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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2014 Página 8

A espionagem económica, realidade cada vez mais presente, tem aumentado o seu escopo

de interesses e de ação, e constitui um fenómeno ao qual Portugal também não está

imune. Neste quadro há a destacar a candidatura de Portugal a uma das maiores extensões

da plataforma continental do mundo, como foco de interesse para os serviços de

informações estrangeiros, entre outras entidades, que procuram obter conhecimento sobre

as potencialidades, os recursos naturais, os operadores económicos, os projetos em curso e

os seus intervenientes.

O ambiente de crise económica criou condições favoráveis para o acesso não-autorizado ao

conhecimento científico com elevado potencial económico para o tecido empresarial

português, propiciando a transferência de conhecimento e de recursos humanos para

empresas estrangeiras, em alguns casos a coberto de atividades clandestinas de recolha de

informação sensível.

No âmbito do crime organizado manteve-se a monitorização dos diversos quadros político-

económicos e securitários dos países/regiões que se assumem como mais importantes para

a defesa dos interesses nacionais. Visou-se a avaliação dos impactos dos fenómenos

criminais nas estruturas dos Estados, no quadro das ameaças transversais e respetivos sub-

fenómenos, como sejam o narcotráfico, a imigração ilegal e as respetivas interligações a

fenómenos insurgentes de pendor regional e internacional, inclusive ao radicalismo de

natureza islamista.

No que concerne ao acompanhamento do tráfico de estupefacientes destaca-se a atenção

dispensada ao tráfico de cocaína através das plataformas atlânticas, com enfoque na

situação particular dos pontos de apoio africanos, visando, numa primeira linha, identificar

as conexões com as diásporas que residem em Portugal. O acompanhamento do fenómeno

versou também o eixo atlântico com incidência nas plataformas da África Ocidental e Sahel,

num quadro orientado para a monitorização da tendência de disseminação destas redes

para a África Austral e Oriental e para o acompanhamento dos fenómenos relacionados

com a imigração ilegal.

Cumpre ainda referir que os países da África Austral com ligações a Portugal, para além de

se constituírem como plataforma do tráfico mundial de cocaína, também se incluem na

rota do tráfico de heroína da Península Indostânica para a Europa. Por seu turno, a rota dos

2 DE ABRIL DE 2014_____________________________________________________________________________________________________________

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