos 91 anos Celeste Caeiro, a mulher que, no dia 25 de Abril de

1974, ao distribuir cravos aos militares do MFA, num gesto com um extraordinário simbolismo que foi um

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prenúncio da aliança, determinante na Revolução, entre o povo português e o Movimento das Forças

Armadas, fez com que a Revolução de Abril ficasse conhecida em todo o mundo como a «Revolução dos

Cravos».

Celeste Martins Caeiro nasceu em Lisboa a 2 de maio de 1933, oriunda de uma família humilde, e viveu

grande parte da sua vida em Lisboa. Enfrentou uma vida de dificuldades com perseverança. Mulher

trabalhadora, de fortes convicções e militante comunista até ao fim da sua vida, a sua generosidade e

afabilidade ficará na memória de todos os que com ela conviveram.

No dia 25 de abril de 1974, manhã cedo, Celeste Caeiro levantou-se para ir trabalhar num restaurante

situado em Lisboa, na Rua Braancamp. A casa fazia um ano nesse dia e comprou flores para oferecer aos

clientes. Como não abriu, devido às movimentações militares, os cravos foram distribuídos pelas

trabalhadoras. Celeste não foi para casa, juntou-se aos populares no Chiado e tendo sido informada por um

dos soldados de que estava em curso uma revolução, ofereceu-lhe um cravo, que o militar colocou no cano da

espingarda.

O resto da história é por demais conhecida. Celeste distribuiu todos os cravos pelos militares. Ficou

conhecida como a «Celeste dos cravos» e o 25 de Abril como a «Revolução dos Cravos». Ficará para sempre

associada à história e memória do 25 de Abril e da liberdade no nosso País.

A Assembleia da República, reunida em Plenário em 22 de novembro de 2024, manifesta o seu pesar pelo

falecimento de Celeste Caeiro e expressa à sua filha, neta e demais familiares e ao Partido Comunista

Português sentidas condolências.

Assembleia da República, 18 de novembro de 2024.

Os Deputados do PCP: Paulo Raimundo — Paula Santos — António Filipe — Alfredo Maia.

Outra subscritora: Susana Correia (PS).

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PROJETO DE VOTO N.º 446/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE BELMIRO MOITA DA COSTA

Faleceu no passado dia 15 de novembro Belmiro Moita da Costa, que ao longo da sua vida se dedicou à

causa pública como economista, autarca, dirigente partidário e dirigente associativo.

Nascido a 21 de dezembro de 1946 na aldeia de Arrifana, concelho de Condeixa-a-Nova, Belmiro Moita da

Costa foi Deputado à Assembleia da República entre 1983 e 1985, Presidente da Câmara Municipal de

Condeixa-a-Nova entre 1986 e 1993 e Presidente da Assembleia Municipal de Condeixa-a-Nova entre 1994 e

2009. Assumiu também funções nos órgãos sociais de diversas instituições do concelho, com destaque para a

Santa Casa da Misericórdia, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários e o Clube de Condeixa.

Homem de causas, dedicado, empenhado e trabalhador era militante do Partido Socialista, onde

desempenhou relevantes e importantes funções ao longo da sua vida, nos vários níveis de ação política.

Licenciado em Finanças pela Universidade Técnica de Lisboa, foi docente nas Faculdades de Economia e

de Direito da Universidade de Coimbra. Além de professor universitário foi também consultor financeiro. Após

a aposentação, dedicou-se à escrita, publicando várias obras, tanto técnicas como literárias. Entre os seus

trabalhos, destacam-se Tertúlia de Amigos, Dias de Caça e Alienígenas em Conímbriga. Colaborou também

em publicações técnicas como IRS e IRC (2024), O Orçamento e a Conta Geral do Estado (2022) e Finanças

Públicas (2024), onde partilhou a autoria com o seu filho Nuno Moita da Costa, atualmente Presidente da

Câmara Municipal de Condeixa.

Em 24 de julho de 2013, por ocasião do feriado municipal, foi distinguido com a Medalha de Mérito

Municipal atribuída pelo município de Condeixa.

