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Sumário Executivo

A grande variação interanual nas estatísticas de fogos rurais dificulta a quantificação ao longo

do tempo dos progressos na gestão desses fogos. Este estudo analisa estatísticas para o

período 2001-2020 e compara vários indicadores da piroatividade em Portugal entre o período

de 2008-2017 e o período mais recente de 2018-2020, através de análises que separam o efeito

do desempenho do sistema do efeito de outros fatores, em particular a enorme influência das

condições meteorológicas no número de ocorrências e dimensão das áreas ardidas.

Desde 2001 tem-se assistido a um decréscimo muito significativo do número de ignições em

todas as classes de severidade meteorológica, em particular nos períodos 2002-2008 e 2011-

2018. Em relação à área ardida assiste-se a uma melhoria importante no período 2003-2008, e

depois entre 2017-2018. Os últimos dois anos, 2019 e 2020, apresentam estatísticas próximas

das de 2018, tanto no número diária de ignições e de área ardida por classes de severidade

meteorológica.

Numa análise mais detalhada constata-se que, para o período de 2008 a 2017, e apesar do

número de ignições progressivamente menor, aumentou ou manteve-se a probabilidade de fogos

≥1 ha e a sua dimensão, bem como as probabilidades de grande incêndio (≥100 ha) e de

reacendimento. A distribuição da superfície ardida por classe de dimensão do fogo não diferiu

entre os dois períodos, mas foi possível constatar evoluções positivas em 2018-2020 nos

seguintes aspetos:

• Prosseguimento (à taxa do período anterior) da redução do número de ignições, com

diminuição mais acentuada nos dias de maior perigo meteorológico de incêndio;

• Aumento dos limiares de perigo meteorológico de incêndio a partir do qual se verificaram

fogos ≥1 e fogos ≥100 há;

• Diminuição da probabilidade de ocorrências de fogo ≥1 ha.

Em contraponto a estas melhorias, e face a 2008-2017, verificou-se em 2018-2020 que:

• Aumentou a dimensão dos fogos 1-100 ha, um resultado que se deve essencialmente ao

ano de 2020;

• A probabilidade de ocorrência de grandes incêndios e a sua dimensão não sofreram

alterações.

Parte dos resultados são de sinal contrário às tendências preocupantes observadas em 2008-

2017, e indicam melhor prontidão e capacidade de resposta, ainda que com ganhos mais

limitados no verão, nos dias com maior perigo meteorológico e no sul do país. Realce-se que as

estatísticas de 2018-2020 integram o efeito da enorme área ardida de 2017, assim como os

resultados crescentemente insatisfatórios de 2008-2017 haviam em parte refletido o

desenvolvimento da vegetação após os grandes incêndios de 2003-2006. Sendo necessárias

II SÉRIE-E — NÚMERO 11______________________________________________________________________________________________________

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