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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2014 Página 11

sentimentos anti-islâmicos, criando uma associação indevida com as ações terroristas

jihadistas,.

Por seu lado as zonas urbanas sensíveis continuaram a ser um local privilegiado para a

emergência de situações de confronto e resistência à autoridade e de criminalidade,

associada a grupos dali originários com uma crescente capacidade organizativa.

A prática de ilícitos criminais desenvolvidos no exercício ilegal da atividade de segurança

privada, em particular em contexto da diversão noturna, continuou a manter a sua

relevância no âmbito da Segurança Interna.

A questão da chamada criminalidade itinerante, desenvolvida, sobretudo, por cidadãos

oriundos do Leste Europeu e particularmente associada a crimes como exploração de

menores para mendicidade, furtos a pessoas, residências e estabelecimentos comerciais

deve ser objeto de um refinamento analítico do conceito. Tal visaria distinguir as ações que

configuram apenas um maior nível de organização no contexto da pequena criminalidade,

dos casos em que, sob uma mesma aparência, se pode estabelecer uma relação direta de

financiamento de poderosas estruturas criminosas transnacionais, cujas lideranças se

encontram habitualmente nos respetivos países de origem. Apesar de ambos os casos

terem impacto na Segurança Interna, eles representam níveis de ameaça distintos.

Ao nível do crime económico, e do branqueamento de capitais em particular, continua a

merecer destaque a ameaça que representa a integração no espaço económico nacional de

fluxos financeiros com origem nas atividades de estruturas criminosas transnacionais. Esta

questão potencia, a prazo, a utilização de Portugal enquanto zona de recuo e de apoio

logístico, podendo, no limite, traduzir-se na presença efetiva e na prossecução de

atividades criminosas dessas estruturas no nosso território.

Ao nível da circulação de capitais, o ano de 2014 trouxe um aparente regresso a

metodologias tradicionais como o transporte físico de numerário bem como um renovado

interesse por sistemas extra-bancários, como as instituições de pagamento e respetivos

agentes ou os novos métodos de pagamento de base web. A preocupação com a temática

das instituições de pagamento é, aliás, partilhada por outros países no seio da União

Europeia, constituindo-se como um dos assuntos centrais no atual debate em torno da

proposta para a quarta diretiva, concernente à prevenção da utilização do sistema

financeiro para efeitos de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo.

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