Dotado de uma inteligência notável, de um sentido de humor apurado e de um carisma muito próprio, foi

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um homem que tocou a vida de todos que com ele privaram, pelo exemplo de integridade, dedicação e

coragem, cuja presença transmitia respeito e confiança.

Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República manifesta o seu pesar pelo falecimento de

Belmiro Moita da Costa e transmite à sua família e amigos, ao município de Condeixa-a-Nova, bem como ao

Partido Socialista, as suas mais sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 18 de novembro de 2024.

As Deputadas e os Deputados do PS: Ana Abrunhosa — Pedro Coimbra — Raquel Ferreira — Ricardo

Lino — Isabel Ferreira — Ricardo Costa — Miguel Cabrita — Fátima Correia Pinto — Elza Pais — Carlos Silva

— Luis Dias — Susana Correia — Lia Ferreira — Nuno Fazenda — João Torres — Marina Gonçalves — Ana

Mendes Godinho — Patrícia Caixinha — Eurico Brilhante Dias — José Rui Cruz — André Pinotes Batista —

Clarisse Campos — José Costa — Ana Sofia Antunes — Walter Chicharro — Carlos Brás — Sofia Andrade —

Rosário Gambôa — Manuel Pizarro — Miguel Iglésias — Fernando José — Palmira Maciel — Gilberto Anjos

— Joana Lima — Pedro Sousa — Nelson Brito — Irene Costa — Isabel Oneto — André Rijo — Eurídice

Pereira — Edite Estrela — Francisco César — João Paulo Rebelo — Miguel Matos — Jorge Botelho — José

Luís Carneiro — João Azevedo — Ana Bernardo — Tiago Barbosa Ribeiro — Pedro Vaz.

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PROJETO DE VOTO N.º 447/XVI/1.ª

DE SAUDAÇÃO À ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE SANTARÉM PELO SEU 100.º ANIVERSÁRIO

A Associação de Futebol de Santarém completa um século de vida. Uma longa jornada, com várias

gerações de atletas, de árbitros e dirigentes associados, alguns deles gravados a letras de ouro na história da

Associação.

Nestes 100 anos a Associação soma um total de cerca de 300 clubes filiados, contando atualmente com 79

clubes inscritos.

O caminho iniciou-se a 19 de novembro de 1924, por iniciativa de cinco clubes fundadores: o Sport Grupo

Scalabitano «Os Leões», o Grupo de Foot-Ball dos Empregados do Comércio, o Santarém Foot-Ball Club «Os

13», o Sport Grupo União Operária e o Sporting Club Ribeirense.

Rapidamente outros clubes do distrito se filiaram na Associação para poderem participar nas competições

distritais. Nos primeiros 21 anos da Associação de Futebol de Santarém, só por três ocasiões o campeonato

distrital foi vencido por clubes de fora da capital ribatejana. Nessas décadas, a hegemonia foi sendo partilhada

entre três clubes de Santarém: primeiro Os Leões, depois o União Operária e depois a Académica de

Santarém, surgida em 1931, a partir de uma cisão estudantil dos «Leões».

Em Santarém, dá-se em 1969 a fusão dos Leões com o Operário, dando origem à União Desportiva de

Santarém, que adotou o brasão e as cores da cidade no emblema, clube que está presente época (2024-2025)

a disputar a Liga 3 das competições nacionais.

Desses primeiros anos, há ainda hoje cinco clubes que se mantêm atividade, todos eles já centenários: o

União de Tomar (1914), atualmente o 16.º clube mais antigo de Portugal; o Grupo de Futebol dos Empregados

do Comércio (1917), conhecido como os Caixeiros de Santarém, atualmente com a filiação suspensa; o Sport

Abrantes e Benfica (1916), a segunda filial do Benfica; o Tramagal Sport União (1922); e o Club Desportivo os

Águias (1922), de Alpiarça.

A história das competições promovidas pela Associação de Futebol de Santarém deixou de se fazer

apenas de campeonatos distritais a partir de 1976/77, precisamente quando foi criada e disputada a primeira

Taça do Ribatejo. O Clube Desportivo Amiense foi o primeiro vencedor e continua como um dos clubes que

detém maior palmarés na «prova rainha ribatejana», com três edições conquistadas. Mas é o Fazendense,

com cinco troféus conquistados, o incontestável campeão na história da Taça do Ribatejo.

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No Século XXI, o clube filiado na Associação de Futebol de Santarém que chegou mais alto foi o Fátima,

tendo passando três épocas na segunda liga do futebol profissional. Sagrou-se mesmo campeão da 2.ª divisão

nacional em 2008/2009.

No entanto, foi o Clube Atlético Ouriense que marcou a história da Associação de Futebol de Santarém de

uma outra forma, ainda mais indelével, com o futebol feminino. Foi campeão nacional em três ocasiões:

primeiro da 2.ª divisão e depois bicampeão da 1.ª divisão. Na época 2012/13, as jovens atletas de Ourém

voltaram a fazer história, não só no Ribatejo, mas no País, ao conquistarem o Campeonato e a Taça de

Portugal, e ao se assumirem como a primeira equipa portuguesa feminina a apurar-se para a 2.ª fase da Liga

dos Campeões.

O futebol feminino é, desde então, uma grande aposta da AFS. Mas é no Futsal que as equipas femininas

têm aos dias de hoje resultados mais expressivos.

Muitas coisas mudaram ao longo de um século, também no futebol: regras, organização, equipamentos,

tecnologia, até modalidades se acrescentaram – como é o caso do futsal que cresceu a partir do informal

futebol de salão dos anos sessenta e, mais recentemente, o futebol de praia e o walking football –, sendo certo

que a Associação de Futebol de Santarém conseguiu sempre vencer as adversidades e crescer

sustentadamente.

Atualmente, contabiliza 79 clubes no ativo em todo o distrito, 10 000 atletas inscritos, 1700 dirigentes e 200

árbitros, o que faz da AFS uma das mais relevantes Associações da Federação Portuguesa de Futebol.

Alguns dados relevantes:

− Pessoa Coletiva de Utilidade Pública – Diário da República II Série n.º 299, de 30/12/1986;

− Medalha de Bons Serviços Desportivos – Despacho n.º 197/ME/90;

− Medalha de Mérito Desportivo – Despacho n.º 11/SED/99;

− O Executivo municipal aprovou a atribuição da «Medalha de Ouro do Município de Santarém» à

Associação de Futebol de Santarém, a entregar na Gala de Celebração do seu 100.º aniversário, no próximo

dia 22 de novembro de 2024.

Assim, a Assembleia da República evoca os 100 anos da Associação de Futebol de Santarém, saudando

todos aqueles que contribuíram, ao longo destes anos para o desenvolvimento desportivo, nomeadamente da

modalidade desportiva futebol, no distrito de Santarém.

Palácio de São Bento, 19 de novembro de 2024,

As Deputadas e os Deputados do PSD: Inês Barroso — Isaura Morais — Ricardo Oliveira — Hugo Soares

— Alexandre Poço — Ricardo Araújo — Sofia Carreira — Andreia Bernardo — Clara de Sousa Alves — Eva

Brás Pinho — Paulo Cavaleiro — Ana Gabriela Cabilhas — Andreia Neto — Carlos Reis — Emídio Guerreiro

— João Antunes dos Santos.

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PROJETO DE VOTO N.º 448/XVI/1.ª

DE SAUDAÇÃO À SOCIEDADE VENCEDORA PORTIMONENSE

No passado dia 1 de novembro de 2024, celebrou-se com grande orgulho os 100 anos da Sociedade

Vencedora Portimonense, ano em que se deu, também a elevação da então vila de Portimão a cidade.

A história não registou os seus fundadores, um grupo de rapazes artistas que, em 1921, três anos antes,

terão dado início à sua atividade, mas que apenas em 1924 fizeram aprovar os estatutos da coletividade que

tinha como fim, a promoção cultural e recreativa dos seus sócios.

Tendo uma vertente puramente cultural e recreativa, a Sociedade Vencedora Portimonense estava dotada

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de uma biblioteca (posteriormente oferecida à Junta de Freguesia de Portimão) e sal de jogos dotada de bilhar

e mesas para jogar xadrez, damas, dominó e cartas. A dinamização era feita com contratação de orquestras

que animavam os bailes da coletividade, conhecida por realizar bailes de carnaval desde a sua fundação até à

atualidade.

Nos anos de 1950 a Sociedade Vencedora Portimonense fez parte dos cortejos carnavalescos que se

realizaram na cidade, participando com carros alegóricos.

Já na década de 1970/1980, com a construção de um novo palco, a Vencedora tornou-se uma sociedade

reconhecida pela qualidade das suas peças de teatro, que tinham como ator principal o saudoso portimonense

António Jorge, a que se seguiu nas décadas de 1980/1990, o ator amador João Pereira (carteiro de profissão).

Na década de 1980, teve a competir uma equipa de futebol de salão, única atividade desportiva que

exerceu.

Sempre pronta para o apoio a iniciativas culturais, a Sociedade Vencedora Portimonense foi a única

coletividade do município a integrar a organização do Festival da Canção Infantil do concelho de Portimão,

mais tarde Festival Internacional da Canção Infantil «Chaminé d’Ouro» (1984-1992); participou nas marchas

populares nos anos de 1980 e de 2003 a 2005; nos anos de 1992/93 realizou com o apoio do Rancho

Folclórico do Calvário (concelho de Lagoa), um espetáculo de folclore internacional (revertendo 70 % da

Receita para a CRACEP – Cooperativa de Reeducação e Apoio ao Cidadão Excecional de Portimão, CRL…)

Uma das mais antigas coletividades do município esteve sempre pronta a apoiar as que foram surgindo,

tendo cedido as suas instalações a entidades como: grupo de teatro A Gaveta; Sociedade Filarmónica

Portimonense; Universidade Sénior; Escola de tapetes tipo «Arraiolos», dirigida por D. Helena Ramos.

A sua sede, localizada no centro histórico da cidade de Portimão, mantém a arquitetura e grande parte do

mobiliário da época, permitindo-nos uma agradável viagem ao passado de Vila Nova de Portimão.

Atualmente a Sociedade continua a registar uma dinâmica atividade, mantendo os tradicionais bailes de

Carnaval, promovendo e desenvolvendo outros eventos culturais e recreativos e mantendo a sua colaboração,

seja pela participação ou pela cedência gratuita das instalações a outras entidades, continuando a contribuir

para desenvolvimento cultural da cidade e dinamização do seu centro histórico.

Assim, a Assembleia da República evoca os 100 anos de vida da Sociedade Vencedora Portimonense,

saudando todos aqueles que contribuíram ao longo destes anos para que esta importante sociedade

recreativa e cultural permanecesse em atividade, fiel aos seus princípios e origens.

Palácio de São Bento, 19 de novembro de 2024.

A Deputada do PSD: Alexandra Evangelista.

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PROJETO DE VOTO N.º 449/XVI/1.ª

DE SAUDAÇÃO À SURFISTA MARTA PAÇO PELA SUA SAGRAÇÃO ENQUANTO TETRACAMPEÃ

MUNDIAL DE SURF ADAPTADO

Marta Paço revalidou, pela quarta vez consecutiva, o título de campeã do mundo ISA da categoria feminina

VI 1, destinada a atletas invisuais, nas ondas icónicas de Huntington Beach, na Califórnia.

A surfista vianense, de apenas 19 anos, voltou a fazer história no surf adaptado português, ao alcançar o

quarto título mundial consecutivo, com um total de 10,83 pontos que deixou a concorrência bem distante, com

a francesa Valentine Moskoteoc (4,66) a conquistar a Prata, a espanhola Carmen Lopez (4,50) a conquistar o

Bronze e a francesa Juliette Mas (3,67) a ficar com a Medalha de Cobre.

Já a seleção nacional, composta por tês atletas, trouxe para casa duas medalhas e um 9.º lugar mundial,

ao alcançar uma Medalha de Prata por intermédio de Camilo Abdula, na categoria masculina Stand 1.

Assim, a Assembleia da República saúda a Seleção Nacional de Surf Adaptado, em particular a atleta

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Marta Paço pela sua sagração enquanto tetracampeã mundial de surf adaptado, bem como todos aqueles que

tornam possível o sucesso desta Seleção, em particular, treinadores, técnicos e federações, bem como as

famílias dos atletas, cujo apoio é um fator determinante na obtenção dos bons resultados que servem de

inspiração para a ambição internacional dos nossos cidadãos em todos os quadrantes profissionais e, em

particular, no desporto.

Palácio de São Bento, 22 de novembro 2024.

As Deputadas e os Deputados do PS: José Costa — Edite Estrela — Marina Gonçalves — Miguel Matos —

Mara Lagriminha Coelho — Clarisse Campos — Rosário Gambôa — Pedro Sousa — Susana Correia —

Jamila Madeira — Isabel Ferreira — Nuno Fazenda — Walter Chicharro — Irene Costa — Fátima Correia

Pinto — Fernando José — Gilberto Anjos — José Rui Cruz — José Carlos Barbosa — Ana Sofia Antunes —

João Torres — André Pinotes Batista — Tiago Barbosa Ribeiro — Pedro Coimbra — Patrícia Caixinha — Lia

Ferreira — Hugo Costa — Ricardo Lima — Sofia Canha — Ricardo Lino — Palmira Maciel — Ricardo Costa —

José Luís Carneiro — João Paulo Rebelo — Hugo Oliveira — Luis Dias — Eurídice Pereira — Ana Bernardo

— António Mendonça Mendes — Isabel Oneto — Eurico Brilhante Dias — Miguel Iglésias — André Rijo —

Carlos Silva — Ana Abrunhosa — Patrícia Faro — Manuel Pizarro — Miguel Cabrita — Eduardo Pinheiro —

Elza Pais — Jorge Botelho — Carlos Brás.

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PROJETO DE VOTO N.º 450/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE JOAQUIM PAGARETE

No dia 17 de novembro faleceu Joaquim Pagarete, professor universitário, com uma carreira reconhecida

na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e com uma vida inteira dedicada à militância política.

Começou a sua atividade cívica nos movimentos universitários antes do 25 de Abril e inseriu-se de

imediato no processo político de democratização do país aberto com o derrube da ditadura. Foi o primeiro

presidente eleito da direção do SPGL – Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, tendo sido um firme

dirigente da greve que, no letivo 1976/77, garantiu a colocação dos professores nas respetivas escolas.

Em 1979 fundou, juntamente com outros militantes, o Partido Operário de Unidade Socialista (POUS),

tendo sido ao longo dos anos um dirigente dedicado desta organização política e do jornal O Militante

Socialista. A sua militância política e social passou também por movimentos internacionalistas como a

Plataforma Contra a Guerra.

Foi docente no Instituto Geofísico do Infante D. Luiz da Universidade de Lisboa e manteve-se ativo na luta

sindical dos professores até ao final da vida, tendo sido nos últimos anos membro da Comissão Coordenadora

do Departamento de Aposentados do SPGL.

Como refere o SPGL, na nota de pesar do seu sócio n.º 38 e histórico dirigente, a vida de Joaquim

Pagarete «foi um exemplo de cidadania e de luta, de serviço pela causa pública, em defesa da Educação, da

Cultura e da Paz».

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de

Joaquim Pagarete e transmite as suas condolências aos seus familiares, amigos e camaradas.

Assembleia da República, 22 de novembro de 2024.

As Deputadas e os Deputados do BE: Fabian Figueiredo — Marisa Matias — Joana Mortágua — José

Moura Soeiro — Mariana Mortágua.

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APRECIAÇÃO PARLAMENTAR N.º 4/XVI/1.ª

DECRETO-LEI N.º 77/2024, DE 23 DE OUTUBRO, QUE DEFINE, PARA O ANO DE 2024, AS TARIFAS,

OS RENDIMENTOS TARIFÁRIOS E DEMAIS VALORES COBRADOS NOS TERMOS DOS CONTRATOS

DE CONCESSÃO DE SISTEMAS MULTIMUNICIPAIS E ALTERA OS ESTATUTOS DA ENTIDADE

REGULADORA DOS SERVIÇOS DE ÁGUAS E RESÍDUOS

O Decreto-Lei n.º 77/2024, de 23 de outubro, vem definir, para o ano de 2024, as tarifas, os rendimentos

tarifários e demais valores cobrados nos termos dos contratos de concessão de sistemas multimunicipais, e

alterar os Estatutos da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).

O diploma estabelece que, em 2024, se mantêm vigentes: as tarifas previstas nos Anexos IV a V do

Decreto-Lei n.º 94/2015, de 29 de maio, tal como aplicado em 2023; as tarifas, os rendimentos tarifários e

demais valores cobrados nos termos dos contratos de concessão, aplicados em 2023, atualizados de acordo

com a previsão do índice harmonizado de preços no consumidor, aos utilizadores municipais, utilizadores

finais e clientes; dos sistemas multimunicipais de abastecimento de água e saneamento do Centro Litoral,

Norte e Vale do Tejo; do sistema multimunicipal de abastecimento de água do sul do Grande Porto; e do

sistema multimunicipal de saneamento do Grande Porto e do sistema multimunicipal de abastecimento de

água e de saneamento do Algarve.

Ademais, para além de outras questões, e atendendo à apreciação parlamentar que aqui se requer, o

presente diploma procede à alteração dos Estatutos da ERSAR, no sentido de reforçar as suas competências

em matéria tarifária, restabelecendo as competências desta entidade relativamente à fixação de tarifas em

todos os sistemas de titularidade estatal e à emissão de instruções vinculativas quanto às tarifas a praticar

pelos sistemas de titularidade municipal, o que não se pode consentir.

No que diz respeito à alteração dos Estatutos da ERSAR, cabe salientar que o artigo 9.º do diploma revoga

as alterações introduzidas pelo artigo 428.º da Lei n.º 75-B/2020, de 31 de dezembro, ao artigo 7.º da Lei n.º

10/2014, de 6 de março, e aos artigos 5.º, 11.º e 13.º dos Estatutos da Entidade Reguladora dos Serviços de

Águas e Resíduos.

Acresce que, nos termos do artigo 8.º, este diploma vem repristinar as disposições originárias do n.º 2 do

artigo 7.º da Lei n.º 10/2014, de 6 de março, da alínea a) do artigo 11.º e do n.º 1 do artigo 13.º dos Estatutos

da ERSAR, bem como o seu artigo 5.º.

Ora, com as alterações introduzidas pela Lei do Orçamento do Estado para 2021, em boa hora se atribuiu

aos municípios o poder de fixarem as tarifas dos sistemas de gestão de águas, saneamento e resíduos sólidos

urbanos, cumprindo-se, assim, no que a esta matéria diz respeito, o princípio da autonomia do poder local,

constitucionalmente consagrado.

Nestes termos, bem se evidencia que o atual Governo pretende voltar ao regime anterior, devolvendo os

poderes e competências de fixação das tarifas da água à ERSAR e condicionando o poder discricionário dos

titulares públicos dos sistemas de gestão de águas, saneamento e resíduos sólidos urbanos. Isto é, retira o

poder de fixação tarifária da esfera do poder local e devolve-o ao regulador.

Ora, no entender do Grupo Parlamentar do Partido Socialista esta alteração representa um retrocesso a

normas que vigoraram de 2014 até 2021, sem qualquer justificação. Recorde-se que o modelo introduzido em

2021 (através da Lei n.º 75-B/2020, de 31 de dezembro) atribuiu as competências de fixação das tarifas de

água aos municípios, numa clara opção de política de justiça e proximidade, ao invés de ser o regulador, que

desconhece os serviços que são prestados em cada um dos territórios e as realidades económico-sociais de

cada um daqueles.

Este regime veio também concretizar o artigo 6.º da Constituição da República Portuguesa – o princípio da

autonomia do poder local – no que diz respeito aos poderes dos municípios nos sistemas de águas e resíduos

de sua titularidade, clarificando que, em termos de regime tarifário, os sistemas multimunicipais devem ser

equiparados aos sistemas municipais.

Assim, definiu-se um equilíbrio correto entre os poderes dos municípios e do Estado, enquanto titulares dos

sistemas, e do regulador, enquanto entidade que regula o comportamento do setor, não devendo o regulador

emitir instruções vinculativas quanto às tarifas a praticar pelos sistemas de titularidade municipal, cuja previsão

originária constava dos Estatutos da ERSAR, mas que, com a Lei do Orçamento do Estado para 2021, foi

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revogada.

No mais, o presente diploma, aquando da sua aprovação em sede de Conselho de Ministros no passado

dia 8 de agosto, não teve em consideração a audição da Associação Nacional de Municípios Portugueses

(ANMP), só tendo solicitado o seu devido parecer antes da publicação do presente Decreto-Lei, limitando-se a

uma mera audição formal, e cujo parecer em nada alterou o sentido e alcance do diploma legal, devolvendo,

de igual forma, à ERSAR as competências para a fixação das tarifas, revogando a alteração introduzida pela

Lei do Orçamento do Estado para 2021 e «regressando ao modelo em que os poderes tarifários são exercidos

por entidade administrativa.»

Desta feita, atendendo à importância e ao impacto que esta matéria tem junto dos municípios, impunha-se

uma audição interessada e contraditada entre o Governo e a ANMP, no contexto do procedimento legislativo,

e nos termos do artigo 29.º do Regimento do Conselho de Ministros, aprovada pela Resolução do Conselho de

Ministros n.º 65/2024, de 24 de abril, antes da publicação do diploma, por forma a aquilatar o verdadeiro

impacto destas alterações aqui sujeitas a apreciação parlamentar.

Com as alterações introduzidas pelos artigos 7.º, 8.º e 9.º do Decreto-Lei n.º 77/2024, de 23 de outubro,

cuja apreciação parlamentar é aqui requerida, e como doutamente salienta a ANMP, é atentada a autonomia

dos municípios, ferindo um princípio constitucionalmente consagrado e que, no limite, pode prejudicar o

consumidor final, uma vez que as tarifas devem ser ajustadas à realidade económica e social de cada

território, numa lógica de proximidade.

Face ao exposto, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista considera que os artigos 7.º, 8.º e 9.º do

Decreto-Lei n.º 77/2024, de 23 de outubro, devem ser sujeitos a apreciação parlamentar, ao abrigo do disposto

no artigo 169.º da Constituição da República Portuguesa.

Assim, as Deputadas e os Deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista abaixo assinados vêm

requerer, nos termos e para os efeitos da alínea c) do artigo 162.º e do artigo 169.º da Constituição da

República Portuguesa e do artigo 189.º do Regimento da Assembleia da República, a apreciação parlamentar

do Decreto-Lei n.º 77/2024, de 23 de outubro, que define, para o ano de 2024, as tarifas, os rendimentos

tarifários e demais valores cobrados nos termos dos contratos de concessão de sistemas multimunicipais e

altera os Estatutos da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, publicado no Diário da

República n.º 206/2024, Série I, de 23 de outubro de 2024.

Palácio de São Bento, 22 de novembro de 2024.

As Deputadas e os Deputados do PS: Marina Gonçalves — Pedro Vaz — Ricardo Pinheiro — Jorge

Botelho — Pedro Delgado Alves — Miguel Iglésias — Walter Chicharro — Carlos Silva — Carlos Brás — Irene

Costa — Raquel Ferreira — Sofia Canha — José Rui Cruz — André Rijo — Gilberto Anjos — Nuno Fazenda

— Ricardo Lino — Fátima Correia Pinto.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

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